terça-feira, 2 de novembro de 2021

Portugal & Ultramar - ‘QUASE MEMÓRIAS’ - 2 Volumes - de António de Almeida Santos - Lisboa 2006 - RARO;





Portugal & Ultramar - A descolonização portuguesa após a revolução de 25 de Abril de 1974, relatada pelo personagem que mais influenciou e permaneceu em todos os processos de negociações para a concessão da independência às províncias ultramarinas, em jeito de memórias personalizadas 


‘QUASE MEMÓRIAS’ - (2 Volumes) 
De António de Almeida Santos 
Edição Casa das Letras 
Lisboa 2006 

De muito difícil localização. 
RARO.

Da contracapa: 
“ESTÁ É A MINHA VERDADE ! 

Longa como as estradas da Galileia foi esta digressão pelo estertor do colonialismo e pelo dossier da descolonização.
A partir de agora, este livro deixa de ser meu.
Não faço a menor ideia de como possa ser acolhidos pela opinião pública portuguesa. Talvez agrade a alguns. Desagradará necessariamente a muitos, tão amargos são algumas das recordações que evoca.  
Mas, quem se põe a mexer na história, não pode satisfazer-se só com uma parte dela. Não pode deixar de tentar ser exaustivo, objectivo é verdadeiro. 
Esta é a minha verdade sobre o estertor do colonialismo e sobre o dossier da descolonização; sobre os mais salientes acidentes do processo revolucionário posterior a Abril que lhe determinaram o tempo, o modo e o resultado final.
Deixo ligados a tudo isso inolvidáveis momentos da minha vida. 
Nem todos agradáveis. Apesar disso, foi reconfortante recordá-los.“








I Volume 
‘QUASE MEMÓRIAS - Do Colonialismo e da Descolonização’ 
De António de Almeida Santos 

Livro com 620 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente. 

Da badana: 
“Quando, finda a descolonização, foi tempo de balanço, e os portugueses se dividiram em avaliações, identificação de causas, e imputação de culpas, e vi muitas vezes deturpada, e em consequência mal julgada, a minha intervenção no processo, prometi ao país que, no tempo oportuno, tornaria pública a minha verdade sobre esse ‘sismo’ que tanto abalou consciências e vidas. Revelações pontuais fui fazendo algumas em textos que publiquei e entrevistas que dei. Mas fui adiando, por razões que tive por válidas e até patrióticas, a revelação global da minha apreciação das coisas. Até agora, três décadas volvidas.

Porquê tanto tempo? Pela razão elementar de que a história deve servir-se sedimentada e fria. E porquê agora? Porque a história da descolonização e dos sentimentos que a sublinharam já arrefeceu o bastante, é porque fui ficando velho, e era de todo o ponto exigível que eu depusesse sobre ela antes de eu próprio arrefecer. 

O que relato neste livro é a minha verdade. Sem arranjos nem atavios. Também sem sombra de subjectivismo? Quem dera que fora assim! Filtrado pelas minhas próprias vivências - daí o título de ‘QUASE MEMÓRIAS’ - nunca em absoluto haveria de sê-lo. Penso que a história objectivamente pura é coisa que não existe. Mas afianço que tentei a máxima objectividade de que fui capaz.“ 


Do ÍNDICE: 

PARTE I 
DO COLONIALISMO 

I - BREVE EXPLICAÇÃO 
- Cumprimento de uma promessa 

II - AS RAÍZES DA MINHA ATRACÇÃO POR ÁFRICA 
- A origem de todos os começos 
- O Bispo da Beira na minha ‘estrada de Damasco’ 

III - CAUSAS REMOTAS 
- O autismo do ditador 
- O que foi, razão do que viria a ser 
- Fomos, apesar de tudo, menos maus? 
- A nossa presença em África não foi livremente consentida 
- O tráfico de escravos, doloroso pano de fundo 
- O trabalho forçado 
- A política assimilatória 
- Os sistemas jurídicos africanos 
- Ziguezagues das políticas assimilatórias e autonomistas 

