quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Angola - Literatura & 27 de Maio - ‘TAMBWE - A unha do leão’, de António Oliveira e Castro - Lisboa 2011 - RARO;





Angola - Literatura & 27 de Maio - Uma obra do género romance ficcionado, sendo a autobiografia do autor, onde são relatados os acontecimentos que levaram à desilusão ideológica e política com o MPLA que abraçou no período revolucionário da descolonização e guerra civil, entre 1974 e o 27 de Maio de 1977 


‘TAMBWE - A unha do leão’ 
De António Oliveira e Castro 
Edição 
Lisboa 2011 


Livro com 330 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
RARO.


Da dedicatória: 
“À MEMÓRIA DE
António Maria de Oliveira 
Vitória Dias de Oliveira 
António Henriques de Castro 
António Morais de Castro 
Vitor Reis Mendes (Fuzilado em 27 de Maio de 1977 na cidade do Luena)“ 


Da badana: 
“O rio subterrâneo parou, talvez apenas se tivesse silenciado. A luz que atravessava a abóbada de quartzo desapareceu, talvez não passasse de uma nuvem carregada de chuva a obscurecer o sol. Nada bulia, nada perturbava aquela secreta intimidade, a não ser uma impressionante sensação de poder. Sosseguei, sem medo do tribunal e dos seus juizes. Solene, o chefe Vapor falou em Umbundo, apoiando-se no bordão nodoso, polido pelo uso, com as mãos descarnadas pela velhice. Os olhos pequeninos, onde espreitava a cegueira, faiscavam apesar disso. Parecia irritado, pois desferia, no chão, golpes furiosos com a vara de girassonde enquanto a boca desdentada soprava frases que lhe agitavam os pelos da somítica barba. Com a mesma pompa, o meu avô traduziu, o bigode ao sabor de ligeiro tremor do lábio sensual. 
- Hossi, vem aí uma guerra terrível !“ 


Da contracapa: 
“De Lisboa a Luanda, seguindo por Paris e por bases aéreas bem guardadas na Rússia e na África do Sul, é uma longa viagem sacudida por geografias contrastantes e pelos solavancos da descolonização e do fim da guerra fria. ‘TAMBWE - A unha do leão’ faz-se disso e de muito mais. É também o percurso interior de Eugénio, à procura da sua infância e da sua razão de ser numa Angola pela guerra.

Com uma escrita torrencial e opulenta, o autor descola volta e meia da realidade palpável, circunscrita pelo tempo e pelo espaço, e parte para um universo onírico e simbólico, verdadeiro paraíso perdido, porventura para sempre. 

Romance de vida e de morte, só uma partitura de Brahms parece restar como energia redentora quando, na noite tropical, se abrem as portas da prisão de Luanda.“ 


O Autor: 
“ANTÓNIO OLIVEIRA E CASTRO nasceu em Angola, no Bongo-Lèpi, em 1951. 
Entre 1969 e 1971 publica alguns contos no jornal ‘ABC’ de Angola, é co-produtor do programa de rádio ‘Cosmos 11’, estuda no Instituto Comercial de Luanda (ICL), co-edita a revista do ICL funda com um conjunto de amigos um grupo de teatro e o movimento de jovens ‘Modjov’ e pública o livro de poemas ‘EU, A MINHA TERRA E A MINHA GENTE’. 
Simpatizante do MPLA, entra, em 1974, para o Comité de Defesa do Prenda (Luanda) e pública o livro de poemas ‘CANÇÕES CLANDESTINAS DA REVOLTA LATENTE’. 
Em 1975 faz parte dos quadros da Comissão Nacional do Plano. É ainda nomeado instrutor militar da Organização de Defesa Popular (ODP), fazendo parte da estrutura de comendo de uma unidade de combatentes camponeses.
Como consequência do golpe de Estado de 27 de Maio de 1977, abandona o país. Em Estocolmo, ganha a vida a lavar loiça no restaurante ‘Caravela’ e aprende artes gráficas num jornal pertencente à comunidade de refugiados políticos sul-americanos. 
Em Lisboa, adere à LCI/PSR, onde milita a tempo inteiro. Trabalha na Cooperativa de artes gráficas daqueles organização. Abandona a militância política em 1981. A residir em Setúbal desde 1982, aí trabalha em várias empresas. 
Pública ‘Houve mesmo um dia de desespero em que se cultivam campos de cicuta’ (1985) e ‘As planícies donde vim’ (1987). 
Em 1988, vê premiadas duas curtas-metragens, de que é co-produtor, no Festival de Cinema Amador de Santarém, e participa em duas exposições colectivas de pintura. Frequentou, durante dois anos, o curso de Comunicação Social na UNL. 
Faz, a partir de 1993, durante sete anos, o programa de rádio ‘Samarcanda’ na Pal-FM. 
Reformou-se da Banca em 31.12.2004. 
Em 2007, publica ‘A ESPECIARIA’.“ 



Do ÍNDICE: 

Dedicatória 
Agradecimentos 

1. - O colar de pérolas 
2. - A caminho da gare de Auterlitz 
3. - Madalena 
4. - Filho de Marte 
5. - Revelações do inspector Bastos 
6. - Leão da Abissínia 
7. - Aldeia dos homens mágicos 
8. - Samarcanda 
9. - Na caverna do Bongo-Lépi 
10. - As razões do coronel Ivan 
11. - O cão louco 
12. - À conversa com a morte 
13. - Cachoeiras do Queve 
14. - O voo do Antonov 
15. - O telefonema do embaixador 
16. - Baía silenciosa 
17. - Sintonia de Brahms 

Glossário 
Bibliografia 


Preço: 32,50€; 

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