terça-feira, 2 de novembro de 2021

Angola & Literatura - ‘A CHAGA’, de Castro Soromenho - Rio de Janeieo 1970 - MUITO RARO;






Angola & Literatura - Uma das obras literárias mais importantes de expressão portuguesa, sobre a presença e administração no império africano de Portugal, de um autor nascido em Moçambique e que se dedicou a retratar a vida dos angolanos 


‘A CHAGA’ 
De Castro Soromenho 
Capa de Roberto Franco 
Edição Civilização Brasileira 
Impresso na Companhia Gráfica Lux - Jacarepaguá - Guanabara 
Rio de Janeieo 1970 


Livro com 204 (192 + 12) páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito, muito difícil localização. 
MUITO, MUITO RARO. 


Da contracapa: 
“CASTRO SOROMENHO 
- Grande escritor português que o salazarismo perseguiu até a sua morte - é o romancista das cruéis realidades do ultramar lusitano. 

‘A CHAGA’ 
- Narrativa densa e dramática da vida angolana que transcorre na aldeia fictícia de Camaxilo - denuncia as mazelas e os crimes do colonialismo, ressaltando o seu papel como fator de degradação do ser humano. Negros, mulatos, burocratas da administração portuguesa, mulheres frustradas e insatisfeitas, homens entediados ou nostálgicos de outros tempos, são personagens de CASTRO SOROMENHO neste romance que representa o ponto alto de sua consciência das coisas africanas. Esta Editora, sempre a serviço da causa democrática, orgulha-se de publicar o grande romance de um grande lutador pela liberdade.“ 


Da Abertura: 
“O ÚLTIMO ROMANCE DE CASTRO SOROMENHO
Castro Soromenho, escritor da maior importância no quadro das letras portuguesas e europeias contemporâneas, traduzido para vários idiomas, entre os quais o francês, italiano e alemão, o russo, tcheco e húngaro, viveu sob a perseguição tenaz e infatigável do salazarismo, muito embora fosse homem sem vinculações partidárias e alheio a qualquer grupo de pressão. Norteava-o, isso sim, sua inabalável consciência de humanidade, e foi em nome dela que realizou obra que, denunciando as mazelas e crimes do colonialismo, tantas irás atraiu sobre si: passou a maior parte da vida no exílio, sofreu inúmeras privações que lhe minaram a saúde e o mataram, esteve no Brasil por algum tempo, e faleceu longe da Pátria que amava com fervor.

Soromenho é o ficcionista das realidade do Ultramar português, notadamente de Angola. Destacam-se na sua bibliografia os livros ‘VIRAGEM’, ‘TERRA MORTA’, ‘HISTÓRIAS DA TERRA NEGRA’ e, agora, em publicação póstuma, ‘A CHAGA’ que, no entender do professor e escritor paulista Rui Coelho, que prefacia o romance, talvez ‘marque o ponto alto de sua consciência das coisas africanas’. 

Em ‘A CHAGA’, além da rica linguagem que apreende o coloquial negro e português transformados pela África, ressaltam os dramas humanos dos seus personagens, os conflitos que os envolvem, e, em redor deles, - a até acima deles, - a férrea presença de uma política que degrada o ser humano, tanto o oprimido quanto o opressor. Não sem razão uma voz no romance denuncia em reveladora autocrítica: Negamos no negro o homem que ele é, sem sequer pensarmos que ao negá-lo também nos negávamos como homens. 

(...)

Camaxilo, região fronteiriça do colonialismo belga, com sua atmosfera abafante, sua modôrra, é uma síntese acerba da realidade na África, toda ela bem diversa do que alardeia a propaganda do regime colonialista português. Soromenho demonstra que há duas Áfricas, a dos negros e a dos colonialistas. ‘A CHAGA’, romance áspero e verdadeiro, duro e pungente, representa o último grito desferido pelo escritor em prol da dignidade do negro africano e mesmo do povo português, seu derradeiro mas imorredouro apelo em favor da reabilitação do homem como ente social e como indivíduo, seu brado final contra o aviltamento da criatura humana.“ 
Mariano Tôrres 


Do PREFÁCIO: 
“Que Castro Soromenho sinta necessidade de ser apresentado ao público brasileiro é honra para o prefaciador, mas vergonha para esse público. Embora tenha tido um livro editado no Brasil, ao redor de vinte anos atrás, continua sendo autor pouco conhecido entre nós. Aliás, o mesmo se poderia dizer da maioria dos contemporâneos portugueses. (...) A presente publicação de ‘A CHAGA’ pode ser encarada como tentativa parcial de reparar injustiça das mais gritantes. 

Castro Soromenho estabeleceu firmemente a sua reputação em quase toda a Europa. Tive em mãos traduções dos seus romances ‘TERRA MORTA’ e ‘VIRAGEM’ para o francês, para o italiano, para o alemão, para o russo, para o tcheco, para o húngaro, e não cito todas. Estudos críticos em várias línguas lhe têm sido consagrados. Homem desligado de partidos ou grupos de pressão, impôs-se unicamente pelo valor próprio. Quais as razões desse êxito? Certamente, a novidade do assunto muito contribuiu, mas não me parece a primordial. Dentre as características da obra de Soromenho destacam-se a força da linguagem e a solidez da técnica. 

(...)“ 
Ruy Coelho 


Preço:  37,50€; 

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