sexta-feira, 28 de abril de 2023

Moçambique & Ultramar - ‘QUIONGA, meu amor’, de Fernando Taborda - Lisboa 1994 - MUITO RARO;







Moçambique & Ultramar - Memórias do autor sobre o seu desempenho enquanto chefe de Posto em Quionga, na foz do rio Rovuma, localidade celebrizado pela ocupação alemã na I Guerra Mundial e pertencente à esta antiga província ultramarina portuguesa 


‘QUIONGA, meu amor’ 
De Fernando Taborda - 
Edição do Autor 
Lisboa 1994 


Livro com 48 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


DO LIVRO: 
“(…) Em finais de Janeiro de 1973, na pujança da minha vida (28 anos de idade), coube-me em destino que fosse tomar posse do posso administrativo de Quionga (Cabo Delgado), mesmo junto à foz do Rovuma, um grande rio de África, onde permaneci (21 meses).
Estive para não desembarcar por não haver cais acostável. Da fragata que me levou de palma até lá passei para uma jangada e, daí para terra, fui às costas de um soldado europeu.
À minha espera estava o comandante militar e as minhas forças – 7 cipaios (polícias africanos).
Tinha uma bela mansão, tipo colonial, feita pelos alemães, frente ao pequeno posto administrativo, onde se encontrava o meu intérprete (nem adjunto havia) e o funcionário dos C.
Existia uma aldeia bastante bonita, toda pintada ao género árabe e uma população de cerca de duas mil almas, praticamente todas muçulmanas e de idioma “suahili”. Pertencente ao meu posto, tinha também cerca de 25 milícias de protecção civil e outro aldeamento de cerca de mil almas, guardadas por 3 guardas fiscais e distanciado uns 7 quilómetros. Tinha o simpático nomo de Quirinde.
População europeia, apenas os militares, um pelotão da metrópole e outro de Grupos Especiais (G.E.), de maioria africana. Não existia qualquer mulher europeia (apenas a minha mãe e irmã, foram uma vez até lá). O comerciante principal era indiano e o enfermeiro e o professor africanos.
Havia a escola e o antigo posto de alfândega servia de aquartelamento militar. As habitações, além das casas do enfermeiro e do comerciante, eram palhotas. Já fora da vedação de arame farpado que circundava a povoação existia um pequeno cemitério abandonado, onde se podia ver a campa de um general alemão. 
Ali vivi talvez o melhor ano da minha vida, num antigo palacete, guardado à noite por duas sentinelas e que servia também de hospedagem, de hospital, etc.  
A sua base era uma cisterna para armazenamento da água da chuva e tinha um quintal enorme com bastantes árvores de fruto tipicamente africanas.
Governei esse povo e nunca foi necessário mandar alguém para a prisão, embora se aplicassem os castigos merecidos aos prevaricadores. (…)”
in ‘QUIONGA, meu amor’ 

 
 Da contracapa: 
“FERNANDO TABORDA 

Suponho que apenas existem em Lisboa três ruas com o nome de ‘Heróis’. Uma delas, em plena Praça do Chile, tem a designação concreta de ‘Rua dos Heróis de Quionga’. 

Coube ao autor desta obra a honra de ter sido o último administrador dessa povoação, até finais de 1974. 

Estava-se a um quarto do século do ano 2000 e a independência de Moçambique dava-se a 25 de Junho de 1975. Um ano antes, ainda na fase de transição, o autor percorria este povoado, como um pequeno herói esquecido nas brumas revolucionárias do 25 de Abril. 

Pessoalmente não conheci está localidade e tive pena. Mas, bem perto, fui vítima dessa guerra injustificável mas orgulho de uma Nação.

Sou íntimo amigo dele e a minha vida ficava praticamente desfeita se não tivesse à minha espera um pouco do seu afecto e do amor que me são dados pela família. 

Talvez que esta figura cintilante, como um pirilampo mágico no meio da escuridão, tenha sobrevivido a toda essa transformação, luta, angústia e desespero porque, como ele sempre afirmara, haveria de ser o último representante de Portugal no mais extremo norte de Moçambique. 

Volvidos todos estes anos, é bom que esses moçambicanos não o esqueçam e recordem essa nobre façanha. 

Estou certo de que a sua passagem por Quionga ficará na História do novo Moçambique, porque o seu valor humano e moral permanece enraizado nessa parcela de África.“ 
Rui Briote 



Do ÍNDICE: 

BREVÍSSIMA EXPLICAÇÃO 

1. - Quionga (1894)
2. - A Decadência do Império (1974
3. - Oásis da Guerra
4. - Povo Heróico
5. - Beleza do Rovuma
6. - Segredos da Baía
7. - Vinte Anos Depois 


Preço:   0,00€; (Indisponível) 

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