quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Ultramar - 'CRONOLOGIA DA GUERRA COLONIAL - Angola - Guiné - Moçambique (1961-1974)', José Brandão - Lisboa 2008 - MUITO RARO;





Guerra Colonial - A mais completa e minuciosa cronologia sobre o tema


'CRONOLOGIA DA GUERRA COLONIAL - Angola - Guiné - Moçambique (1961-1974)'
De José Brandão
Edição Prefácio
Lisboa, 2008


Livro com 454 páginas, como novo.
De difícil localização.
MUITO RARO.


Recheado de informações sobre todos os acontecimentos que rodearam a guerra colonial nas ex-colónias africanas (Angola, Guiné e Moçambique) e asiáticas (Territórios da Índia e Timor).


SINOPSE: 
Esta é a cronologia de um dos períodos mais inquietantes da vida dos portugueses. São os anos entre 1961 e 1974 nos quais Portugal mergulhou numa guerra para alguns do Ultramar para outros Colonial. São treze anos de ansiedade, sofrimento e morte que atingiram praticamente todas as famílias portuguesas com consequências que ainda hoje perduram. 

Guerra que mobilizou mais de 800 mil combatentes da chamada Metrópole enviados para as distantes e desconhecidas matas de África onde alastrava a revolta apoiada por alguns países próximos. Em Angola, a partir de 4 de Fevereiro de 1961, na Guiné, a partir de 23 de Janeiro de 1963, em Moçambique, a partir de 25 de Setembro de 1964, a guerra é declarada pelos movimentos de libertação nacional que teimam em levar por diante o seu propósito de total independência do domínio colonial europeu. 

Segundo o Estado-Maior General das Forças Armadas, morreram na Guerra de África 8.831 militares portugueses. Destas quase nove mil baixas, 3.455 aconteceram em Angola, 2.240 na Guiné e 3.136 em Moçambique. De acordo com a mesma fonte, 4.280 militares (48,5 por cento) morreram em resultado directo de acções de combate e 4.551 (51,5 por cento) em acidentes e doenças. Estas duas últimas causas de morte devem ser encaradas com reservas, já que havia na época a intenção clara de diminuir o número de baixas em combate tornado público. Com cerca de 9.000 mortos, cerca de 30.000 feridos evacuados, em mais de 100.000 doentes e feridos, dos quais resultaram perto de 14.000 deficientes físicos, (5.120 com grau de deficiência superior a 60 por cento) e ainda, possivelmente, 140.000 neuróticos de guerra, rara é a família portuguesa que não foi ferida pela Guerra de África. 

Os telegramas do Ministro do Exército a apresentar «mais sentidas condolências» pela morte «por motivo combate defesa da Pátria» de «seu filho soldado fulano tal», chegavam aos lares dos portugueses semeando a dor da perda de um filho, marido, pai, irmão ou outro grau de familiaridade existente. Sucediam-se os comunicados militares que diariamente o Ministério da Guerra mandava publicar nos jornais. "O Serviço de Informações Públicas das Forças Armadas comunica que morreram em combate, na Província de Angola, os seguintes militares:" e seguiam-se os nomes de mais uns tantos que, naquele ano, entre a noite de Natal e a de fim de ano, não iriam aparecer na TV, a desejar festas felizes. 

Moçambique foi o teatro de operações onde morreram mais militares em combate (1.569 em 10 anos de guerra), seguindo-se Angola (1.360 em 13 anos) e a Guiné (1.342 em 11 anos). Tendo em conta a duração da guerra em cada um dos teatros de operações, as tropas portuguesas sofreram por ano 157 mortos em combate em Moçambique, 122 na Guiné e 105 em Angola. 

A cronologia que se segue pretende realçar esses treze anos da guerra de África com a exposição de alguns dos acontecimentos mais notórios ocorridos durante este período e, em paralelo, apresentar aquela que é a mais completa listagem, compilada ano a ano, de todos os que morreram nas três frentes de guerra. Dia após dia são relatados os factos do quotidiano militar nos três cenários de guerra, com especial relevo para os dias em que se registam nas forças portuguesas pelo menos duas baixas mortais em combate, procurando-se sempre que possível indicar o batalhão ou a companhia a que pertenciam esses militares. De igual modo se procede com a morte de militares de hierarquia acima de alferes ou com acidentes cuja dimensão ou impacto justificam referência. Tudo isto resulta na identificação de mais de 3.000 combatentes com dados e em moldes até agora nunca exibidos em contagens feitas às baixas em campanha. 

Em números redondos, morreram nas três guerras de África: 1 general, 2 brigadeiros, 3 coronéis, 15 tenentes-coronéis, 22 majores, 100 capitães, 40 tenentes, 300 alferes, 900 sargentos e furriéis, 1.600 cabos e 5.500 soldados e marinheiros. 

No final de cada um dos 13 anos desta cronologia estão listagens de todas as mortes ocorridas no ano em causa, ordenadas por data e expostas em separado por cada frente de combate. Com Angola a partir de 1961. Guiné a partir de 1963 e Moçambique a partir de 1964. A eventualidade de qualquer erro num projecto desta dimensão não retira a utilidade desta iniciativa enquanto instrumento de trabalho como são todas as cronologias. O que aqui fica poderá ser modesto na sua grandeza, mas é seguramente ambicioso no seu propósito: recordar e honrar os que morreram «lá longe, onde o Sol castiga mais».


Preço: 62,50€; 

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