IV - CAUSAS DE TEMPO DO ÓDIO 
- O nacionalismo branco 
- O nacionalismo negro 
- Do Estatuto do Indigenato e do seu óbito 
- O meu baptismo profissional de fogo contra a PIDE 
- Contactos com Marcelo Caetano 
- O general Humberto Delgado e Moçambique 
- Intervenções no Tribunal Militar 
- Elementos da PIDE projectaram assassinar-me 
- Primeiros na defesa pública da autodeterminação 
- O balão de oxigénio do luso-tropicalismo de Freyre 

V - OS AVISOS À NAVEGAÇÃO QUE O HOMEM DO LEME DESPREZOU 
- Premonição na clarividência do Bispo da Beira 
- Avisos à navegação antes do salto à retaguarda de 1930 
- Avisos à navegação anteriores ao encontro com D. Sebastião 
- Novos avisos à navegação entre 1948 e 1961 
- O ano de 1961, o de todos os avisos 

VI - OS ANOS DO FIM DO DITADOR 
- 1962: a viragem da política francesa para a Argélia 
- 1963: o início da guerra na Guiné portuguesa 
- 1964: a abertura da terceira frente, em Moçambique 
- 1965: a PIDE assassina o general Delgado 
- 1966: o folhetim do boicote à Rodésia do Sul 
- 1967: agravam-se as relações com a Santa Sé e os EUA 
- 1968: a morte de Salazar 

VII - A ‘PRIMAVERA’ QUE NÃO CHEGOU A SER 
- A frustrada tentativa de conciliar o inconciliável 
- A prova das novas eleições de 1969 
- A semântica revisão constitucional de 1971 
- O dito por não dito 
- Os sinais dos anos do fim 
- O livro ‘PORTUGAL E O FUTURO’ 
- Os dias do fim 


PARTE II 
DA DESCOLONIZAÇÃO EM GERAL 

I - OS PRIMEIROS PASSOS 
- Embriaguez e ressaca 
- Não acabaram as dificuldades 

II - A MINHA A IDENTADA DESLOCAÇÃO A ANFÍBIO E MOÇAMBIQUE 
- Em Moçambique 
- Em Angola 
- Depois do regresso 

III - A LEI 7/74, UMA REVOLUÇÃO DENTRO DE OUTRA 

IV - A LEI ‘CELERADA’ 
- A génese da Lei 
- De como vi reconhecida a minha razão 
- To quoquae, Francisco Sá Carneiro? 

V - AS DETERMINANTES DA DESCOLONIZAÇÃO 
- A embriaguez da liberdade 
- Spínola e Nixon 
- O primeiro governo provisório e a crise Palma Carlos 
- Spínola e Mobutu 
- As alterações provocadas pelo segundo governo provisório 
- Pressões internacionais na dinâmica da descolonização 
- A progressiva deterioração das Forças Armadas 
- Exemplos de verdadeiros ultimatos ao poder político 
- Os limitadores poderes dos negociadores políticos 
- Spínola e a descolonização da Guiné 
- Spínola e a descolonização de Moçambique 
- Spínola e a descolonização de Angola 

VI - O 28 DE SETEMBRO 
- Antecedentes e consequências da renúncia de Spínola 
- O novo Presidente: breve tentativa de um perfil 

VII - DO 28 DE SETEMBRO AO 11 DE MARÇO 
- O terceiro governo provisório e a descolonização 
- A polémica em torno da unidade-unicidade sindical 
- O Plano Económico Social liderado por MeloAntunes 
- Viagens a Macau e a Timor
- Tentativa frustrada de colonização cultural interna 

VIII - O 11 DE MARÇO E O QUARTO GOVERNO PROVISÓRIO 
- Um enigma nada fácil de decifrar 
- A ‘Matança da Páscoa’ 
- A vaga de nacionalizações após o 11 de Março 
- O quarto governo e a institucionalização do MFA 
- A quebra da unidade do MFA e a resistência do PS 
- O ‘Documento dos Nove’ 
- O quarto governo e a descolonização 

