Portugal & Ultramar - A descolonização portuguesa após a revolução de 25 de Abril de 1974, relatada pelo personagem que mais influenciou e permaneceu em todos os processos de negociações para a concessão da independência às províncias ultramarinas, em jeito de memórias personalizadas
‘QUASE MEMÓRIAS’ - (2 Volumes)
De António de Almeida Santos
Edição Casa das Letras
Lisboa 2006
De muito difícil localização.
RARO.
Da contracapa:
“ESTÁ É A MINHA VERDADE !
Longa como as estradas da Galileia foi esta digressão pelo estertor do colonialismo e pelo dossier da descolonização.
A partir de agora, este livro deixa de ser meu.
Não faço a menor ideia de como possa ser acolhidos pela opinião pública portuguesa. Talvez agrade a alguns. Desagradará necessariamente a muitos, tão amargos são algumas das recordações que evoca.
Mas, quem se põe a mexer na história, não pode satisfazer-se só com uma parte dela. Não pode deixar de tentar ser exaustivo, objectivo é verdadeiro.
Esta é a minha verdade sobre o estertor do colonialismo e sobre o dossier da descolonização; sobre os mais salientes acidentes do processo revolucionário posterior a Abril que lhe determinaram o tempo, o modo e o resultado final.
Deixo ligados a tudo isso inolvidáveis momentos da minha vida.
Nem todos agradáveis. Apesar disso, foi reconfortante recordá-los.“
I Volume
‘QUASE MEMÓRIAS - Do Colonialismo e da Descolonização’
De António de Almeida Santos
Livro com 620 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
Da badana:
“Quando, finda a descolonização, foi tempo de balanço, e os portugueses se dividiram em avaliações, identificação de causas, e imputação de culpas, e vi muitas vezes deturpada, e em consequência mal julgada, a minha intervenção no processo, prometi ao país que, no tempo oportuno, tornaria pública a minha verdade sobre esse ‘sismo’ que tanto abalou consciências e vidas. Revelações pontuais fui fazendo algumas em textos que publiquei e entrevistas que dei. Mas fui adiando, por razões que tive por válidas e até patrióticas, a revelação global da minha apreciação das coisas. Até agora, três décadas volvidas.
Porquê tanto tempo? Pela razão elementar de que a história deve servir-se sedimentada e fria. E porquê agora? Porque a história da descolonização e dos sentimentos que a sublinharam já arrefeceu o bastante, é porque fui ficando velho, e era de todo o ponto exigível que eu depusesse sobre ela antes de eu próprio arrefecer.
O que relato neste livro é a minha verdade. Sem arranjos nem atavios. Também sem sombra de subjectivismo? Quem dera que fora assim! Filtrado pelas minhas próprias vivências - daí o título de ‘QUASE MEMÓRIAS’ - nunca em absoluto haveria de sê-lo. Penso que a história objectivamente pura é coisa que não existe. Mas afianço que tentei a máxima objectividade de que fui capaz.“
Do ÍNDICE:
PARTE I
DO COLONIALISMO
I - BREVE EXPLICAÇÃO
- Cumprimento de uma promessa
II - AS RAÍZES DA MINHA ATRACÇÃO POR ÁFRICA
- A origem de todos os começos
- O Bispo da Beira na minha ‘estrada de Damasco’
III - CAUSAS REMOTAS
- O autismo do ditador
- O que foi, razão do que viria a ser
- Fomos, apesar de tudo, menos maus?
- A nossa presença em África não foi livremente consentida
- O tráfico de escravos, doloroso pano de fundo
- O trabalho forçado
- A política assimilatória
- Os sistemas jurídicos africanos
- Ziguezagues das políticas assimilatórias e autonomistas
IV - CAUSAS DE TEMPO DO ÓDIO
- O nacionalismo branco
- O nacionalismo negro
- Do Estatuto do Indigenato e do seu óbito
- O meu baptismo profissional de fogo contra a PIDE
- Contactos com Marcelo Caetano
- O general Humberto Delgado e Moçambique
- Intervenções no Tribunal Militar
- Elementos da PIDE projectaram assassinar-me
- Primeiros na defesa pública da autodeterminação
- O balão de oxigénio do luso-tropicalismo de Freyre
V - OS AVISOS À NAVEGAÇÃO QUE O HOMEM DO LEME DESPREZOU
- Premonição na clarividência do Bispo da Beira
- Avisos à navegação antes do salto à retaguarda de 1930
- Avisos à navegação anteriores ao encontro com D. Sebastião
- Novos avisos à navegação entre 1948 e 1961
- O ano de 1961, o de todos os avisos
VI - OS ANOS DO FIM DO DITADOR
- 1962: a viragem da política francesa para a Argélia
- 1963: o início da guerra na Guiné portuguesa
- 1964: a abertura da terceira frente, em Moçambique
- 1965: a PIDE assassina o general Delgado
- 1966: o folhetim do boicote à Rodésia do Sul
- 1967: agravam-se as relações com a Santa Sé e os EUA
- 1968: a morte de Salazar
VII - A ‘PRIMAVERA’ QUE NÃO CHEGOU A SER
- A frustrada tentativa de conciliar o inconciliável
- A prova das novas eleições de 1969
- A semântica revisão constitucional de 1971
- O dito por não dito
- Os sinais dos anos do fim
- O livro ‘PORTUGAL E O FUTURO’
- Os dias do fim
PARTE II
DA DESCOLONIZAÇÃO EM GERAL
I - OS PRIMEIROS PASSOS
- Embriaguez e ressaca
- Não acabaram as dificuldades
II - A MINHA A IDENTADA DESLOCAÇÃO A ANFÍBIO E MOÇAMBIQUE
- Em Moçambique
- Em Angola
- Depois do regresso
III - A LEI 7/74, UMA REVOLUÇÃO DENTRO DE OUTRA
IV - A LEI ‘CELERADA’
- A génese da Lei
- De como vi reconhecida a minha razão
- To quoquae, Francisco Sá Carneiro?
