Angola & Guerra Colonial - Uma obra do poeta socialista, que passou na década de sessenta por esta antiga província ultramarina portuguesa, sendo um romance de ficção e ou autobiográfico
‘JORNADA DE ÁFRICA’
Romance de amor e morte do Alferes Sebastião
De Manuel Alegre
Edição D. Quixote
Lisboa 2017;
Da contracapa:
“ ‘JORNADA DE ÁFRICA’ é um romance que foge aos esquemas habituais para entrelaçar epopeia e anti-epopeia, denúncia e crónica de uma guerra cruel, crónica minuciosa mas poética na intertextualidade a que o autor recorre para transmitir a sua vivência, voz de juventude sufocada que, apesar de tudo, consegue amar. E o amor por Bárbara, profundo e difícil, oferece-nos uma das mais belas cartas de amor que me recordo de ter líder.“
Maria Luísa Cusati, prefácio à edição italiana.
“E Sebastião aspira o ar carregado do cheiro da guerra de África, um cheiro que está no jipe onde se senta ao lado do condutor, levando, sem querer, a mão ao pescoço.
Vem de S. Salvador e Sanza Pombo, de Zala e Nambuangongo, está na farda amarrotada e também dentro dele e é talvez o mesmo cheiro de 4 de Agosto de 1578, quando se chegou à tenda d’el Rei o capitão Aldana, e com eficazes brados lhe dizia que se perdia se não desse logo batalha, que começou às dez da manhã, no princípio de todo o fervor de calma.“
Da badana:
“Primeiro romance de um poeta, ‘JORNADA DE ÁFRICA’ é um pequeno milagre de mutabilidade - a cada releitura novas camadas de sentido, ressonâncias novas, ampliações luxuosas. A maior não satisfação de expectativas, o estranhamento maior, deste romance, que tem por cenário o eclodir da guerrilha em Angola, possuir um traço inquietas-te, paredes meias do unheimlich freudiano - o protagonista Sebastião, um alferes, é ele próprio e, simultaneamente, mais do que ele próprio, uma vez que reencarna o Encoberto e até Manuel Alegre enquanto tal. Isto é, a crise de identidade de Sebastião é uma crise de excesso identitário, o que, diga-se na passada, também acontece com o protagonista Alferes, mas numa dimensão reencarnadora mais vasta que chega a Viriato, no filme ‘Non ou a Vã Glória de Mandar’, de Manoel de Oliveira.“
Rui de Azevedo Teixeira
In ‘Uma Proposta de Cânone’
O AUTOR:
“MANUEL ALEGRE DE MELO DUARTE nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda.
Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi campeão de natação e actor do Teatro Universitário de Coimbra (TEUC).
Em 1961 é mobilizado para Angola. Preso pela PIDE, passa seis meses na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, onde escreve grande parte dos poemas do seu primeiro livro, ‘PRAÇA DA CANÇÃO’.
Em Outubro de 1964 é eleito membro do comité nacional da Frente Patriótica de Libertação Nacional e passa a trabalhar em Argel, na emissora ‘Voz da Liberdade’. Regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Dirigente histórico do Partido Socialista desde 1974, foi vice-presidente da Assembleia da República, de 1995 a 2009, e membro do Conselho de Estado.
A sua vasta obra literária, que inclui o romance, o conto, o ensaio, mas sobretudo a poesia, tem sido amplamente difundida e aclamada. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande Prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora e Prémio Pessoa, em 1999. Ao seu livro de poemas ‘Doze Naus’ foi atribuído o Prémio D. Dinis. Em 2016, foi distingui com o Prémio Viada Literária da Associação Portuguesa de Escritores e com o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.”
Preço: 17,50€;
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