Portugal - Do Estado Novo ao 25 de Abril - O processo de desmantelamento da PIDE/DGS e o julgamento dos dirigentes e agentes, as diversas Comissões de Extinção e os Arquivos da polícia política do regime deposto
‘O CASO DA PIDE/DGS’
Foram julgados os principais agentes da Ditadura Portuguesa?
De Irene Flunser Pimentel
Edição Círculo de Leitores
Lisboa 2017
Livro com 662 páginas e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
Da INTRODUÇÃO:
“O objectivo principal deste estudo é indagar de que forma decorreu o processo de desmantelamento da polícia política da ditadura de António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano, PIDE/DGS. Por outro lado, questiona-se se perdura a memória relativamente a essa importância instituição repressiva do regime deposto no 25 de Abril de 1974. Ao assumir o presente estudo um carácter historiográfico, a aproximação histórica, cronológica e genealógica do processo de justiça transicional em Portugal é aqui privilegiada. Aqui se observa de forma desenvolvida o que se foi passando ao longo do período entre 1974 e 1976, bem como, de forma mais breve, entre este último ano e os anos 80 do século XX. São ainda abrangidos alguns aspetos relacionados com a memória e a opinião pública nas diversas comemorações do 25 de Abril, para tentar detetar as diversas fases da memória do processo que desencadeou a democracia portuguesa.“
Da contracapa:
“Continua a ser largamente desconhecido o modo como decorreu o processo de extinção da polícia política - PIDE/DGS - do regime ditatorial no contexto da transição para a democracia, após o 25 de Abril de 1974.“
“Contém notas biográficas dos principais dirigentes da PIDE/DGS e também apresenta valiosas estatísticas que nos dão a conhecer o número de agentes e informadores detidos após a extinção da PIDE. Apresenta-nos também os nomes dos envolvidos em crimes de sangue de adversários políticos que foram sentenciados a penas de prisão maior.“
Do ÍNDICE:
Agradecimentos
INTRODUÇÃO
- Plano de trabalho
- O que é à justiça transicional?
- Modelos de Justiça transicional na análise comparativa
- A singularidade da transação portuguesa para a democracia
- O processo de justiça política relativa aos elementos da PIDE/DGS
- Notas
Capítulo I
A JUSTIÇA TRANSICIONAL: DO PÓS-SEGUNDA GUERRA AOS ANOS 70 NA EUROPA
- Justiça no pós-Segunda Guerra Mundial: de 1942 a 1945
- Os julgamentos de Nuremberga
- Os julgamentos de Dachau e os processos ‘próximos’ ou ‘aparentados’
- O julgamento de Tóquio, purgas e Direitos Humanos
- A queda das ditaduras da Europa do Sul nos anos 70 do século XX
- A ‘reeducação’ dos ‘comprometidos’, em Moçambique
- Comissões de Verdade e Reconciliação: o caso da África do Sul
- Notas
Capítulo II
A JUSTIÇA TRANSICIONAL: NA AMÉRICA LATINA E NOS ANOS PÓS-GUERRA FRIA
- Vaga de transição a partir do final dos anos 80 do século XX
- Transições para a democracia na América Latina
- Notas
Capítulo III
A QUEDA DA DITADURA EM PORTUGAL E O DESTINO DA PIDE/DGS
- O 25 de Abril e a PIDE/DGS
- O que sabiam a CIA, o KGB e outros serviços secretos europeus?
- A apresentação da Junta de Salvação Nacional
- Porque não foi a PIDE/DGS um dos primeiros alvos?
- O cerca à sede da DGS e a rendição da polícia política
- O desmantelamento da polícia política
- A libertação dos presos políticos
- O fim das sedes da DGS e a libertação dos pides no Porto
- Do golpe de estado à explosão popular
- Notas
Capítulo IV
A COMISSÃO DE EXTINÇÃO DA PIDE/DGS - 1974
- Um longo mês de Maio e a atitude da Ordem dos Advogados
- Reforma das polícias
- O que foi feito ao ‘peixe graúdo’?
