quarta-feira, 8 de maio de 2013
Angola & Descolonização - 'OS (Meus) DIAS DA INDEPENDÊNCIA', de Onofre dos Santos - Lisboa 2002 - Raro
Angola & História - A Independência da FNLA e UNITA no Huambo, declarada a 11 de Novembro de 1975, em revelações inéditas e únicas
'OS (MEUS) DIAS DA INDEPENDÊNCIA'
De Onofre dos Santos
Editorial Notícias
Lisboa 2002
Livro com 192 páginas, muito ilustrado com fotografias e como novo. Excelente.
De muito difícil localização.
Muito Raro.
Onofre dos Santos foi membro destacado da FNLA, um dos raros brancos desta organização.
O autor, foi um dos ministros do governo de coligação entre a FNLA e a UNITA, constituído no Huambo em 11 de Novembro de 1975, data da independência e designado por governo da República Democrática de Angola.
Onofre dos Santos relata esse período e os seus múltiplos episódios, nomeadamente da convivência nem sempre pacifica e leal entre FNLA e UNITA por um lado e ELNA e FALA, os respectivos exércitos.
Destaque para as excepcionais e raras fotografias da rectaguarda da linha de combate que separava FNLA/UNITA e MPLA, quando já não havia jornalistas internacionais e por isso são raras e valiosas.
Um livro único sobre este período e que não se deu o devido valor.
Da badana:
"Um diário iniciado no dia da independência de Angola que vai projectado o itinerário sincopado da efémera coligação entre a FNLA e a UNITA desde a celebração, em Kinshasa, do acordo para a formação de uma República Democrática, até à fronteira com a Namíbia, onde foi desaguar a maior parte dos destroços desse projecto naufragado.
Em linguagem cinematográfica, este diário não corresponde ao filme dos dias da independência em 1975, mas é um documentário inédito em que o leitor é convidado a participar, acompanhando a esperança fugidia numa Angola melhor, convivendo com gente anónima, mas encontrando também algumas figuras importantes da cena política que perduraram até aos nossos dias.
É um mergulho num passado que se vai tornando longínquo mas conservado com amor, a lembrar que a Angola independente, embora fruto de um sonho comum, nasceu, de facto, sob o signo de uma violenta contradição."
O AUTOR:
"ONOFRE DOS SANTOS
Nasceu em Luanda em 16 de Dezembro de 1941.
Aí fez os seus estudos primários e secundários.
O curso de Direito tirou-o na Universidade de Coimbra.
Regressado a Luanda, exerceu advocacia até 1975. Após os Acordos de Alvor, foi consultor jurídico do primeiro-ministro da FNLA no Governo de Transição e membro da Comissão de Redacção da Lei Fundamental e da Lei Eleitoral.
À data da independência encontra-se no Ambriz, onde participou nos acordos entre a FNLA e a UNITA que decorreram na altura em que estes dois movimentos de libertação foram rechaçado sede Luanda. No Huambo foi o Ministro da Justiça do Governo da efémera 'República Deus de Angola'.
Em 1991, depois dos Acordos de Bicesse, regressou a Luanda e participou na reunião multipartidária convocada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, em Janeiro de 1992. Em 9 de Maio de 1992, foi nomeado director-geral das Eleições que se realizaram em 30 de Novembro desse mesmo ano. Depois disso participou em várias missões eleitorais em representação das Nações Unidas na Guiné-Bissau (1994), Serra Leoa (1995), Bangladesh (1995/1996), Vulkovar na Jugoslávia (1996/1997), Lesotho (1998), República Centro-Africana (1998), Níger (1999) e Costa do Marfim (2000)."