V - AS DETERMINANTES DA DESCOLONIZAÇÃO
- A embriaguez da liberdade
- Spínola e Nixon
- O primeiro governo provisório e a crise Palma Carlos
- Spínola e Mobutu
- As alterações provocadas pelo segundo governo provisório
- Pressões internacionais na dinâmica da descolonização
- A progressiva deterioração das Forças Armadas
- Exemplos de verdadeiros ultimatos ao poder político
- Os limitadores poderes dos negociadores políticos
- Spínola e a descolonização da Guiné
- Spínola e a descolonização de Moçambique
- Spínola e a descolonização de Angola
VI - O 28 DE SETEMBRO
- Antecedentes e consequências da renúncia de Spínola
- O novo Presidente: breve tentativa de um perfil
VII - DO 28 DE SETEMBRO AO 11 DE MARÇO
- O terceiro governo provisório e a descolonização
- A polémica em torno da unidade-unicidade sindical
- O Plano Económico Social liderado por MeloAntunes
- Viagens a Macau e a Timor
- Tentativa frustrada de colonização cultural interna
VIII - O 11 DE MARÇO E O QUARTO GOVERNO PROVISÓRIO
- Um enigma nada fácil de decifrar
- A ‘Matança da Páscoa’
- A vaga de nacionalizações após o 11 de Março
- O quarto governo e a institucionalização do MFA
- A quebra da unidade do MFA e a resistência do PS
- O ‘Documento dos Nove’
- O quarto governo e a descolonização
IX - O VERÃO QUENTE DE 1975 E O QUINTO GOVERNO PROVISÓRIO
- O quinto governo provisório
- O pico do ‘Verão Quente’ de 1975
Ao antecedentes
Vasco Gonçalves empurrado pela escada a cima
O sexto governo provisório
Entre a posse do sexto governo provisório e o 25 de Novembro
O 25 de Novembro
O verdadeiro significado do 25 de Novembro
- Quinto governo e 25 de Novembro: que descolonização?
Angola continuava a arder
O martirizado povo deTimor
- O processo do chamado PREC
X - O ‘REGRESSO DAS NAUS’
- Um drama recorrente nos países que descolonizaram
- O Quadro Geral de Adidos e o IARN
- O milagre da amizade e da solidariedade
- O drama deixou de o ser
XI - DETRACTORES, ACUSADORES, JULGADORES E COMPANHIA
- Um bode expiatório dá sempre jeito
- Passados trinta anos era tempo de dizer umas verdades
- A tentação de culpar militares e civis revolucionários
- Responsabilidades e culpas
- As atitudes dos descolonizadores
- Sentar os descolonizadores no banco dos réus
XII - UM DETRACTOR ESPECIAL: JORGE JARDIM
- Uma personalidade desconcertante
- Viemos a ser amigos, apesar de adversários
- O arrependimento de um obstinado
- O Programa de Lusaka de Jorge Jardim
- As acusações que me faz
XIII - A CHAMADA GRANDE REPORTAGEM
Índice onomástico
II Volume
‘QUASE MEMÓRIAS - Da Descolonização de cada Território em Particular’
De António de Almeida Santos
Da badana:
“Ter escrito este livro apaziguou-me por dentro. Assim ao jeito dos crentes que fazem à divindade uma promessa e cumprem, após recearem morrer sem a terem cumprido. Retive-o, dentro de mim, durante três longas décadas.
Em todo esse tempo, eu e os demais agentes políticos do processo de descolonização, fomos injustamente julgados. Fomos objecto das acusações mais falsas e ocasionalmente mais torpes. Apesar disso, e de uma ou outra reacção pontual, sobretudo quando era posta em causa a minha dignidade, resisti à tentação de atitudes de desforço, ou sequer de justificação.
