Moçambique & Literatura - O autor, caçador profissional e amante da natureza e da fauna, dá à estampa a sua primeira obra onde relata as suas observações e vivências e a interacção entre a fauna e a flora
‘O CÂNTICO DA GALINHA DO MATO’
De Sérgio Veiga
Capa e pintura do autor
Edição Ndjira - Patrocínio da Mcel
Maputo 2005
Livro com 182 páginas e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
De muito difícil localização,
MUITO RARO.
Da badana:
“O capim quase afundava a linha do comboio que parecia não ter fim. Pedro ali parou e deixou que os olhos a percorressem até a perder mato adentro. Procurava consolo, mas a hiena não estava lá.
Porque ali só ele existia, se deixou acompanhar pela solidão e pela própria sombra. Cada vez mais vago, cada vez mais presente apenas no mundo que ele mesmo desenhava. Ainda o fez crer nas crenças do seu próprio imaginário e entregou o destino ao vento.“
O Autor:
“SÉRGIO CÂNDIDO VEIGA nasceu em Maputo a 25 de Julho de 1953.
Desde muito cedo acompanhou seu pai, caçador profissional, nas actividades de safaris e veio mais tarde a abraçar também está profissão. É um dos grandes caçadores deste país e também uma referência na caça submarina.
A pesca e o mergulho para registo de imagens subaquáticas são igualmente uma andas suas actividades predilectas. Participou como operador de câmara e realizador em documentários sobre o meio ambiente e temas humanitários para organizações internacionais de ajuda.
Como artista notabilizou-se na pintura, tendo exposto individualmente e em mostras colectivas.
O contacto com a natureza e as gentes do interior e da costa foram também transpostos para a literatura.
Participou no livro ‘Once we were hunters: a journey with Africa’s indigenous people’, que foca a interacção meio ambiente - comunidades em seis países da África Austral e Oriental.
Esta é a sua primeira obra de ficção vinda a público.“
Da contracapa:
“A VOZ E A PALAVRA
Eu ouço este texto. Nas suas múltiplas errâncias Sérgio Veiga contou-me esta história mesmo antes de a escrever. Agora, ao ler o livro foi a voz de Sérgio que me surgiu. E se sobrepõe à leitura. Sérgio confessou-me: esta narrativa surgiu-lhe por visitação nos longos poentes que ele, caçador na emboscada da penumbra, viu incendiar na savana africana. A história o ocupou de tal modo que ele nem sequer pensava em escrevê-la. ‘Não sou um homem das letras’, dizia-me. Se houvesse que pintar a história ele o Faria, sem hesitação. Mas escrever era coisa que estava para além das mil aventuras e das mil vidas que já ousara empreender.
Assim com eu ia escutando a história, Sérgio via os personagens e pintava a paisagem que para eles ia construindo. Sentados nesta imensa varanda sobre o Índico, Sérgio me falava de visões, de visitações dos personagens e eu o encorajava a colocar tudo em papel. Faz como se pintasses, era o que lhe dizia. Como se a palavra fosse feita de desenho e cor dos tantos quadros que ele já criara. E o fizesse sem pretensão literária, com o propósito simples de anunciar: eis uma história. ‘Esta que é minha e só eu posso contar.’ Afinal, ter uma história para contar é bem mais importante que essa preocupação de ‘escrever bem’. Nisso acertámos ambos, ele, o contador, e eu, o ouvidor.
E foram muitas as horas em que Sérgio Veiga se sentou e relatou os novos episódios desse tear a que ele chamou de ‘O CÂNTICO DA GALINHA DO MATO’. Aos poucos, Sérgio se foi convertendo numa espécie de meu ‘grito’ particular, e eu via nele essa rara sapiência dos velhos contadores de histórias de Moçambique. Como eles Sérgio emergia da oralidade. Diferentemente, porém, a sua palavra andava à cata da escrita. Com o mesmo instinto de caçador, Sérgio trilhou carneirinhos da sua alma até a palavra surpreender o papel. E surpreendê-lo a si mesmo. Assim, lhe aconteceu este livro, como uma sedução de presa e predador, no jogo de revelações e ocultações que é comum aos escritores e caçadores.
‘O CÂNTICO DA GALINHA DO MATO’ é, afinal, uma das infinitas versões da impossível autobiografia deste homem que é pescador, caçador, pintor, viajante, marinheiro, ambientalista, produtor de documentários televisivos, operador de câmara, mergulhador.
O principal personagem do livro é, afinal, o próprio autor. Um homem que tem histórias para contar porque as viveu. Ele não fala sobre gente. Ele foi toda essa gente. Homem do mato, dos bichos, da gente camponesa, europeu-africano que cruzou dentro de si as fronteiras, as fugidias identidades da raça, da nacionalidade, da religião. E é desse vagabundear de identidades que, afinal, este livro trata. E é por isso que a voz do livro se antecipa à palavra escrita.“
Mia Couto
Do ÍNDICE:
Dedicatória
Capítulo I
Ao
Capítulo XXIV
Glossário
Preço: 47,50€;
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