Do ÍNDICE:
ADVERTÊNCIA
I
A INDEPENDÊNCIA MARCADA PELOS ACORDOS DE ALVOR PARA 11 DE NOVEMBRO DE 1975
Foi, de facto , declarada unilateralmente e em simultâneo em três locais diferentes: Luanda, Huambo e Ambriz
- 11 de Novembro 1975: um voo nocturno para o Ambriz
- 12 de Novembro: um reconhecimento embaraçoso
II
ENQUANTO LUANDA MARTELAVA E DENUNCIAVA
Através de todos os meios de comunicação ao seu alcance, aos angolanos e ao mundo, a 'coligação imperialista FNLA-UNITA', estes dois movimentos muito dificilmente se entendiam
- 13 de Novembro: formando o Governo
- 14 de Novembro: reunião bipartidária
- 15 de Novembro: o princípio da rotatividade
- 16 de Novembro: um jornalista em apuros
- 17 de Novembro: à espera de Godot
- 18 de Novembro: um dirigente impertinente
- 19 de Novembro: Savimbi à porta
- 20 de Novembro: a importância de um Governo
- 21 de Novembro: cavalgando as nuvens
- 22 de Novembro: faz anos o Hendrick e o Chipenda tem um bom augúrio
- 23 de Novembro: uma sessão vibrante no Uíge
- 24 de Novembro: uma promeira missão judicial
- 25 de Novembro: na praia da sereia
- 26 de Novembro: notícias de Portugal
- 27 de Novembro: intelligence e segurança
- 28 de Novembro: Santos e Castro, o velho guerreiro
- 29 de Novembro: o discurso de Johnny Eduardo
- 30 de Novembro: um voo frustrado de Kinshasa ao Huambo
III
A 'REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE ANGOLA'
Foi criada começando pelos pés... um no norte (Uíge, Zaire, Ambriz), e outro no sul (Huambo, Lubango, um pouco de Lobito e Benguela, Moçâmedes meio esquecida no deserto) mas era um corpo à procura de uma cabeça que continuava separada, embora quase à vista, em Luanda
- 1 de Dezembro: chegada triunfal a Nova Lisboa
- 2 de Dezembro: na missão da Bela Vista
- 3 de Dezembro: Savimbi falta à posse do Governo
- 4 de Dezembro: sozinhos no Huambo
- 5 de Dezembro: o Governo FNLA-UNITA reúne-se pela primeira vez
- 6 de Dezembro: Graça Tavares fica preso no elevador
- 7 de Dezembro: Savimbi declara guerra a Chipenda
- 8 de Dezembro: um serão na província
- 9 de Dezembro: nas ruas do velho Huambo
- 10 de Dezembro: dia de pagamento
- 11 de Dezembro: Graça de Tavares de braço ao peito
- 12 de Dezembro: manhã de trabalho com N'Dele
- 13 de Dezembro: o Governo no seu labirinto
- 14 de Dezembro: um domingo tranquilo
- 15 de Dezembro: nos caminhos da justiça
- 16 de Dezembro: inquisição no Lobito
- 17 de Dezembro: uma reunião de juristas - entre o passado e o futuro
- 18 de Dezembro: em Benguela com os juristas
- 19 de Dezembro: uma manhã perdida no Palácio de Benguela
- 20 de Dezembro: uma reunião difícil com Chingunge
- 21 de Dezembro: na Caota como em Capri
IMAGENS
IV
PERDIDO O NORTE PELA FNLA, A 'REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE ANGOLA' FICA À MERCÊ DA UNITA...
Apenas o batalhão dito Chipenda constituía um obstáculo à essa inevitável hegemonia da UNITA no sul do país. A breve guerra que eclodiu no planalto visou liquidar no ovo a emergência ou qualquer veleidade de um poder partilhado
- 22 de Dezembro: um Conselho de Ministros que termina em guerra
- 23 de Dezembro: Holden chega ao teatro de guerra e enfrenta um dilema
- 24 de Dezembro: uma consoada para a história
- 25 de Dezembro: um presente de Natal
- 26 de Dezembro: não tem casa quem quer
- 27 de Dezembro: um caso de consciência
- 28 de Dezembro: o mapa do sofrimento
- 29 de Dezembro: faz anos o Peyroteo
- 30 de Dezembro: plano de paz ao pequeno-almoço
- 31 de Dezembro: o vaivém das comissões de paz
- 1 de Janeiro de 1976: não pode haver paz sem amor
- 2 de Janeiro: a UNITA toma o Menongue
- 3 de Janeiro: um dia na casa de Vin Marshall
- 4 de Janeiro: fogo na Chipipa
- 5 de Janeiro: mais crise político-militar
- 6 de Janeiro: à procura de um banco emissor
- 7 de Janeiro: o meu plano de paz para o Lubango
- 8 de Janeiro: plano aprovado, mas...
- 9 de Janeiro: cheques em vez de dinheiro
- 10 de Janeiro: discos perdidos
- 11 de Janeiro: uma questão de meios
- 12 de Janeiro: ao trabalho com o primeiro-ministro
- 13 de Janeiro: bens deixados, bens tombados
- 14 de Janeiro: José N'Dele ocupa-se das finanças do Huambo
- 15 de Janeiro: Savimbi Presidente?
