quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Angola & História - ‘A GUERRA DESNECESSÁRIA - A Mesoptamia angolana - Ruacana’, de Mario Riba Morales - Madrid 2018;







Angola & História - A descolonização e guerra civil angolana analisada e descrita por um oficial superior cubano que cumpriu missões militares em África 


‘A GUERRA DESNECESSÁRIA - A Mesoptamia angolana - Ruacana’ 
De Mario Riba Morales 
Madrid 2018


Livro com 320 páginas.


SINOPSE: 
‘A luta anti-colonial angolana foi extremamente complexa devido ao seu quadro de lutas internas e à existência de três movimentos políticos, divididos por rivalidades tribais, ideológicas e pessoais, todos eles procurando o acesso ao poder. 

Devido a um acidente que lhe provocou um hematoma cerebral, António de Oliveira Salazar, o ditador autoritário de Portugal, foi afastado do governo em 1968 e faleceu em 1970. Na liderança do regime, foi substituído por Marcelo Caetano. 

Supostamente, dos três movimentos nacionalistas angolanos existentes à data do golpe português de 25 de abril de 1974, a UNITA, apesar de se dizer que contava com várias vezes o número de seguidores dos seus rivais, era – segundo muitas opiniões coincidentes – o movimento de libertação mais fraco no plano militar, não dispondo de armamentos suficientes, e gozava também de escassa influência política na cena internacional. 

Há quem considere que Jonas Savimbi, o líder da UNITA, perdeu os favores de Fidel Castro por duas razões: 
- as relações com Ernesto ‘Che’ Guevara a partir do Congresso da Unidade Africana em Dar es Salam, em 1965 
- as suas tendências pró-China. 

Várias fontes afirmam que os dois nunca chegaram a conhecer-se. No entanto, no livro intitulado Dulces Guerreros Cubanos, o escritor Norberto Fuentes inclui dados que me levam a concluir que ambos se conheceram no ano de 1965 e que viajaram juntos de Dar es Salam para o Cairo. 

A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), dirigida por Holden Roberto, era o mais antigo dos movimentos anticolonialistas que surgiram nas possessões portuguesas em África. 

Contava com o apoio do zairense Mobutu Sese Seko e do guineense Ahmed Sekou Touré e havia mais de uma década que a FNLA dispunha da força de combate mais bem treinada e do reconhecimento da Organização de Unidade Africana (OUA). 

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de franca tendência pró-soviética, era apoiado pelo Partido Comunista Português. 

Desde dezembro de 1973, eu encontrava-me na Guiné de Sekou Touré, integrando a tripulação executiva de um dos helicópteros MI-8 soviéticos do presidente guineense. 

Tudo parece indicar que, como consequência de não obter êxitos de destaque na luta armada contra os portugueses, a ajuda soviética ao MPLA diminuiu entre 1972 e 1974. 

Muitas opiniões recolhidas em Portugal levam-me a pensar que os comunistas portugueses estiveram de alguma forma envolvidos no golpe militar de 25 de abril e que é muito possível que os soviéticos dispusessem de informação a este respeito várias semanas antes da ocorrência dos factos. 

Durante todo o ano de 1974 que passei na Guiné, a FNLA continuava a operar nas regiões setentrionais de Angola, enquanto Agostinho Neto procurava desesperadamente manter o controlo do seu MPLA por todos os meios. Ouvi esta informação de maneira fortuita, durante uma conversa em Conacri, na Casa da Missão no 2, cubana, entre os comandantes Raúl Díaz Argüelles (na altura, chefe da 10a Direção do MINFAR) e Enrique Oropesa del Portal (chefe da Missão Militar de Cuba na República da Guiné). 

Tudo indica que, no mês de abril de 1974, Álvaro Cunhal, secretário- geral do Partido Comunista Português, efetuou uma visita a Havana, pouco antes ou talvez durante a chamada Revolução dos Cravos.

Neto reuniu-se em Bukavu, em julho de 1974, com os presidentes Marien Ngouabi do Congo-Brazzaville, Julius Nyerere, da Tanzânia, Mobutu Sese Seko, do Zaire, e Kenneth Kaunda, da Zâmbia. 

