Angola & Guerra do Ultramar - Discurso do embaixador de Portugal na ONU, logo após os acontecimentos de 4 de Fevereiro de 1961, quando angolanos conotados com a UPA assaltaram esquadras e prisões em Luanda e dias antes Henrique Galvão tinha desviado o transatlântico ‘Santa Maria’…
‘DISCURSO DO EMBAIXADOR VASCO GARIN PERANTE O CONSELHO DE SEGURANÇA EM 10 DE MARÇO DE 1961’
Edição da Agência Geral do Ultramar
Lisboa 1961
Livro com 36 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito, muito difícil localização.
MUITO, MUITO RARO.
Da intervenção:
“(…)
Na noite de 3 para 4 de Fevereiro, às 2,30 da madrugada, na cidade de Luanda - onde como de resto em toda a província de Angola não havia surgido qualquer desacato ou distúrbio e onde a vida corria com tranquilidade normal -, pequenos grupos de bandidos armados com catanas, pistolas e metralhadoras ligeiras, em acção simultânea, atacaram a Casa de Reclusão Militar, a Prisão Civil, e uma esquadra da Polícia de Segurança Pública, que é a Polícia uniformizada ou mais simplesmente a polícia urbana.
A coberto da noite e devido ao facto de não estarem em vigor quaisquer medidas especiais de segurança - e obviamente nenhumas medidas especiais de segurança vigoravam devido à completa calma e tranquilidade de Luanda, calma que persiste agora depois dos incidentes - os assaltantes conseguiram matar as sentinelas da esquadra da Polícia e da Prisão Civil de S. Paulo. Lançaram então o seu ataque aos três edifícios. Soou o alarme e a luta começou. Como resultado, e além das sentinelas assassinadas pelos assaltantes, alguns agentes da polícia urbana e da polícia militar foram gravemente feridos e ainda se encontram hospitalizados. Entre os feridos com maior gravidade encontram-se três agentes da polícia de raça africana.
(…) Neste incidente perderam a vida 7 agentes da autoridade e 4 foram gravemente feridos; dos assaltantes 9 morreram e 14 sofreram ferimentos.
(…) No día 5 de Fevereiro cerca de 50 mil pessoas - portugueses de origem europeia e africana - acompanharam o funeral das vítimas dos assaltos.
(…)
Os organizadores sabiam que os actos de terrorismo não encontrariam qualquer clima favorável por parte da população de Luanda, qualquer que ela fosse. (…) As investigações que decorrem já conduziram à prisão de três europeus; a responsabilidade de um deles na organização do assunto está já definida. Trata-se de um europeu de baixo calibre moral e comunista convicto.
De facto, o armamento apreendido aos assaltantes em Luanda era de origem estrangeira - as marcas de fabrico estão perfeitamente identificadas - que não corresponde a qualquer tipo de armamento utilizado pelas Forças Armadas ou a polícia portuguesa. Estas armas foram clandestinamente introduzidas do exterior.
Esta manhã o representante soviético revelou que um agitador comunista de nome Andrade solicitara o apoio da União Soviética; mas não nos revelou a resposta a tal solicitação.
(…)“
Preço: 25,00€;
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