- 16 de Janeiro: a motorizada azul
- 17 de Janeiro: Conselho de Ministros ao sábado
- 18 de Janeiro: os brancos da UNITA
- 19 de Janeiro: onde os mistérios da polícia e da vida se encontram
- 20 de Janeiro: falta de quórum
- 21 de Janeiro: notícias alarmantes e mosquitos
- 22 de Janeiro: história de uma bandeira
- 23 de Janeiro: esperando o avião
- 24 de Janeiro: a UNITA recebe armamento em Serpa Pinto
V
GUERREANDO ENTRE SI E DISPERSANDO AS SUAS TROPAS NA INÚTIL OCUPAÇÃO E SAQUE DAS CIDADES
A FNLA e a UNITA ficaram à mercê das forças sul-africanas que guardavam as suas costas ao avanço das FAPLA e dos cubanos que as ajudavam.
Quando as forças sul-africanas desceram regressando à sua primeira linha de intervenção, a cerca de cem quilómetros da fronteira com a Namíbia, a consequência foi a debandada. Em todas as direcções. Muitos foram os que vieram do Lobito e Benguela e do Huambo até ao Lubango e daqui seguiram em caravanas até à fronteira em Santa Clara (Namacunde).
- 25 de Janeiro: retaguarda confusa
- 26 de Janeiro: mais problemas financeiros
- 27 de Janeiro: 'Os nossos irmãos da UNITA querem-nos matar!"
- 28 de Janeiro: metralhadoras na mesa
- 29 de Janeiro: a UNITA abandona a FNLA
- 30 de Janeiro: divórcio no Huambo
- 31 de Janeiro: nos braços do slow
- 1 de Fevereiro: dia de missa e comício
- 2 de Fevereiro: canoa furada
- 3 de Fevereiro: o Governo estabelece comissões conjuntas itinerante
- 4 de Fevereiro: a FNLA entra com o petróleo
- 5 de Fevereiro: novamente no Lobito com o Carlos Fontoura
- 6 de Fevereiro: reunião na Associação Comercial
- 7 de Fevereiro: as 'forças do além'
- 8 de Fevereiro: fuga para o Lubango
- 9 de Fevereiro: um comboio cheio de medo cruzando a noite
- 10 de Fevereiro: Astérix e snoopy
VI
A ÚLTIMA 'ESTAÇÃO' PARA MILHARES DE ANGOLANOS E PORTUGUESES
Que fugiram de uma independência que enveredava por linhas travessas (e perversas) foi em Vila Pereira d'Eça (Ondjiva), que de pronto se tornou num verdadeiro campo de refugiados sob a autoridade e protecção sul-africanas, aproveitando, para o efeito, os vários edifícios ali existentes.
- 11 de Fevereiro: assentando arraiais em Pereira d'Eça
- 12 de Fevereiro: na fronteira ao telefone
- 13 de Fevereiro: vacinas para todos
- 14 de Fevereiro: quatro mil vacinados
- 15 de Fevereiro: um domingo indiferente
- 16 de Fevereiro: o comandante Lambert discursa e tranquiliza
- 17 de Fevereiro: barrela e boa disposição
- 18 de Fevereiro: a caminho de Santa Clara
- 19 de Fevereiro: entre a espada e a parede
- 20 de Fevereiro: trabalhos domésticos
- 21 de Fevereiro: prisioneiros voluntários dos sul-africanos
VII
RESGATE E REGRESSO AO PONTO DE PARTIDA
- 22 de Fevereiro: a hora do resgate
- 23 de Fevereiro: serviços secretos em acção
- 24 de Fevereiro: a noite da má língua
- 25 de Fevereiro: com visto por quarenta e oito horas
- 26 de Fevereiro: preparativos tranquilos de partida
- 27 de Fevereiro: um dia em Pretória
- 28 de Fevereiro: de volta ao bureau
- 29 de Fevereiro: domingo de carnaval
- 1 de Março: histórias do divino mestre
- 2 de Março: a última ceia
- 3 de Março: estrela perdida
VINTE E CINCO ANOS DEPOIS
Os meus companheiros dos dias da independência
- Da FNLA
- Da UNITA
Preço: 37,50€;
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