segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Guerra do Ultramar - ‘GUERRA E PAZ - PORTUGAL / ANGOLA (1961 - 1974)’, de W. S. van der Waals - Lisboa 2015 - Raro;


 







Guerra do Ultramar - Um documento essencial sobre o papel de Portugal na guerra de Angola escrito por um dos diplomatas directamente envolvidos no conflito 


‘GUERRA E PAZ - PORTUGAL / ANGOLA (1961 - 1974)’ 
De W. S. van der Waals 
Edição Casa das letras 
Lisboa 2015 


Livro com 480 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação. 
De muito difícil localização. 
Raro.


Sobre o Livro: 
“Em Janeiro de 1961, Angola, uma das mais prósperas ‘Províncias Ultramarinas’ de Portugal, estava no centro das atenções. Depois do período de crescimento sustentado dos anos de 1950, a década de ouro na história portuguesa em África, Angola tornou-se numa das possessões mais estimadas de Portugal. 

Iniciaram-se grandes projectos de desenvolvimento nacional, novas estradas, linhas de caminho-de-ferro, fábricas, portos, povoações e aeroportos, as exportações cresceram exponencialmente. Angola e Moçambique pareciam dois oásis de paz e progresso. 

O Dr. Salazar, Presidente do Conselho de Ministros, impunha a Portugal a sua política e mantinha-se, aparentemente, distraído com a fatalidade iminente. Governara as colónias portuguesas com mão de ferro durante mais de trinta anos, praticando uma política racial draconiana, segundo a qual a população do Estado Novo fora organizada em três escalões, ‘nativos’, brancos e ‘assimilados’, e onde as colónias, com as suas economias florescentes, viviam dependentes dos ditames do Estado europeu. Durante os anos de 1950 prosperou, igualmente, uma panóplia de movimentos politicamente orientador, que promoveu o protesto e a resistência. Proibidos durante o Estado Novo de Salazar e, em última instância, forçados a entrar na clandestinidade ou a operar a partir de Estados vizinhos, originaram um profundo sentimento de frustração acompanhado de um endurecimento de atitudes.

E, em 1960, Angola vivia à beira da insurreição. A 4 de Fevereiro de 1961, data estabelecida pelo MPLA para o início da revolução nacional, a tempestade rebentou. Apanhado desprevenido pelo choque das revoltas em Angola e da subsequente rebelião sangrenta dos bacongos, a 15 de Março de 1961, Portugal viu-se obrigado a lançar as Forças Armadas, inactivas desde a Primeira Guerra Mundial, numa contra-ofensiva exaustiva.“ 


Da contracapa: 
“A guerra de Angola é considerada a mais sangrenta sublevação contra o colonialismo na história da África ao sul do Sara. 

Evoluiu para um conflito que Portugal acabaria por perder, não no campo da batalha, mas no coração dos seus próprios cidadãos. Depois de uma guerra exaustiva que se arrastou durante treze anos, e perante os constantes revezes sofridos nos seus outros dois territórios africanos dilacerados pela guerra, Portugal, de nervos em franja, acabaria por se auto-infligir o golpe de misericórdia.

O novo governo de Portugal viria a perder o controlo sobre o processo de descolonização de Angola, resultando daí uma sangrenta guerra civil e um dos conflitos mais preocupantes da guerra fria no Terceiro mundo, que se arrastaria até 2002.“ 


O AUTOR: 
“O Brigadeiro General WILLIEM (Kaas) van der WAALS aposentou-se depois de trinta e três anos de serviço nas Forças Armadas Sul Africanas. Durante a sua carreira, desempenhou funções como operacional, diplomata, analista dos serviços secretos e estratégia a nível nacional, e culminou como Director de Relações Internacionais. 

O conhecimento que Van der Waals possui de Angola advém, em primeira mão, da experiência enquanto Vice-Cônsul, no Consulado Geral Sul Africano, entre Abril de 1970 e Dezembro de 1973. Desempenhou igualmente, o cargo de adido de Defesa no Paraguai, nos inícios dos anos 80.

Recebeu catorze condecorações e medalhas, onde se incluem as distinções militares da África do Sul: Cruz do Sul, Medalha da Cruz do Sul e Medalha de Mérito Militar. Foram-lhe, ainda, atribuídas a Comenda Portuguesa da Ordem do Infante Dom Henrique e a Ordem de Mérito Militar do Paraguai. 

Este livro baseia-se na dissertação de doutoramento de Van der Waals, em 1989, na Universidade de Orange Free State, em Bloemfontein, República da África do Sul. 

Depois de se aposentar das Forças Armadas Sul Africanas, em 1992, o Brigadeiro General encetou uma segunda carreira, sendo o primeiro Director Executivo de Segurança Comunitária da cidade de Pretória, cargo que ocupou até 2001, e a que se seguiu o de Conselheiro de Estratégia da Municipalidade Metropolitana da recém estabelecida cidade de Tshwane, até 2006.“ 



Do ÍNDICE: 

Abreviaturas 
PRÓLOGO 
PREFÁCIO 

Capítulo 1 
AMBIENTE FÍSICO E HUMANO E ENQUADRAMENTO HISTÓRICO 
- Geografia 
- Clima 
- Rios 
- Vegetação e fauna 
- Recursos naturais 
- Regiões geográficas 
A planície costeira 
As estepes desérticas do sul 
A savana central 
A floresta tropical e a savana tropical 
- Divisões administrativas 
- Padrões populacionais 
Os brancos e os mestiços 
A população negra 
Os Bakongos 
Os Anbundos 
Os Ovimbundos 
Outros grupos
- História antiga (1482-1926) 
Descoberta, expansão e resistência 
O tráfico de escravos 
Expedições africanas e a Conferência de Berlim (1850-1890) 
- Conquista, colonização e administração (1885-1926) 

