quarta-feira, 14 de março de 2012
Guiné-Conackry e PAIGC - 'PRISÃO DE ÁFRICA', de Jean-Paul Alata - Lisboa 1977 - Raro
Guiné - A repressão e massacre do regime de Sékou Touré - Prisões e mortes após a invasão de Conakry
'PRISÃO DE ÁFRICA'
De Jean-Paul Alata
Livros do Brasil
Lisboa, 1977
Livro com 304 páginas e em bom estado de conservação.
De muito difícil localização.
Muito Raro.
O autor, branco de nacionalidade guineense, foi desde cedo um opositor do regime colonial francês e após a independência foi detido várias vezes, vítima da tirania de Sékou Touré.
Em 1970, após a invasão de militares portugueses e opositores guineenses a Conakry, o regime deu início a uma vaga de repressão, desmandos, violações dos direitos do homem e massacres, com fuzilamentos e enforcamentos em plena rua, com o pretexto de reprimir e capturar todos os implicados e coniventes com a invasão portuguesa.
Claro que foi só o pretexto de prender e matar todos os oponentes reais e imaginários.
Também o PAIGC e Amílcar Cabral estiveram na mira e, depois de estar favorável à dissidência anti-Amílcar Cabral, acabou por apoiar novamente a direcção deste movimento guerrilheiro. Este livro e outros do género no panorama literário internacional fazem referência a estas situações todas.
Da contra-capa:
"A testemunha que se exprime nesta narrativa viveu cinquenta e quatro meses num campo penal guineense, do qual saiu mortificada, mas ainda suficientemente lúcida para não renegar o seu compromisso ao lados dos revolucionários africanos da Guiné e de outros lugares. Essa lucidez permite-nos situar melhor o seu testemunho.
Apresentamo-vos o testemunho de JEAN-PAUL ALATA, o qual, desenrolado em conakry, também se podia situar em N'Djamena, Kampala ou outro país.A nossa esperança, ao expor estes factos, consiste em que a sua divulgação contribua para curar a África, juntamente com todo o mundo, das suas vergonhosas enfermidades: o sistema concentracionário, 'justiça' policial e tortura.
Jean Lacouture"
SINOPSE:
" 'PRISÃO DE ÁFRICA' está primorosamente escrito, é uma narrativa do terror, da suprema humilhação, do medo visceral, do desespero e a raiva de perder os entes queridos. Ao lermos estes interrogatórios, recordamos outras prisões africanas, europeias, americanas, asiáticas, a monstruosidade de fazer um ser humano um farrapo, agarrado à pura sobrevivência. O prisioneiro Jean-Paul Lata vai rebatendo e mostrando as contradições das diferentes acusações. Descreve as celas com os seus percevejos, odores mefíticos, interrogatórios em que o ser humano se desfaz em urina e fezes. Os meses passam, há nova revoada de prisões, a Guiné Conacri transformou-se num campo de concentração. Alata vai mostrando aos seus carrascos como todas aquelas declarações forjadas são ridículas. Altas personalidades são enforcadas e os seus corpos balouçaram todo o dia sob a Ponte Tumbe, foi o carnaval em Conacri, megeras dançavam à volta dos cadáveres, exibiam os órgãos sexuais dos executados nas extremidades de longas varas."
Mário Beja Santos
Do ÍNDICE:
Prólogo;
CAPÍTULO 1
- Ikongo;
CAPÍTULO 2
- Cabina técnica;
CAPÍTULO 3
- As petroleiras;
CAPÍTULO 4
- Os faca-longas;
CAPÍTULO 5
- A balada dos enforcados;
CAPÍTULO 6
- A nova vaga;
CAPÍTULO 7
- A cenoura e o bastão;
CAPÍTULO 8
- Carnaval em conakry;
CAPÍTULO 9
- O zero e o infinito;
CAPÍTULO 10
- Tenin;
CAPÍTULO 11
- Os terrores de Yakoun;
CAPÍTULO 12
- Os revoltados e o Marabu;
CAPÍTULO 13
- A fronteira da inocência;
CAPÍTULO 14
- O reinados do 'O';
CAPÍTULO 15
- O exílio;
Notas complementares.
Ver mais aqui:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2014/06/guine-6374-p13313-notas-de-leitura-603.html
Preço: €25,00;
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