Portugal - Angola & Colonialismo - Um ensaio inédito do escritor e historiador angolano Ego-Histórico sobre o Facto Colonial Angolano
‘A CRIANÇA BRANCA DE FANON’
De Alberto Oliveira Pinto
Prefácio de Jean-Michel Mabeko Tali
Edição Mercado de Letras Editores L.da
Lisboa 2018
Livro com sobrecapa, de 198 páginas, em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
De muito difícil localização.
Raro.
Da contracapa:
“(…) Alberto Oliveira Pinto palmilhou (…), um campo delicado, como historiador, na elaboração deste texto de ego-história, onde as linhas de uma e de outras das duas facetas (memória e história), quando se cruzam (coisa inevitável), podem confundir-se, e misturar-se, não tivesse a vigilância metodológica, a todos os instantes, sabido separar as águas.
(…) Tal uso, no momento da escrita, exige profissionalismo, e o mínimo que se pode dizer é que ele se saiu brilhantemente. (…)
(…) oferece-nos um relato analítico, histórico, assim como um olhar sociológico e metodologicamente estruturado, sobre toda uma época da história, tanto de Angola como, por inerência conjuntural e estrutural, de Portugal colonial. Trata-se, pois, não de um relato memorial, mas sim de um trabalho de historiador sobre uma época histórica profundamente marcante da sua terra de nascimento e na qual se insere a sua própria trajectória. (…) Desta forma, temos aqui um processo narrativo em que se fecha o círculo da parceria entre a matriz memorial e a escrita histórica. Ou seja, o uso dos dados acumulados pela vivência para um trabalho narrativo de cariz científico. E aqui surge todo o profissionalismo do autor. (…)
(…) Uma das primeiras vitórias do nacionalismo africano terá sido conseguir levar parte dos colonizados a duvidar, tanto do sistema em si, quanto do seu próprio lugar no seu seio. Ou seja, levar com a sua luta, parte do mundo do opressor ao caminho da desalienação analisada por Fanon. E, com este magnífico texto, Alberto Oliveira Pinto retraça o seu próprio encaminhamento rumo a esta desalienação. (…)
(…) O texto de Alberto Oliveira Pinto é, de certo modo, um retrato complexo do seu próprio processo de desalienação: um trabalho de introspecção, de procura de si mesmo, no contexto colonial e pós-colonial português e angolano. Pelo que se pode considerar como legítima a sua reclamação como sendo ‘a criança branca de Fanon’. E, acrescento eu, et pour cause, o sobrinho judeu-tunisino de Memmi. (…) “
Jean-Michel Mabeko Tali
In PREFÁCIO
O Autor:
“ALBERTO [Manuel Duarte de] OLIVEIRA PINTOO nasceu em Luanda, em 8 de janeiro de 1962.
Doutor (2010) e mestre (2004) em História de África pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), colaborou como docente no Departamento de História. Lecionou igualmente noutras universidades portuguesas e também em universidades estrangeiras na qualidade do professor convidado. Presentemente, é investigador da Universidade de Lisboa.
É autor de diversos romances e livros ensaísticos sobre a História de Angola, tendo ganho por duas vezes o Prémio Sagrada Esperança: em 1998, com o romance ‘Mazanga’, e, em 2017, com o livro de ensaios ‘Imaginários da História Cultural de Angola’. O seu maior êxito foi ‘História de Angola: Da Pré-História ao Início do Século XXI’, primeira experiência no género em 40 anos de Independência de Angola, publicado em primeira edição em 2016 e, agora, em 4.ª edição.
Desde 2018, coordena o Curso Livre História de Angola da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, de que decorre a série do Youtube Fragmentos da História de Angola, com Anabela Carvalho. Em 2021, criou com o filho, João Alberto Freire de Oliveira Pinto, igualmente no Youtube, o programa de sucesso Lembra-te, Angola.”
Do ÍNDICE:
Dedicatória
PREFÁCIO
- Por Jean-Michel Mabeko Tali
INTRODUÇÃO
- O facto colonial angolano e a ego-história
I. - A COLÓNIA
- Sob o signo do 4 de Fevereiro e do 15 de Março de 1961
- Cidade Alta: os poderes político administrativos, militar e eclesiástico
- Os colonos pobres: os moradores dos sobrados e os pedintes
- As ‘cidades brancas’, os soldados rasos, os casamentos por anúncio e a europeização do Kuando Kubanco
- Não se diz ‘mulato’ nem se fala ‘à preto’
- O Preto-Papusse-Papão, a retórica da antropofagia e do alcoolismo, os destribalizados e os Cabindenses
- Os múltiplos semblantes do Kinaxixi
- Regresso ao Beco do Balão e exorcização do Parque de Heróis de Chaves
- Os paraísos aparentes do colonialismo: o Morro dos Veados, o Futungo de Belas e o Consulado Britânico; a Xikala
- Do Palácio de Ana Joaquina ao Cacuaco e ao Baleizão
- Clima de Guerra: o homem da ponte de Diogo Cão, a Voz de Angola, os ‘terroristas’ e o material bélico
II. - A METRÓPOLE
- A travessia do Atlântico e a metrópole; do Neptuno e do Carrasco do Equador à tarzanização social e televisiva
- Se queres ser português, esquece o teu passado, e se te lembrares dele, cala-te, porque eras criança; a guerra colonial vista do cais de Lisboa enquanto o Papa recebe os ‘terroristas’
- ‘O Livro de Leitura da 3.a Classe’: os monumentos e os heróis das cadernetas de cromos, as primeiras inquietações sobre a história e a origem remota de ‘A Família dos Paladinos’
- Como da primeira tentativa de escrita da história de Portugal e das Colónias (breve análise de dois curtos textos escritos em 1971 por uma criança de 9 anos de idade) se chegas às primeiras atrações pelo exotismo, à vocação para a vida de flibusteiro e ao ‘pirata’ Henrique Galvão
- Como da história
Bibliografia
Sítios da Internet consultados
Preço: 47,50€;