- A libertação dos presos políticos e o fim da DGS nas colónias
- Lutas entre protagonistas militares e os partidos políticos face ao regime deposto
- A criação da Comissão de Extinção da PIDE/DGS
- A descoberta da Aginter Press e dos assassinos de Humberto Delgado
- Notas
Capítulo V
A ATIVIDADE DA COMISSÃO DE EXTINÇÃO DA PIDE/DGS ATÉ 1975
- O chumbo do ‘plano Palma Carlos’
- A acção do general Galvão de Melo à frente da Comissão de Extinção da PIDE/DGS
- Nova reunião de advogados na OA
- A PIDE/DGS e a sua rede de informadores
- O motim dos pides na Penitenciária de Lisboa
- A AEPPA: condenar a PIDE/DGS e levar a julgamento os seus agentes
- Os Arquivos da PIDE/DGS
- A libertação de elementos da DGS e de governantes da ditadura
- A manifestação da ‘Maioria Silenciosa’ e as suas consequências
- O COPCON e o destino dos ministros que tutelavam a DGS
- A saída de Galvão de Melo e de Conceição e Silva da Comissão de Extinção da PIDE/DGS
- O último trimestre de 1974
- Prisão dos ex-ministros do Interior da ditadura
- Exigências de uma legislação revolucionária e o memorando da SCE da PIDE/DGS
- A reunião do Conselho de Estado
- Notas
Capítulo VI
A CRIMINALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA PIDE/DGS NO ANO DO PREC ATÉ AO 25 DE NOVEMBRO
- A Lei n. 3/75: ampliação dos poderes da JSN
- Figuras do anterior regime e um pedido de sindicância à Comissão de Extinção
- O ELP, os ‘spinolistas’ e o 11 de Março
- A ‘institucionalização’ do MFA e a criação do Conselho da Revolução
- Outras consequências do 11 de Março e reações partidárias
- O Pacto MFA-Partidos em meses repletos de acontecimentos
- Problemas na Comissão de Extinção e a fuga de Alcoentre
- A Lei n. 8/75 incrimina os elementos da PIDE/DGS
- Em clima de ‘Verão Quente’ e de ‘plante aguda’
- O VI Governo Provisório
- O memorando do Serviço de Extinção da PIDE/DGS e LP, de Outubro de 1975
- Críticas a Rosa Coutinho e relatório final da Comissão Liquidatária da PIDE/DGS
- O 25 de Novembro de 1975
- Notas
Capítulo VII
SOUSA E CASTRO NA TUTELA DA COMISSÃO DE EXTINÇÃO E AS LIBERTAÇÕES DOS ELEMENTOS DA PIDE/DGS - 1976
- Alterações no processo de justiça de transição
- Rodrigo Sousa e Castro na Comissão de Extinção
- Balanço da comissão liquidatária da PIDE/DGS e reanalise dos saneamentos
- Libertação dos elementos presos da ex-PIDE/DGS
- O Fascismo nunca existiu? Ribeiro Faria e a qualificação de ‘colonial-fascista’
- A discussão sobre os tribunais na Assembleia Constituinte
- Justiça na Constituição de 1933 e no texto constitucional de 1976
- E os tribunais comuns, como funcionavam durante o PREC? Um exemplo
- O debate sobre a localização na Constituição de 1976 da justiça de transição
- A aprovação da Constituição e as eleições para a Assembleia da República
- O balanço de Sousa e Castro à frente da Comissão de Extinção
- A busca à casa e a morte de Fernando Oneto
- O general Ribeiro Faria responde às críticas
- Mário Soares, o julgamento dos elementos da PIDE/DGS e Francisco Salgado Zenha
- Notas
Capítulo VIII
DOS PRIMEIROS JULGAMENTOS AO FIM DE UM PROCESSO DE JUSTIÇA INACABADO, ENTRE A SEGUNDA METADE DE 1976 E 1981
- Sousa e Castro no banco dos réus?
- A pretensa inconstitucionalidade da Lei n. 8/75, e o juiz Barata do 2.* TMT
- O julgamento do caso do assassinato de José Dias Coelho, entre outros
- A direita e a extrema direita reagem
- 1977: o ano de todas as libertações
- O julgamento de Adelino Tinoco, Madalena Oliveira, Silvio Mortágua e José Gonçalves
- Uma política de ‘reconciliação’?
- O Tribunal Cívico Humberto Delgado
- De novo, a discussão sobre as incapacidades eleitorais
- O julgamento do caso Delgado
- Libertações de dirigentes da DGS, e o regresso de Américo Tomás a Portugal
- Continuação do julgamento do caso Delgado e as declarações de Rosa Casaco
- O processo de reabilitação de elementos da PIDE/DGS
- Indemnizações do Estado por prisão indevida
- A sentença do caso Delgado
- Notas
Capítulo IX
EPÍLOGO
- Dos saneamentos à sua reconversão reabilitadora
- O destino dos arquivos da PIDE/DGS e da Comissão de Extinção
- Dos 10 anos do 25 de Abril ao fim da Comissão de Extinção
- O término da Comissão de Extinção da PIDE/DGS
- No 20.* aniversário do 25 de Abril: abertura dos arquivos e justiça de reparação
- Memória e opinião pública: do 20.* ao 40.* aniversário do 25 de Abril
- Notas
CONCLUSÕES
- Houve em Portugal um processo de justiça transicional?
- Os arquivos da PIDE/DGS
- Memória e História
- Quatro fases da memória
- E em Portugal, como evoluiu a memória do passado ditatorial e da PIDE/DGS?
- Notas
Apêndice I
Apêndice II
Siglas
Bibliografia
Preço: 37,50€;
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