sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Guiné & Ultramar - ‘A VIAGEM DO TANGOMAU - Memórias da guerra colonial que se não apagam’, de Mário Beja Santos - Lisboa 2012;





Guiné & Ultramar - Um relato pormenorizado da missão militar do autor e do ambiente vivido entre o contingente oriundo da metrópole e do recrutamento local entre os homens autóctones 


‘A VIAGEM DO TANGOMAU - Memórias da guerra colonial que se não apagam’ 
De Mário Beja Santos 
Edição Círculo de Leitores / Temas e Debates 
Lisboa 2012


Livro com 518 páginas e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente. 


Da contracapa: 
“Não vás!” Foi o que lhe disseram todos os veteranos daquela guerra quando ele disse que iria preparar uma viagem até Xaianga e territórios limítrofes.
Chegará a hora de reconciliação plena. 
Pretendia cumprimentar um povo que o trata por Branco de Missirá, iria percorrer todos os trilhos e picadas, estradas e atalhos, em todas as regiões onde combaterá, havia mais de quarenta anos. 

“Advertiram-no vezes sem conta que não se deve viajar sozinho, tal o peso das emoções, os vencedores e os vencidos daquela guerra consideram-se maltratados e abandonados, seria um choque imenso depois daqueles dois anos de provação ir encontrar um país ao abandono, talvez combatentes enraivecidos. Aliás, mal ele anunciará a Fodé Dahaba que queria ir abraçar a gente dos seu ‘chão’ e todos os seus antigos soldados, abrira-se terreno para todas as especulações: N’Baké vem buscar-nos, N’Baké vem trazer pensões para os combatentes, N’Baké vai levar os nossos filhos e os nossos netos para terem trabalho e estudarem… quando chega N’Baké? 

O Tngomau é um ser que quando chega a adulto passa a viver entre a civilização dos brancos e os mistérios mais profundos das culturas nativas, numa avenida ou rua qualquer de tal civilização dos brancos, sente cheiros tropicais, deslumbra-se com o arvoredo da floresta de galeria, não teme a cobra-verde nem a surucucu, é capaz de ficar pasmado diante do poilão sagrado, está sempre a pedir papaia e água fresca da fonte…“ 


O AUTOR: 
“MÁRIO BEJA SANTOS é técnico superior da Direcção-Geral do Consumidor. 
Alguns dos seus últimos livros foram dedicados à Guiné, ‘DIÁRIO DA GUINÉ (1968-1969): Na terra dos Soncó’, ‘A MULHER GRANDE’, publicados pelo Círculo dos Leitores e pela Temas e Debates, em 2008 e 2011. Já em 2012 foi publicado ‘ADEUS - ATÉ AO MEU REGRESSO’, um levantamento da literaturas sobre e de combatentes da Guiné. 
É autor de mais de três dezenas de títulos relacionados  com as temáticas da política dos consumidores.
Continua a colaborar ativamente na imprensa diária e regional, bem como em alguns blogues.
Foi professor do ensino superior; co-fundador da Plataforma Saúde em Diálogo e da UGC - União Geral de Consumidores; colaborou durante mais de duas décadas em emissões radiofónicas ligadas à defesa do consumidor e foi autor e apresentador  dos programas televisivos ‘10 Milhões de Consumidores’ e ‘Come e Cala’, na sua participação no consumerismo eueopeu, foi vice-presidente do Conselho Consultivo de Consumidores da Comissão Europeia e director da Associação Europeia de Consumidores.“ 



Do ÍNDICE: 

Dedicatória 

I. - SORONDA 
O ANÚNCIO DOS PREPARATIVOS 
- Antemanhã 
- A receção no convento: o Tangomau passou a ser soldado recruta 
OS PRIMEIROS PREPARATIVOS 
- É tudo uma questão de hábito 
- Chegou a hora da nostalgia desse Tangomau quando era civil 
- Receuta, última cena, uma experiência comovente 
OS SEGUNDOS PREPARATIVOS 
- Como se forma um atirador de infantaria 
- O pequeno manual de instrução do combatente 
- O estado de espírito do Tangomau, em pleno verão de 1967 
- Como se faz um contra guerrilheiro 
- Um oficial contra guerrilheiro tem o dever de preparar bem os soldados 
- A memória do resto da especialidade, até às marchas finais 
- Uma quase amnésia sobre as marchas finais da especialidade de atirador 
NA TERRA DA BAGACINA 
- As deambulações entre Ponta Delgada e os Arrifes 
- À descoberta de Ponta Delgada 
- As saudades de duas recrutas 
- Aqueles inesquecíveis últimos meses micaelenses 
A AMADORA E OS ÚLTIMOS PREPARATIVOS 
- Os prenúncios de um conflito 
- A Besuga entra em cena 
- No vórtice dos últimos preparativos entre o amor e a guerra 

II. - XAIANGA 
O ANÚNCIO DOS PREPARATIVOS 
- A viagem, a chegada a Bissau, a travessia do Xaianga 
- A missão no Cuor 
A DESCOBERTA DA FLORESTA MÁGICA 
- As primeiras deambulações, o primeiro fogo 
- As viagens para Mato de Cão, os passeios no Cuor 
- Os primeiros recontros, o primeiro derramamento de sangue 
- Afetos em Missirá, afetos em Finete 
- Mais sangue derramado em Chicri 
- Natal de Missirá; seguem-se grandes provações 
A RESSURREIÇÃO DE MISSIRÁ 
- As obras da paz e o recomeço da guerra 
- Uma terrível acusação: ‘Branco assassino’ 
FLAGELAÇÕES, OPERAÇÕES, UM ATAQUE DE LOCURA… E UMA MINA ANTICARRO.
O ADEUS AO CUOR 
- Flagelações e operações 
- A mina anticarro de Canturé. O adeus ao Cuor 
BAMBADINCA 
- Adaptação e colapso nervoso 
A ATIVIDADE OPERACIONAL ENTRE FEVEREIRO E ABRIL 
- A ‘Rinoceronte Temível’ e a ‘Tigre Vadio’ 
- O idílio do Tangomau e o seu adeus às armas 
- Entre Banbadinca e o Xime: o adeus que não foi derradeiro 

III. - LESTO-LESTO 
SAFAR MISTIDA 
- As férias, o regresso a Mafra 
- Um semestre em Mafra 
- Morança 
- Partir mantenha 
- Abudu chega a Lisboa 
- Torrente memorialistica num blogue 

IV. - GARANDESSA 
BU TCHOLONADUR 
- Bissau à vista 
- Banbadinca, o Bairro Joli, Amedalai, Xime, Ponta Varela 
- De Bambadinca a Missirá 
- Xitole, Finete, Enxalé, Madina e Belel, Canturé 
- Madina de Gambiel; os mistérios da estrada da Ponta do inglês 
ALELUIA 
- De novo em Mato de Cão, safar mistida 
- A alegria feita semente ou a exultação do N’Baké 
- Até Bissau num toca-toca, despedidas e promessas 

Agradecimentos 
Comentários às diferentes leituras referidas nesta narrativa 


Preço: 27,50€; 

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