Revista ‘GRANDE REPORTAGEM’, n. 94, de Janeiro de 1999.
‘ATÉ AO FIM DO MUNDO’, por António Mateus
“Em 1975, uma multidão de portugueses fugida à guerra abandonou Nova Lisboa
em direcção à fronteira com a África do Sul.
Numa das maiores caravanas de que há memória,
cerca de dez mil pessoas foram forçadas a uma espera trágica
de meses a fio nas ‘Terras do fim do mundo’.
Relato da odisseia.
Editada na capital portuguesa e tendo como director Miguel de Sousa Tavares.
Lisboa 1999
Revista com 114 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
Temas em destaque:
Temas em destaque:
Reportagem Angola 1975
- ‘A CARAVANA DO FIM DO MUNDO’, por António Mateus
“A 22 de Agosto de 1975, mais de dez mil portugueses residentes em Angola fugiram à guerra entre os movimentos nacionalistas numa das maiores caravanas de que há memória. O objetivo era entrar na África do Sul, mas o que a multidão em debandada encontrou foi uma enorme porta fechada nas ‘Terras do Fim do Mundo’. Homens, mulheres e crianças sobreviveram então cinco penosos meses em campos de refugiados, até que finalmente o COPCON conseguiu negociar a sua partida para Portugal com as autoridades Sula-Africanas. Mas o adeus definitivo a África não foi menos doloroso.”
- Ele disse-lhes: ‘Com a dificuldade que há de arranjar portas vocês foram-me arrombar a minha? Batiam que eu abria...’, e deram-lhe uma rajada de metralhadora em frente dos filhos.
- As tensões entre MPLA, FNLA e UNITA levaram ao medo de pôr o pé na rua. “Até que um dia fui buscar a minha filha à escola - e era sentir os tiros a passarem por cima. Uma loucura!”
- “Após aquele sofrimento todo, no desgosto de deixar vidas inteiras para trás, houve gente que perdeu a cabeça. Fizeram pilhas de roupas, móveis, eu sei lá, e pegaram fogo a tudo.”
- ‘OS ANOS DA GUERRA’
“Nada melhor, então, do que lembrar, lembrar, por exemplo, três episódios, referentes a cada um dos cenários de guerra onde os portugueses morreram e mataram, na segunda metade deste século. E pela voz dos que lá estiveram - de um lado e do outro.”
Por Miguel de Sousa Tavares
MOÇAMBIQUE - ‘Assalto ao aldeamento’, por Carlos Vale Ferraz
GUINÉ - ‘Uma granada sobre o coração’, por Álvaro Guerra
ANGOLA - ‘Para além da noite’, por Octaviano Teixeira
Entrevista com John P. Cann
- ‘UM AMERICANO NO ULTRAMAR‘, por Francisco Camacho e João Francisco Vilhena (Fotos)
“Não foram os militares portugueses que perderam a guerra colonial - foi Salazar e o poder político de Lisboa. Quem o diz é John P. Cann, oficial na reserva da marinha norte-americana, que já prestou serviço no Pentágono e no Comando Ibérico da NATO, em Oeiras, é autor do livro ‘CONTRA-INSURREIÇÃO EM ÁFRICA: O MODO PORTUGUÊS DE FAZER A GUERRA’, recentemente publicado entre nós pela editora Atena. Doutorado em Estudos de Guerra pelo King’s College, com uma investigação sobre o conflito português no Ultramar, John P. Cann afirma que os militares deram aos políticos todas as condições para negociarem com os movimentos das ex-colónias e que a única resposta obtida foi o autismo. Se a tese já é antiga, a novidade é que ela parte agora de uma fria análise da estratégia militar nas guerras de África. Conclusão: a direita portuguesa era a mais estupida do mundo.
- “Caetano disse a Spínola que as negociações com o PAIGC abririam um grave precedente e que uma derrota era preferível a negociar. Spínola ficou em estado de choque.”
- Os militares portugueses fizeram um grande trabalho mas sobre os políticos não posso dizer o mesmo. Falharam miseravelmente.”
Viagem Algarve-Guiné
- ‘A GRANDE EVASÃO’, por Juvelino Matos de Almeida (Texto e fotografias)
Cultura - Portofólio
- VIAGEM AO PRINCÍPIO DAS MÁSCARAS’, fotografias de Sérgio Santimano e texto de Luís Carlos Patraquim
- ‘O NILO NEGRO’, por Aminata Traore (texto) e Zica Capristano (fotografias)
Ltchekhov
- ‘VIDA NA OBRA’, texto de Luísa Costa Gomes
Preço: 32,50€;
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