Portugal & Ultramar - PREC & Descolonização - Uma vida atribulada e não menos aventureira, do 7 de Setembro em Lourenço Marques, a prisioneiro da FRELIMO recambiado para Nachingwea junto com Joana Simeão, do Sul de Angola enquadrado no Esquadrão Chipenda ao PREC em Lisboa, com atentados bombistas e fugas espectaculares das prisões portuguesas...
‘O PUTO - Autópsia dos ventos da liberdade’
De Ricardo de Saavedra
Edição Quetzal
Lisboa 2014
Livro com 508 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
De muito difícil localização.
RARO.
Na capa:
“Nos anos da revolução, este homem participou em atentados que puseram o país a ferro e fogo. A voz do comandante Paulo, o ‘Puto’, ouve-se agora pela primeira vez. E conta tudo.“
SOBRE O LIVRO A TEMÁTICA E O AUTOR:
“Os dias do fim de Portugal em África e os primeiros tempos da descolonização portuguesa preenchem a maior parte da obra literária de Ricardo de Saavedra. Sejam reportagem, conto, romance ou poesia, alguns dos seus livros tiveram várias edições, e poemas seus constam de antologias organizadas sobre o tema. Mas o documentário que enforma ‘O PUTO’ pode considerar-se o corolário da carreira do jornalista que viveu em Moçambique, África do Sul e Portugal. Em todas as páginas se respira a persistência do repórter inquisitivo, cimentada pela experiência do veterano editor e director que foi de jornais e revistas.
Com a chancela da Quetzal, Ricardo de Saavedra publicou, em 2012, a biografia de António Manuel Couto Viana intitulada ‘MEMORIAL DO CORAÇÃO - Conversa a quatro mãos’.“
Da contracapa:
“Aos 17 anos foi bater à porta da tropa para ser comando e o lendário capitão Jaime Neves chamou-lhe ‘Puto’. E ‘Puto’ ficou. Depois participou no 7 de Setembro de 1974, naquele que ficou conhecido pelo ‘último grito de portugalidade’ em África. O grito marcou-o de tal forma que nunca mais sossegou. Prenderam-no, e evadiu-se da penitenciária. Voltaram a prendê-lo, e fugiu da Tanzânia antes de ser fuzilado. De refugiado na África do Sul seguiu para Angola com um grupo. Assaltaram quartéis para obter armas, formaram um esquadrão chamado Chipenda, conquistaram cidades após cidades para a FNLA. Aí deixou de ser ‘Puto’ para ser Paulo, comandante Paulo. Porque ‘Puto’ era o nome carinhoso que os angolanos davam à Metrópole. Colaborou na evacuação de Moçâmedes e ia morrendo à sede no deserto. A seguir, o ‘Puto’ e os outros vieram para o Puto. Queriam apresentar a factura. E foi a altura dos atentados bombistas, uns atrás dos outros, até voltar a ser preso e condenado, primeiro a 16 e no final a 34 anos de cadeia. Mas nem o ‘Puto’ nem o Paulo eram de ficar presos. Cavaram um túnel na segunda mais segura cadeia da Europa, em Alcoentre, e dali escaparam 131 prisioneiros, na maior fuga de que no Ocidente há notícia.“
“Ricardo de Saavedra entrevistou o Paulo, em Joanesburgo, em 1979, e escondeu as cassetes. Agora, apagou a perguntas, apurou o texto e dá-nos um relato impressionante, mais vivo que qualquer romance, onde a realidade ultrapassa a mais incrível das ficções. Onde a realidade dói e a leitura é imparável.”
Do ÍNDICE:
UMA HISTÓRIA NO TEMPO CERTO
Por Óscar Mascarenhas
PREÂMBULO - O Contrato
I. - ASSIM NASCEU O PUTO
- marginalia a) O soldado que perdeu as botas
II. - PRESO À MALPATA DO 10B
- marginalia b) A conversa explicada
III. - NO CAMPO DE MORTE DE NACHINGWEA
IV. - VÊ DE VICENTE E DE VINGANÇA
- marginalia c) Sentenciados depois de mortos
V. - ÀS ARMAS
VI. - UM ESQUADRÃO CHAMADO CHIPENDA
- marginalia d) O que foi comprar cigarros
VII. - MATADOURO VIRA FORTALEZA
VIII. - O IMPOSSÍVEL POR PRÉMIO
- marginalia e) Quanto tempo ficarão?
IX. - LEVAR A ESPERANÇA A MOÇÂMEDES
- marginalia f) Viragem na guerra civil
X. - ALGUÉM LIXOU A GUERRA
- marginalia g) Milhares fazem-se ao mar
XI. - A GRANDE MARCHA NO DESERTO
XII. - GATOS SELVAGENS AMESTRADOS
XIII. - DESTINO: A PÁTRIA MADRASTA
- marginalia h) O desmoronar de todas as frentes
XIV. - TERRORISMO URBANO POR FACTURA
- marginalia i) Onde está o mistério?
XV. - PRISIONEIRO QUASE À SOLTA
- marginalia j) Propostas para calar Oneto
XVI. - TRÊS BOMBAS PARA SER LIVRE
XVII. - MOTIM DE CUSTÓIAS PEDE JUSTIÇA
- marginalia l) Pinto apresenta a factura
XVIII. - 101 DIAS DE SEGREDO
XIX. - O TÚNEL DA LIBERDADE
XX. - DIÁRIO PARA OS DIAS DE AMANHÃ
- marginalia m) Volta, ‘Puto’, estás perdoado
Agradecimentos
Siglas, estrangeirismos e calão
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