Moçambique & Cultura - Escritor e intelectual nascido na Ilha de Moçambique, com uma vasta obra editada entre os contos e a poesia, toda a sua obra é de uma profunda moçambicanidade
‘SOBRE A LITERATURA MOÇAMBICANA’
De Orlando Mendes
Edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco
Maputo 1982
Livro com 192 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
SINOPSE:
“Escritor moçambicano, Orlando Marques de Almeida Mendes nasceu a 4 de agosto de 1916, na ilha de Moçambique.
Licenciou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra, onde foi assistente e onde se revelou poeta e prosador. Pertenceu aos quadros dos Serviços de Agricultura, foi fitopatologista e Funcionário do Ministério da Saúde.
Profundamente influenciado pelo neorrealismo português, o poeta, romancista, dramaturgo, crítico literário, colaborou em diversos jornais moçambicanos e estrangeiros e produziu uma vasta obra literária, como:
- ‘Trajetória’ (1940);
- ‘Portagem’.(1966);
- ‘Um minuto de Silêncio’ (1970);
- ‘A Fome das Larvas’ (1975);
- ‘Papá Operário mais Seis Histórias’ (1983);
- ‘Sobre Literatura Moçambicana’ (1982), entre outros.
Recebeu o prémio Fialho de Almeida, o dos Jogos Florais da Universidade de Coimbra (1946) e o primeiro Prémio de Poesia no concurso literário da Câmara Municipal de Lourenço Marques.
Em 1990, Orlando Mendes faleceu em Maputo.”
BIOGRAFIA:
“ORLANDO MENDES (1916 Ilha de Moçambique - 1990 Maputo)
Orlando Mendes (também Osvaldo Mossuril e Zeferino A. Nhacale), de nome Orlando Marques de Almeida Mendes, nasceu na Ilha de Moçambique, a 4 de Agosto de 1916, e morreu em 1990, em Maputo. Mendes foi um eclético escritor, tendo publicado poesia, romance, teatro, crítica literária, ensaios e infanto-juvenis. A sua imensa e diversificada produção literária, influenciada, no início, pelo pragmatismo do neo-realismo do movimento de Presença, é caracterizada ideologicamente pelo esforço de instauração de um espaço literário nacional, como constata Agostinho Goenha.
Em Lourenço Marques (agora Maputo), Orlando Mendes frequenta até o sétimo ano do Liceu. Até 1944, é funcionário dos Serviços de Fazenda, quando segue para Portugal, onde licenciou-se em Ciências Biológicas, pela Universidade de Coimbra. Exerceu, ainda na universidade, funções de Assistente de Botânica. Regressado a Moçambique, em 1951, passa a pertencer ao quadro de funcionários dos Serviços de Agricultura de Moçambique, e depois, a exercer funções de investigador de medicina tradicional, no Ministério da Saúde. Nos últimos anos de sua vida, foi redactor na revista ‘TEMPO’.
A estreia de Orlando Mendes acontece em 1940, com ‘Trajectória’ (edição de autor), tendo depois publicado ‘Clima’ (1951), ‘Carta do Capaz da Estrada’ (1960), ‘Depois do 7º Dia’ (1963), ‘Portanto Eu vos Escrevo’ (1964), ‘Portagem’ (1966), ‘Véspera Confiada’ (1968), ‘Um minuto de Silêncio’ (1970), ‘Adeus de Gutucumbui’ (1974), ‘A Fome das Larvas’ (1975), ‘País Emerso I’ (1975), ‘País Emerso II’ (1976), ‘Produção Com que Aprendo’ (1978), ‘Lume florindo na forja’ (1980), ‘Sobre Literatura Moçambicana’ (1982), ‘Papá Operário mais Seis Histórias’ (1983), ‘As faces visitadas’ (1985), ‘O menino que não crescia’ (1986), ‘Telefonemas a calhar e outros contos’ (1995) e ‘Minda’ (2001), publicado postumamente pela Associação dos Escritores Moçambicanos.
Orlando Mendes teve colaboração literária dispersa em jornais e revistas como ‘Itinerário’, ‘Tempo’, ‘Voz de Moçambique’, ‘A Tribuna”, kCaliban’, ‘Notícias’, ‘Charrua e Forja’, de Moçambique; e ‘Vértice’, ‘O Diabo’, ‘Mundo Literário’, ‘Seara Nova’, ‘Colóquio/Letras’ e ‘África’, de Portugal. Está, também, representado em inúmeras antologias de poesia e prosa. Recebeu, durante o seu percurso, o ‘Prémio Fialho de Almeida’, dos Jogos Florais da Universidade de Coimbra, em 1946, e o primeiro prémio de poesia no Concurso Literário da Câmara Municipal de Lourenço Marques, em 1953.
Depois da Independência e até a sua morte, Mendes promoveu a literatura moçambicana, dirigiu a Associação dos Escritores Moçambicanos e teve sempre uma participação cultural muito activa.
NACIONALISMO E LITERATURA
A extensa produção literária de Orlando Mendes não se insere, como aponta a crítica, no proto-nacionalismo de Noronha ou Noémia, no ‘elogio da moçambicanidade’, por assim dizer, e muito menos no movimento de ‘ex-colonização da literatura’, preocupação de Rui Nogar e José Craveirinha, entretanto, ela [a produção] é, de certo modo, de denúncia e de revolução, então, uma produção continuadora. Embora seja imensamente associado ao neo-realismo português, Mendes – que durante a sua estada em Portugal terá tido contacto com escritores como Afonso Duarte, Armindo Rodrigues, Miguel Torga, Fernando Namora, Jorge Amado, José Lins do Rêgo, Érico Veríssimo, etc. – recusava-se a pertencer a uma corrente, afirmando que a sua literatura era uma ‘expressão anticolonialista’.
A obra de Orlando Mendes é, quase toda ela, ‘assombrada’ por um engajamento e exaltação com/do nacional, ele insurge-se, busca ‘contundir o inimigo’ com o seu levantamento social, vertentes que, aliás, compõem o que Agostinho Goenha chama de ‘concepção marxista do fenómeno literário’.
O seu projecto poético, ideológico nos últimos anos, é tenso, e no dizer de Alfredo Margarido, uma mescla de ‘denúncia de alienação do Homem’ - negro ou branco (vide. Portagem) – e o enganchamento dos grupos étnicos moçambicanos. A obra de Mendes (poesia e prosa) é também identificada pelos traços de oralidade, ele funde o português elegante com o português local, ajuntando os chamados moçambicanismos.
Para vários pesquisadores, a obra de Orlando Mendes é indispensável para o desenvolvimento e para o estudo da literatura em Moçambique.”
Preço: 32,50€;
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