quinta-feira, 1 de abril de 2021

Descolonização - ‘MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA’, de Jorge Jardim - Brasil 1976 - MUITO RARO;










Moçambique & História - A descolonização participada e influenciada por Jorge Jardim após a revolução de 25 de Abril de 1974 e as suas movimentações com os líderes dos países limítrofes na procura de uma solução que englobasse todas as sensibilidades políticas moçambicanas 


'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA'
De Jorge Jardim 
Edição Portugália
Brasil, rio de Janeiro - 1976


Livro com 470 páginas e insere a reprodução e transcrição de inúmeros documentos. 
Em excelente estado de conservação.
De muito, muito difícil localização.
MUITO, MUITO RARO. 


Da contra-capa:
"Para o grande público, quem é Jorge Jardim?
Que é este homem que foi apresentado à opinião pública portuguesa como altamente perigoso?
Em Julho de 1974, poderia ler-se na imprensa portuguesa que as Forças Armadas em Moçambique tinham recebido instruções para capturar ou abater o eng. Jorge Jardim... Estas instruções haviam sido emitidas pelo General Costa Gomes.
Figura lendária e contorversa em todo o ultramar, sobretudo a partir de 1961 com o eclodir da guerra de Angola, Jardim viu-se perseguido e obrigado a fugir de Portugal após o golpe militar de '25 de Abril'. Fuga que aliás, descreve em algumas das mais emocionantes páginas de 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', onde diz, a certa altura: 'Quero voltar ainda a Moçambique, para em Moçambique morrer. Pertenço àquela terra'.
Este é o grito do autor, expresso nesta obra, mas é também o grito de muitos milhares de homens e mulheres de Angola, Moçambique e Guiné que foram obrigados a fugir do ultramar português, vítimas de uma descolonização traiçoeira."




Do ÍNDICE: 

NOTÍCIA SOBRE O AUTOR 
INTRODUÇÃO
- TODOS TÊM O DIREITO DE SABER
- UMBONI
- MEU AMIGO DR. BANDA:
Convivência, Diálogo e Entendimento
Entre Banda e Salazar 

- MISSÕES E ENCONTROS:
Peking ou Moscovo;
Batendo a todas as portas;
- O 'PROGRAMA DE LUSAKA':
As propostas do Dr. Kaunda;
Paz para todos sem desonra para alguém;
- A LUTA NA FRENTE INTERNA
Para servir Moçambique;
O último Natal no Dondo;
- INÍCIO DO ENFRENTAMENTO:
Tudo começou na Beira;
Planeando a descolonização;
- ÚLTIMAS SEMANAS DE UM REGIME:
Hesitação e recuo;
Ofensiva desencadeada;
- AS FLORES MURCHAM DEPRESS:
Razões de esperança;
Novo abuso de confiança;
Mentira, cerco e fuga;
- RETOMANDO A LUTA:
Perseguição e atropelos;
Regresso a África;
Paz verdadeira, guerra inventada;
- NOS BASTIDORES DA INDEPENDÊNCIA:
Escândalo diplomático;
Viragem histórica;
Manobras de abordagem;
- ILUSÕES PERDIDAS:
Bodes expiatórios;
Aqui Moçambique Livre;
- TEMPO DE TRANSIÇÃO:
Entre baixios e baixezas;
Até ao fim;
- INDEPENDÊNCIA ROUBADA:
República Popular de Moçambique;
- JUÍZO FINAL:
Serenamente e sem ódio;
- CONSTRUIREMOS O MOÇAMBIQUE NOVO
- DOCUMENTOS ANEXOS:
1. - Proposta do Presidente Kaunda da Zâmbia, formulada em Lusaka no dia 24 de Julho de 1973;
2. - Tradução da proposta do Presidente Kaunda;
3. - Versão original do 'PROGRAMA DE LUSAKA', aprovada por Kaunda em 11 de Setembro de 1973, e redigida com Mark Chona;
4. - Tradução do 'PROGRAMA DE LUSAKA';
5. - Dedicatória do Presidente Kaunda à Cramo;
6. - Carta enviada ao General Costa Gomes, acompanhada pelas minutas das cartas a dirigir aos Presidentes Banda e Kaunda;
7. - Carta recebida do General Costa Gomes , com as minutas censuradas;
8. - Tradução das minutas das cartas destinadas aos Presidentes Banda e Kaunda;
9. - ACORDO SAMORA MACHEL - MELO ANTUNES (Assinado em Lusaka em 7 de Setembro de 1974, segundo a versão que nos foi remetida pela Presidência da República da Zâmbia).



