quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Portugal - Moçambique & Guerra do Ultramar - ‘A REVISTA’ do semanário ‘Expresso’ - 05.12.1992 (WIRIYAMU - ‘UMA NÓDOA NA HISTÓRIA’) - Lisboa 1992 - MUITO RARO;























Portugal - Moçambique & Guerra do Ultramar - O massacre de Wiriyamu analisado duas décadas após as ocorrências, com a jornalista Felícia Cabrita a deslocar-se aos locais e a contactar com alguns dos sobreviventes, além do recurso à memória de alguns dos elemento da Companhia de Comandos a quem é atribuído o ataque e as mortes


‘A REVISTA’ do semanário ‘Expresso’ - 05 de Dezembro de 1992.
WIRIYAMU - ‘UMA NÓDOA NA HISTÓRIA’ 
‘Obedecendo a ordens superiores, a 6.a Companhia de Comandos e alguns elementos da polícia política chacinaram 400 moçambicanos. Foi há 20 anos, em Wiriyamu. Os sobreviventes falam sem raiva - o destino selou as suas vidas. Quanto aos “heróis”, hoje homens com uma vida normal, houve quem aceitasse recordar uma das grandes nódoas praticadas pelo exército em terras de África.’ 
Reportagem de Felícia Cabrita e Clara Azevedo (fotos), enviadas a Wiriyamu, Moçambique 
Lisboa 1992 


Exemplar com 142 páginas, muito ilustrada e em muito bom estado de conservação. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.



Temas em destaque: 
- WIRIYAMU - ‘UMA NÓDOA NA HISTÓRIA’ 
Reportagem de Felícia Cabrita e Clara Azevedo (fotos), enviadas a Wiriyamu, Moçambique 

MASSACRE 
- ‘OS MORTOS NÃO SOFREM’ 
‘Sábado, 16 de Dezembro, vésperas de Natal. O mundo segue fascinado a viagem da nave “Apollo 17”, os astronautas vasculham a lua. Em Tete, província de Moçambique, três aldeias desaparecem do mapa. Empunhando a bandeira portuguesa, a 6.a Companhia de Comandos e alguns elementos da DGS - a polícia política - matam em tempo recorde 400 pessoas. 
Chegam com o sol a pino, cheios de pó, suor e raiva. São quase uma centena. Procuram a base do inimigo, mas encontram aldeias indefesas, apenas com mulheres, crianças e velhos, desarmados. Fazem-se experiências. Um soldado abre o ventre de uma mulher grávida e mostra-lhe o sexo do feto. Colocam os canos das armas na boca de recém-nascidos, à laia de biberão. E as donzelas, depois de satisfazerem o ímpeto dos heróis, são abatidas. Quem não é capaz de matar não serve para soldado. Nesse dia a tropa improvisou. Foi há 20 anos, em Wiriyamu.
Não foi o único massacre praticado pelo exército colonial, apenas foi o mais conhecido, porque missionários o denunciaram à opinião pública internacional. E também não foi o último por terras moçambicanas.
Desde então, a vida por tais paragens não tem sido propriamente um mar de rosas. Talvez por isso os sobreviventes falem sem raiva, como se o destino tivesse selado as suas vidas.
Para a reconstituição dos acontecimentos desse longínquo 12 de Dezembro de 1972 foi indispensável o testemunho dos soldados portugueses, hoje espalhados um pouco por todo o país. São homens normais com memórias que não esquecem , nalguns casos nem se exprimem. Noutros, escondem-se - “estava de férias”. Mas muitos falaram. Uns com indiferença. Outros expulsando uma dor de anos.’
- ‘OS SOBREVIVENTES’ 
- ‘A MENTIRA OFICIAL’ 
‘Caetano começou por dizer: “Wiriyamu nunca existiu”. Depois escreveu a Kaúlza: “As fotografias são um horror para a nossa causa. Serão tiradas de facto em Moçambique ? Se foram, quem é o responsável ?”
‘Kaúlza, 20 anos depois: “Morreram 60 pessoas, civis e terroristas, mas considero isso um acidente normal.” Eanes: assinou em 1976 uma queixa por abuso de liberdade de imprensa contra um livro sobre o massacre.’ 
‘HAMA Thai, à época guerrilheiro da FRELIMO no sul do rio Zambeze, sobre as dificuldades do exército português: “Eles estão a substituir os cadáveres brancos por negros porque já não têm efectivos”.’


Preço: 77,50€; 

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