Capítulo 2 
A TEMPESTADE CONGREGADORA (1926-1961) 
- introdução 
- Salazar e o Estado corporativo 
- A Constituição de 1934 e os grupos políticos de interesse 
- A política do Estado Novo em África - O Luso-Tropicalismo 
- Legislação colonial 
- Política externa e relações internacionais 
- Angola na década de 1950 
- O governo de Angola 
- Crescimento económico, imigração branca e problemas laborais 
- Educação e actividade missionária 
- A crítica internacional - Portugal e as Nações Unidas 
- Nacionalismo em Angola (1945-1961) 
- O MPLA 
- A UPA 
- Outros movimentos etnonacionalistas 
- Factores que desencadearam a revolta 

Capítulo 3 
1961 - UM ANO CRÍTICO 
- Introdução 
- insurreição - 1961 
- MPLA - 4 de Fevereiro de 1961 
- Revolta da UPA - 15 de Março de 1961 
- Análise da campanha da UPA 
- A reacção portuguesa 
- 1961 - Um olhar retrospetivo 
- A reacção internacional 
- As Nações Unidas 
- Os aliados da NATO e o Brasil 
- África 
- Outros territórios portugueses ultramarinos 
- Guiné 
- Moçambique 
- Goa 
- O MPLA 
- Outros partidos nacionalistas 
- Conclusão 

Capítulo 4 
A LUTA REVOLUCIONÁRIA (1962-1966) 
- Introdução 
- UPA, FNLA e GRAE 
- FNLA, GRAE e reconhecimento internacional 
- Tentativa de expansão etnográfica 
- A FNLA 
- As divisões no seio do GRAE 
- O GRAE em 1965 
- O MPLA 
- Brazzaville e a Frente de Cabinda 
- Reconhecimento internacional 
- Nova frente no Leste de Angola 
- A UNITA 
- Acção portuguesa contra-revolucionária entre 1962 e 1966 
- Acção militar e afins 
- Reformas e desenvolvimento sócioeconómico 
- Desenvolvimento económico 
- Relações internacionais 
- Portugal e os Estudos Unidos da América 
- Portugal e os outros membros da NATO 
- Portugal e a África do Sul 
- Portugal e África 
- Conclusão 

Capítulo 5 
A LUTA REVOLUCIONÁRIA (1967-1974) 
- Introdução 
- O MPLA 
Organização interna político-militar e ideologia 
Organização externa e apoio 
Organização militar e actividade entre 1967-1971 
Planificação da guerra mobilizada 
Conselho Supremo para a libertação de Angola 
Estagnação e divisão entre 1973-1974 
- FNLA / ELNA 
Organização político-militar e ideologia 
Apoio externo e organização 
Organização militar e actividade 
- UNITA 
Organização político-militar e ideologia 
Apoio externo e organização 
Actividade militar 
A alegada cooperação entre a UNITA e Portugal 
- Luta portuguesa contra a subversão entre 1967 e 1974 
Caetano e a adopção de uma nova política 
Acção militar e outras 
Organização e acção militar 
Reassentamento e reagrupamento da população 
Acção psicológica 
Acção empreendida pela DGS 
- Envolvimento militar da África do Sul 
- As reformas constitucionais de 1972 
Assentamento de brancos 
- Educação 
- Desenvolvimento económico 
- Relações internacionais 
- Perspectiva geral 
- Natureza da guerra 
- Fases da guerra 
- Critérios de êxito 
Ambiente 
Apoio popular 
Organização e coesão 
Apoio externo 
O papel do governo 
Autopreservação e aniquilação do inimigo 
Áreas estratégicas das bases 
Mobilização das massas 
Apoio externo 
Esforço de unidade 
- Conclusão 

Capítulo 6  
O GOLPE MILITAR DE 25 DE ABRIL DE 1974 
- Introdução 
- A situação de segurança na Guiné 
- A situação de segurança em Moçambique 
- A crise social e política em Portugal 
- O Movimento das Forças Armadas (MFA) 
- Spínola e ‘PORTUGAL E O FUTURO’ 
- O golpe militar de Abril de 1974 
- Angola depois do 25 de Abril de 1974 
Conclusão 
Epílogo 

Apêndice 
GUERRA REVOLUCIONÁRIA: ORIENTAÇÃO E SÍNTESE DE PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS 
- Introdução 
- Terminologia 
- Natureza e fases dos modelos revolucionários 
O modelo ortodoxo, comunista ou prolongado 
O modelo cubano 
O modelo urbano 
- Estratégia de oposição à guerra revolucionária 
Princípios estratégicos de McCuen 
Objectivo político claramente definido 
Aniquilar o inimigo e preservar as próprias forças 
Estabelecimento de bases em áreas estratégicas 
As massas deverão ser Mobilizadas 
Procurar apoio externo 
Unidade de esforços 
Unidade de princípios 
- O Exército Português 
- Variáveis dependentes mais importante 
Apoio popular 
Organização 
Coesão 
Apoio externo 
Ambiente 
O papel do governo 
- Conclusão 

Bibliografia seleccionada 
Lista de Mapas 
Índice remissivo 


Preço: 47,50€; 

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