Portugal & Estado Novo - Emídio Santana foi o anarcosindicalista mais importante e conhecido dada a sua vida dedicada à luta do operariado e à oposição ao regime implantado a 28 de Maio de 1926, sendo um dos autores do atentado falhado a Oliveira Salazar em 4 de Julho de 1937. Importante entrevista que deu ao jornalista ‘Diário de Notícias’ de 21 de Março de 1985.
‘HISTÓRIA DE UM ATENTADO (O Atentado a Salazar)’
De Emídio Santana
Edição Publicações Forum L.da
Mem Martins 1976
Livro com 226 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
Muito Raro.
DESCRIÇÃO
“ ‘HISTÓRIA DE UM ATENTADO (O Atentado à Salazar)’, de Emídio Santana
Em 4 de Julho de 1937 foi um dos autores do atentado a Salazar quando este se deslocava à capela particular do seu amigo Josué Trocado, na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa, para assistir à missa.
Na sequência do atentado, Emídio Santana é procurado pela PIDE e foge para o Reino Unido, acabando por ser encontrado em Southampton pela polícia inglesa que o prende e o envia para Portugal onde foi[9] condenado a 8 anos de prisão e 12 de deportação. Acabaria por ser libertado a 23 de Maio de 1953. Foi quatro vezes preso pela PIDE.
O ditador escapou incólume de uma violenta explosão que, além de avultados danos materiais na Avenida Barbosa du Bocage e artérias vizinhas, não provocou vítimas. Esta seria, se não a única, a mais grave tentativa de atentado que Salazar sofreu em toda a sua longa carreira política.
A comoção suscitada em todo o país foi habilmente capitalizada pelo Presidente do Conselho e pela sua máquina de propaganda.”
BIOGRAFIA:
“EMÍDIO SANTANA - anarquista português
(Lisboa, 4 de Julho de 1906 — Lisboa, 16 de Outubro de 1988)
Emídio Santana foi um dos mais importantes militantes portugueses do anarcossindicalismo nos anos 20, durante a clandestinidade e o pós-25 de Abril. Foi autor de diversos artigos e ensaios sobre o anarcossindicalismo e o mutualismo.
BIOGRAFIA
Em criança estudou na Escola Oficina n.º 1 da Confederação Metalúrgica, uma escola moderna segundo os princípios de Franscisco Ferrer, onde também estudaram os filhos de Neno Vasco (Ciro, Fantina e Ondina) e Germinal de Sousa, filho de Manuel Joaquim de Sousa.
Emídio Santana militou no núcleo de Lisboa das Juventudes Sindicalistas, onde foi Secretário da Propaganda, e posteriormente, em 1925 e 1926, Secretário Geral das Juventudes Sindicalistas.
Foi membro e Secretário Geral do Sindicato Nacional dos Metalúrgicos, filiado na antiga Confederação Geral do Trabalho (CGT) portuguesa.
No seguimento do golpe militar de 28 de Maio de 1926, desenvolveu uma actividade de resistência contra a ditadura e actividade sindical clandestina.
Em 1936, representou a CGT portuguesa no congresso da Confederación Nacional del Trabajo de Espanha.
Em 4 de Julho de 1937 foi um dos autores do atentado a Salazar quando este se deslocava à capela particular do seu amigo Josué Trocado, na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa, para assistir à missa.
Na sequência do atentado, Emídio Santana é procurado pela PIDE e foge para o Reino Unido, acabando por ser encontrado em Southampton pela polícia inglesa que o prende e o envia para Portugal onde foi condenado a 8 anos de prisão e 12 de deportação. Acabaria por ser libertado a 23 de Maio de 1953. Foi quatro vezes preso pela PIDE.
Em 1964 integrou a Associação dos Inquilinos Lisbonenses, a cuja direcção presidiu (1965). Participou em comícios da CDE e CEUD, abordando temas sindicais (legislativas de 1969).
A partir do fim da ditadura (1974), Emídio Santana retoma a vida militante activa, nomeadamente como director do jornal ‘A Batalha’.
Sendo um forte crítico do controlo político da CGTP por parte do PCP, qualificando o congresso de 1977 de um ‘espectáculo amorfo’ com um ‘numeroso auditório presidido por um vultuoso colégio que do princípio ao fim dirigiu os trabalhadores e o controlou segundo um programa rigoroso e inalterável. Afinal uma caixa de ressonância’. Onde ‘as votações estavam asseguradas; os cartões de voto inúteis’. ‘O congresso apenas consagrou as propostas da Comissão Organizadora elaboradas sob inspiração e uma providência conhecida’. Critica também o facto de um suposto congresso de operários ter como som ‘A Portuguesa’ em vez do ‘legítimo e inconfundível hino’, a Internacional. Já sobre o IV Congresso da CGTP (1983), para Emídio Santana não passou de ‘um comício em que a assistência funcionava como aparelho de aplausos’ e ‘uma missa de fiéis voltados para Moscou’.
Em 1985, Emídio Santana escreveu ‘Memórias de um militante anarcossindicalista: tempos de luta de adversidade e de esperança’, livro onde recorda momentos importantes da sua vida de militância política.
O seu espólio documental encontra-se depositado do Arquivo Histórico-Social.
OBRAS
Prefácio e anotações a Sousa, Manuel Joaquim de. ‘O sindicalismo em Portugal’. Porto, Afrontamento, 1974.
- ‘História de um atentado: o atentado a Salazar’. Mem Martins, Forum, 1976.
- ‘Memórias de um militante anarco-sindicalista: tempos de luta de adversidade e de esperança’. Lisboa, Perspectivas & Realidades, 1987.
- ‘Onde o homem acaba e a maldição começa: crónicas do mundo dos ex-homens’. Lisboa, Assírio e Alvim, 1989.“
Da contracapa:
“A HISTÓRIA DO ATENTADO A SALAZAR, OCORRIDO A 4 DE JULHO DE 1937
Nunca foi totalmente revelada ao público. A imprensa da época, embora desse o necessário relevo ao atentado, veiculou informações falsas.
Os factos, os autores do atentado e as fotografias então apresentadas estão longe de corresponder à verdade. O regime de Salazar queria fazer crer que o atentado tivera origem numa bem estruturada organização política. A realidade era muito diferente.
Mesmo depois do 25 de Abril, a imprensa persiste em não lançar luz sobre o que realmente se passou. Inconscientemente ou não, continua-se a ocultar ao público a luta subterrânea que se desenvolveu nos piores tempos do regime salazarista.
Este livro revela o que efectivamente foi o atentado a Salazar. Quem o escreve é Emídio Santana, um dos autores do atentado. ‘A HISTÓRIA DE UM ATENTADO’ não é só um relato factual. O leitor compreenderá os verdadeiros motivos que levaram um punhado de homens resolutos e quase sem meios (e numa época em que a repressão fascista não era só uma frase demagógica, mas a realidade) a lançarem-se num empreendimento que, se bem sucedido, poderia ter alterado completamente o curso da história de Portugal.
Um livro que vai tornar-se num documento para a história da luta anti-salazarista em Portugal, já que relata e analisa um período muito importante dessa história.
Uma obra que se lê com a facilidade dum bom romance mas que é um verdadeiro documento sobre toda uma época da vida de um país.“
Preço: 27,50€;
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