Era preciso deixar arrefecer a história, isto é, os ânimos. Se as vítimas precisavam de encontrar e imolar culpados, que desempenhássemos então esse papel. Mas que se salvassem, até onde fosse possível, os mitos confortáveis da dignidade nacional e da história colectiva.“
Do ÍNDICE:
I - DA DESCOLONIZAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU
- Uma guerra já perdida
- A verdadeira situação militar
- A invasão da Guiné Conacri
- O início da descolonização da Guiné
- A segunda ronda de negociações
- A crise Palma Carlos e a Lei 7/74
- Terceira e última ronda de negociações
- O protocolo do Acordo de Argel
- O reconhecimento da República da Guiné-Bissau
- Um estranho almoço no Palácio de Belém
- A descolonização económica da Guiné
- Porque não pôde correr melhor esta descolonização?
II - DA DESCOLONIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
- Os primeiros passos
- Uma violenta manifestação grevista
- Um abraço que fez correr muita tinta
- Um ultimato cominatório
- A chamada ‘traição de Omar’
- O breve consulado de Soares de Melo
- A situação degrada-se vertiginosamente
- A situação militar em 25 de Abril de 1974
- As cimeiras de Dar-es-Salam e de Lusaka
- O acordo de Lusaka
- O 7 de Setembro e a sequela de 21 de Outubro
- O Programa de Lusaka negociado por Jardim
- O Governo de Transição e o mais que se seguiu
- A evolução de Samora Machel
- O Acordo de Incomati - Machel visita Portugal
- A descolonização económica de Moçambique
- Porque não correu bem a descolonização?
III - DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA
- Angola não foi fácil de descolonizar
- A autodescolonização de Angola
- Tentações de independência branca
- Os movimentos de libertação e o 25 de Abril
- A primeira visita oficial a Angola
A deteriorização avassaladora da situação
Actos e factos políticos anteriores à descolonização
A substituição de Silvério Marques por Rosa Coutinho
Os encontros do Presidente Spínola com Mobutu e com Nixon
O Programa da Junta de Salvação Nacional
O 28 de Setembro e a renúncia de Spínola
O 11 de Março
Regresso a Angola
A negociação da paz
Faltava reunir os três movimentos
- O Acordo de Alvor
Nasceu o portador de esperança
O Acordo de Alvor não foi mau, mas a sua execução foi péssima
- Alterações propostas aos movimentos de libertação
Propostas ao governo de revisão do Acordo do Alvor
- Com Melo Antunes em Angola
- Melo Antunes de novo em Angola
- Confrontação violenta e guerra civil aberta
História dramática e cara com vidas humanas
Guerra civil total
A caminho do ponto de que não há regresso
A batalha final e a declaração de independência
As pontes marítima e aérea
IV - DA DESCOLONIZAÇÃO DE CABO VERDE
- Dificuldades mesmo onde não houve guerra
- A união Guiné-Cabo Verde morreu com Cabral?
- Como foi substituído o novo governador
- O segundo ultimato
- O acordo de descolonização
- O consulado do Alto Comissário Almeida d’Eça
V - DA DESCOLONIZAÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
- A imprevista dor de cabeça
- Acções desestabilizadoras e anarquizantes
- A memória do massacre de Batepá
- O Acordo de Argel. Pires Veloso Alto Comissário
- O governo de Transição e a paz cívica que não chegou a haver
- Que futuro?
VI - DA DESCOLONIZAÇÃO DE DE TIMOR
- Timor, o caso que mais dói
- O meu papel como frustrado descolonizador
- Visitas a Timor, à Austrália e à Indonésia
Visita a Timor Leste
Visita à Austrália e à Indonésia
Regresso a Lisboa e posse do governador Lemos Pires
- O consulado do governador Lemos Pires
A intervenção da ONU e o encontro de Londres com a Indonésia
O 11 de Março e a descolonização de Timor
- A Cimeira de Macau e acordo de descolonização
- Golpe da UDT e o que se lhe seguiu e não seguiu
O estranho caso do tenente-coronel Magiollo Gouveia
A guerra civil entre a UDT e a FRETILIN
Algumas conclusões do ‘Relatório Riscado’
- Já sem nada a ver com a descolonização, voltei
As visitas da delegação à ilha de Atauro
A invasão de Timor pelas forças indonésias
O ‘Relatório da ONU’ sobre os acontecimentos de Timor
- O segundo Massacre no cemitério de Santa Cruz
A saga do heroísmo do povo de Timor
Após a invasão Indonésia, Portugal portou-se bem
VII - DA (não) DESCOLONIZAÇÃO DE MACAU
- Visita a Macau em Outubro de 1974
- Não faltou quem pretendesse descolonizar Macau
- Um imprevisto ‘julgamento’
- O delicado problema de substituir o governador
- O adeus a Macau
EPÍLOGO
- Não houve descolonizações perfeitas
- Às vezes, os políticos cumprem as promessas
- A descolonização não foi a tragédia que se apregoa
- Esta é a minha verdade
Notas Biográficas
Índice onomástico
Preço: 77,50€;
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