Como resultado desta reunião, os mandatários exprimiram claramente o seu apoio a Neto e condenaram as manobras de «certas forças internacionais» dentro do MPLA. É muito provável que as «certas forças internacionais» dentro do MPLA fossem as de Nito Alves. 

O congresso do MPLA realizado em Lusaca no mês de agosto de 1974 revelou-se um desastre para Neto. As contradições internas entre as diferentes fações que disputavam o poder evidenciaram que ele se encontrava em minoria, reunindo apenas 164 delegados dos 399 possíveis. 

Aparentemente, os representantes «netistas» retiraram-se do congresso como protesto contra o que consideravam uma tentativa de afastar Neto da liderança do movimento e Neto pode ter aproveitado esta situação para convocar outro congresso, no interior de Angola. 

Várias fontes dizem que, em meados de agosto de 1974, já os soviéticos tinham entregado ao MPLA armas no valor de seis milhões de dólares, através de Dar es Salam. Tinham também aberto (utilizando a chave cubana) uma nova rota através do porto congolês de Pointe-Noire, a partir do qual as armas eram transportadas em camião até ao enclave de Cabinda. Obtive esta informação porque, em 1978, esta rota continuava ainda a ser utilizada para abastecer este enclave angolano. 

O Movimento das Forças Armadas de Portugal apenas anunciou os seus planos de descolonização em agosto de 1974, quatro meses após o derrube do regime de Marcelo Caetano. 

Entre 10 e 15 de janeiro de 1975, realizaram-se no Alvor, uma pequena vila costeira do Algarve português, as negociações entre os dirigentes das três fações beligerantes. Daí que tenha sido dado o nome de Acordo do Alvor aos documentos aí assinados e que estabeleciam para 11 de novembro desse mesmo ano a data da independência de Angola. 

Até esta data, Angola foi dirigida por um Alto-Comissário português e por um governo provisório constituído pelos três movimentos.’ 



O AUTOR 
‘MARIO RIBA MORALES nasceu em Havana em 24 de setembro de 1950 em uma família de classe média. Seu pai, como muitos de seus ascendentes, pelo mesmo caminho pertencia ao serviço estrangeiro de seu país desde o começo da República. Como qualquer cubano de sua geração, ele sentiu as "costelas do Rocinante" em seus calcanhares e pegou em armas com novas canções de guerra e vitórias. Seu estágio de adolescente não diferiu do resto da juventude cubana após o triunfo revolucionário do ano de 1959. Esportista, cederista, jovem comunista. Viajo com seus pais conhecendo países como Inglaterra, Bélgica, Holanda e Espanha. Mais tarde, sendo oficial e piloto de aviação, ele visitou a Tchecoslováquia e a União Soviética. Como piloto de helicóptero, ele participou de três missões internacionalistas. Como soldado obteve o posto de tenente-coronel e recebeu, em reconhecimento de seus méritos pessoais, mais de dez condecorações, concedidas pelo Conselho de Estado da República de Cuba. Ele obteve o título de "Master of Arts" em Ciências Militares, depois de se formar como oficial de comando na Academia Superior de Aviação "Yuri Gagarin" na União Soviética, em 1983. Ele se aposentou do serviço militar ativo no mês de junho de 1992, sendo Inspetor de Aviação de Helicóptero na Seção da Força Aérea do Estado Maior da Defesa Antiaérea das Forças Armadas Revolucionárias (DAAFAR).’



Do ÍNDICE:

PRÓLOGO                                                                          
PREFÁCIO 

Capítulo 1 
Antecedestes 
Capítulo 2 
O Exercício Táctico em Campanha 
Capítulo 3 
A Rota do café                                      
Capítulo 4 
Cassinga 100        
Capítulo 5 
As Bases Aéreas e as Condições de Vida 
Capítulo 6 
Cangamba 
Capítulo 7 
Saudando Outubro 
Capítulo 8 
A Defesa de Cuíto Cuanavale 
Capítulo 9 
Etapa Final da Guerra 

EPÍLOGO 
Dados Biográficos do Autor Glossário
Bibliografia 


Preço:    0,00€; (Indisponível) 

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