JORGE PEREIRA JARDIM (Lisboa, 1919/1982)
Foi um engenheiro agrónomo português e empresário em Moçambique, Secretário de Estado num governo de Oliveira Salazar.

Foi amigo pessoal de Ian Smith, primeiro-ministro da Rodésia (actual Zimbabwe), e do presidente Hastings Kamuzu Banda, do Malawi. Ainda antes do 25 de Abril de 1974, tentou pela via diplomática resolver a independência de Moçambique, apresentando o seu 'PROGRAMA DE LUSAKA', posteriormente substituído pelo 'Acordo de Lusaka', a seguir a conversações entre o governo português e a FRELIMO (movimento que lutava pela independência), assinado em 07 de Setembro de 1974.

Originalmente, o Plano de Lusaka previa a independência de Moçambique sem a entrega unilateral do poder à Frelimo. 

Joaquim Chissano, na altura responsável pelos serviços de segurança da Frelimo, soube em Lusaka dos planos de Jardim. Contudo, desconfiava que este estivesse envolvido nos massacres de Wiryamu: Jardim visitara o local para se aperceber da dimensão da tragédia e julga-se que terá sido precisamente devido a posterior contacto com Marcello Caetano que este, na posse de informações de Jardim, terá dado fim à carreira do general Kaúlza de Arriaga, comandante militar das forças coloniais em Moçambique.

A 15 de Abril de 1952 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo e a 26 de Junho de 1962 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Império.

Jorge Pereira Jardim chegou a ser denominado o 'Lawrence de África'. De fato, aprendeu, durante 22 anos, a "sentir e pensar Moçambique" segundo as mais variadas facetas da sua admirável personalidade, entre as quais se contam a de agrónomo, soldado e diplomata, assim como a de jornalista, piloto aviador e pára-quedista.

É hoje, pelo menos para as novas gerações, uma figura praticamente desconhecida em Portugal, mas controversa e incontornável, quanto mais não seja por ter denunciado em 'MOÇAMBIQUE, TERRA QQUEIMADA', os aspectos e os acontecimentos mais sinistros que deram lugar, por via do "processo revolucionário" do pós-25 de Abril de 74, à tão propalada e propagandeada descolonização "exemplar".



BIBLIOGRAFIA:
- 'PARA SERVIR MOÇAMBIQUE', de Jorge Pereira Jardim - Lisboa 1959;
- 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', de Jorge Pereira Jardim - Lisboa 1976;
- 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', de Jorge Pereira Jardim - Brasil 1976;
- 'RODÉSIA - O ESCÂNDALO DAS SANÇÕES', de Jorge Pereira Jardim - Braga 1978;


E sobre Jorge Jardim:
- Semanário 'O PAÍS', n.º 28, de 16 de Julho de 1976 ('FRENTE A FRENTE: Jorge Jardim - Vítor Crespo'); 
- Semanário 'O SOL', n.º 6, de 13 de Abril de 1976 (Entrevista de Jorge Jardim em Espanha após a fuga de Lisboa);
- Revista 'O SÉCULO ILUSTRADO', n.º 1.908, de 03 de Agosto de 1974 (Jorge Jardim em entrevista); 
- Livro 'JORGE JARDIM - O AGENTE SECRETO', de José Freire Antunes - Lisboa 1996;
- Revista 'VISÃO', n.º 448, de 29 de Novembro de 2012 ('AS OPERAÇÕES MAIS PERIGOSAS DO AGENTE SECRETO DE SALAZAR');


Preço: 75,00€; 

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