domingo, 14 de setembro de 2014

Moçambique & Ultramar - 'O FEITIÇO DO BRANCO (Tadúa muzungo)', de A. Lopes Marques - Lisboa 1970 - MUITO RARO;





Moçambique & Literatura - A descrição da relações sociais entre os nativos e o colonos portugueses


'O FEITIÇO DO BRANCO (Tadúa muzungo)'
De A. Lopes Marques
Edição Livraria Luso-Espanhola
Lisboa 1970 (?)


Livro com 302 páginas e em muito bom estado de conservação.
De muito difícil localização.
MUITO RARO. 


Da badana:
"O FEITIÇO DO BRANCO
Bem no nosso íntimo situa-se o sentimento que domina o convívio dos portugueses brancos e pretos em África. Não há estudo, não há política a sobrepor. É natural, é intrínseco; corresponde a uma predisposição amiga e fraterna. Não há plano nem directriz no trato com o africano. Tudo é simples porque é espontâneo. Não carece de roupagens nem disfarces. Somos em África como no Minho ou no Algarve: dádiva total. Ou talvez mais ainda. Talvez que tudo provenha do ambiente, da solicitação natural do nosso povo pelas terras e gentes distantes, do pendor pelos vastos espaços, pela largueza infinita !
A vida do cantineiro Fortunato, na Zambézia, 'na sua África' - um romance como em certo transe a apelidou - é a vida nos plainos e praias da nossa Estremadura ou Alentejo, com as suas violências, destemores, vícios, fraquezas e amizades.
O Cesário, sobrinho de Fortunato, nos seus verdotes, desvarios, na sua 'bebedeira de África' é de todos os recantos das nossas terras. Inexperiente e descuidado da terra e da gente, cedo se deparou com o correctivo que o levou ao bom caminho. Havia-se olvidado que ‘África estava uma senhora que requere termos e compostura’. 
O Muanavila, trabalhador do cantineiro, reagindo com violência e insensatez aos modos desabridos do muzungo, é de raça negra mas podia ser da branca. Pelas terras malditas de Entre-Rios, muito para norte, para lá ainda do Mualama, se acoita. Algo dizia à Sufiana que era ali que deviam esperar se queriam viver. Ali o vai descobrir a Justiça implacável. Com ele o Dualina, irmão de Sufiana, cauto e sagaz, conhecendo o branco como as suas mãos e braço direito do cantineiro. Ao Chiposse, um preto leal como poucos, quer o Fortunato como a um irmão.
O velho Encarnação do Botequim ‘Nicoadala’, é um preto com alma branca, que vive o pungente drama da Leopoldina com a dor e também desvelo de um pai, que é. O Cesário, dele, tudo desconhecia. 
Tadúa Muzungo é o romance do portugês em África, em toda uma vida vivida a plenos haustos, entregando-se de alma e coração à gente e à terra, labutando por elas, batendo-se por elas, nela querendo findar os seus dias.«Carne da minha carne. Terra boa: mesmo depois de morto quero ser enterrado nela» - diria o muzungo Fortunato."



Do ÍNDICE: 

Dedicatória 

Capítulo I 
Ao
Capítulo XXVII 


Preço: 62,50€; 

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