IX - O VERÃO QUENTE DE 1975 E O QUINTO GOVERNO PROVISÓRIO 
- O quinto governo provisório 
- O pico do ‘Verão Quente’ de 1975
Ao antecedentes 
Vasco Gonçalves empurrado pela escada a cima 
O sexto governo provisório 
Entre a posse do sexto governo provisório e o 25 de Novembro 
O 25 de Novembro 
O verdadeiro significado do 25 de Novembro 
- Quinto governo e 25 de Novembro: que descolonização? 
Angola continuava a arder 
O martirizado povo deTimor 
- O processo do chamado PREC 

X - O ‘REGRESSO DAS NAUS’ 
- Um drama recorrente nos países que descolonizaram 
- O Quadro Geral de Adidos e o IARN 
- O milagre da amizade e da solidariedade 
- O drama deixou de o ser 

XI - DETRACTORES, ACUSADORES, JULGADORES E COMPANHIA 
- Um bode expiatório dá sempre jeito 
- Passados trinta anos era tempo de dizer umas verdades 
- A tentação de culpar militares e civis revolucionários
- Responsabilidades e culpas 
- As atitudes  dos descolonizadores 
- Sentar os descolonizadores no banco dos réus 

XII - UM DETRACTOR ESPECIAL: JORGE JARDIM 
- Uma personalidade desconcertante 
- Viemos a ser amigos, apesar de adversários 
- O arrependimento de um obstinado 
- O Programa de Lusaka de Jorge Jardim 
- As acusações que me faz 

XIII - A CHAMADA GRANDE REPORTAGEM 

Índice onomástico 








II Volume 
‘QUASE MEMÓRIAS - Da Descolonização de cada Território em Particular’ 
De António de Almeida Santos 

Da badana: 
“Ter escrito este livro apaziguou-me por dentro. Assim ao jeito dos crentes que fazem à divindade uma promessa e cumprem, após recearem morrer sem a terem cumprido. Retive-o, dentro de mim, durante três longas décadas. 

Em todo esse tempo, eu e os demais agentes políticos do processo de descolonização, fomos injustamente julgados. Fomos objecto das acusações mais falsas e ocasionalmente mais torpes. Apesar disso, e de uma ou outra reacção pontual, sobretudo quando era posta em causa a minha dignidade, resisti à tentação de atitudes de desforço, ou sequer de justificação. 

Era preciso deixar arrefecer a história, isto é, os ânimos. Se as vítimas precisavam de encontrar e imolar culpados, que desempenhássemos então esse papel. Mas que se salvassem, até onde fosse possível, os mitos confortáveis da dignidade nacional e da história colectiva.“ 


Do ÍNDICE: 

I - DA DESCOLONIZAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU 
- Uma guerra já perdida 
- A verdadeira situação militar 
- A invasão da Guiné Conacri 
- O início da descolonização da Guiné 
- A segunda ronda de negociações 
- A crise Palma Carlos e a Lei 7/74 
- Terceira e última ronda de negociações 
- O protocolo do Acordo de Argel 
- O reconhecimento da República da Guiné-Bissau 
- Um estranho almoço no Palácio de Belém 
- A descolonização económica da Guiné 
- Porque não pôde correr melhor esta descolonização? 

II - DA DESCOLONIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE 
- Os primeiros passos 
- Uma violenta manifestação grevista 
- Um abraço que fez correr muita tinta 
- Um ultimato cominatório 
- A chamada ‘traição de Omar’
- O breve consulado de Soares de Melo 
- A situação degrada-se vertiginosamente 
- A situação militar em 25 de Abril de 1974 
- As cimeiras de Dar-es-Salam e de Lusaka 
- O acordo de Lusaka 
- O 7 de Setembro e a sequela de 21 de Outubro
- O Programa de Lusaka negociado por Jardim 
- O Governo de Transição e o mais que se seguiu 
- A evolução de Samora Machel 
- O Acordo de Incomati - Machel visita Portugal 
- A descolonização económica de Moçambique 
Porque não correu bem a descolonização? 

III - DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA 
- Angola não foi fácil de descolonizar 
- A autodescolonização de Angola 
- Tentações de independência branca 
- Os movimentos de libertação e o 25 de Abril 
- A primeira visita oficial a Angola 
A deteriorização avassaladora da situação 
Actos e factos políticos anteriores à descolonização 
A substituição de Silvério Marques por Rosa Coutinho 
Os encontros do Presidente Spínola com Mobutu e com Nixon 
O Programa da Junta  de Salvação Nacional 
O 28 de Setembro e a renúncia de Spínola 
O 11 de Março 
Regresso a Angola 
A negociação da paz 
Faltava reunir os três movimentos 
- O Acordo de Alvor 
Nasceu o portador de esperança 
O Acordo de Alvor não foi mau, mas a sua execução foi péssima 
- Alterações propostas aos movimentos de libertação 
Propostas ao governo de revisão do Acordo do Alvor 
- Com Melo Antunes em Angola 
- Melo Antunes de novo em Angola 
- Confrontação violenta e guerra civil aberta 
História dramática e cara com vidas humanas 
Guerra civil total 
A caminho do ponto de que não há regresso 
A batalha final e a declaração de independência 
As pontes marítima e aérea 

IV - DA DESCOLONIZAÇÃO DE CABO VERDE 
- Dificuldades mesmo onde não houve guerra 
- A união Guiné-Cabo Verde morreu com Cabral? 
- Como foi substituído o novo governador 
- O segundo ultimato 
- O acordo de descolonização 
- O consulado do Alto Comissário Almeida d’Eça 

V - DA DESCOLONIZAÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 
- A imprevista dor de cabeça 
- Acções desestabilizadoras e anarquizantes 
- A memória do massacre de Batepá 
- O Acordo de Argel. Pires Veloso Alto Comissário 
- O governo de Transição e a paz cívica que não chegou a haver 
- Que futuro? 

VI - DA DESCOLONIZAÇÃO DE DE TIMOR 
- Timor, o caso que mais dói 
- O meu papel como frustrado descolonizador 
- Visitas a Timor, à Austrália e à Indonésia 
Visita a Timor Leste 
Visita à Austrália e à Indonésia 
Regresso a Lisboa e posse do governador Lemos Pires 
- O consulado do governador Lemos Pires 
A intervenção da ONU e o encontro de Londres com a Indonésia 
O 11 de Março e a descolonização de Timor 
- A Cimeira de Macau e acordo de descolonização 
- Golpe da UDT e o que se lhe seguiu e não seguiu 
O estranho caso do tenente-coronel Magiollo Gouveia 
A guerra civil entre a UDT e a FRETILIN 
Algumas conclusões do ‘Relatório Riscado’ 
- Já sem nada a ver com a descolonização, voltei 
As visitas da delegação à ilha de Atauro 
A invasão de Timor pelas forças indonésias 
O ‘Relatório da ONU’ sobre os acontecimentos de Timor 
- O segundo Massacre no cemitério de Santa Cruz 
A saga do heroísmo do povo de Timor 
Após a invasão Indonésia, Portugal portou-se bem 

VII - DA (não) DESCOLONIZAÇÃO DE MACAU 
- Visita a Macau em Outubro de 1974 
- Não faltou quem pretendesse descolonizar Macau 
- Um imprevisto ‘julgamento’ 
- O delicado problema de substituir o governador 
- O adeus a Macau 


EPÍLOGO 
- Não houve descolonizações perfeitas 
- Às vezes, os políticos cumprem as promessas 
- A descolonização não foi a tragédia que se apregoa 
- Esta é a minha verdade 

Notas Biográficas 
Índice onomástico 


Preço: 77,50€; 

Sem comentários:

Enviar um comentário

APÓS A SUA MENSAGEM INDIQUE O SEU E-MAIL E CONTACTO TELEFÓNICO
After your message, please leave your e-mail address or other contact.