sexta-feira, 9 de junho de 2023

Angola & Literatura - ‘LUANDANDO’, de Pepetela - Luanda 1990 - MUITO RARO;


















Angola & Literatura - A cidade de Luanda, capital deste país da costa ocidental africana, contada e revelada pelo autor, angolano nascido em Benguela 


‘LUANDANDO’ 
De Pepetela - Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos 
Tradutor Alan Caniac 
Fotografias de Pinto Afonso, André Hunot, 
Lucas de Sousa, Raoul Foulon e Robert Dumas 
Edição ELF Aquitaine Angola 
Luanda 1990 


Livro de capas duras, sobrecapa, álbum de grandes dimensões (31 x 24 cm), com 196 páginas, muito ilustrado, bilíngue (português e francês) e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente. 
Nota para a inserção de um mapa de grandes dimensões com os arruamentos de Luanda. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


SINOPSE: 
“A história de Angola tem sido maioritariamente contada por quem vem de fora – e incluo-me neste grupo. Luandando conta a história a partir de dentro. O livro começa por descrever um velho e umas senhoras que, enquanto trabalhavam na praia, começam a avistar uns “pontos brancos” no alto mar, aproximando-se [as naus do Paulo Dias de Novais]. Esta capacidade de alargar o alcance da história ajudou-me a questionar alguns ‘dados adquiridos’ e a captar o verdadeiro espírito da cidade.”


O AUTOR: 
“ARTUR CARLOS MAURÍCIO PESTANA DOS SANTOS, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela (Benguela, 29 de outubro de 1941), é um escritor angolano.

A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para a libertação da sua terra natal. O seu romance, ‘Mayombe’, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. ‘Yaka’ segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e ‘A Geração da Utopia’ mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em ‘A Gloriosa Família’ e ‘Lueji’. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem ‘Predadores’, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, ‘O Quase Fim do Mundo’, uma alegoria pós-apocalíptica, e ‘O Planalto e a Estepe’, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.

VIDA 
Pepetela é descendente de uma família de portugueses nascidos em Angola. Concluiu o ensino primário na sua cidade natal e depois partiu para o Lubango, onde havia escola do ensino secundário, frequentando o Liceu Diogo Cão. O escritor cresceu num ambiente da classe média, mas frequentou uma escola primária com crianças de várias raças e classes. Ele diz que a cidade de Benguela lhe proporcionou mais oportunidades para conhecer angolanos de todas as raças porque era a cidade angolana mais multirracial daquela época.[carece de fontes] Durante a adolescência, um tio que era jornalista apresentou-lhe uma variedade de pensadores da esquerda. Durante os anos no liceu no Lubango, Pepetela também foi influenciado por um padre chamado Noronha, cuja orientação política também era de esquerda, que o mantinha a par da revolução em Cuba e outros eventos contemporâneos. 

Em Lisboa Pepetela frequentou, a partir de 1958, o curso de engenharia no Instituto Superior Técnico, mudando em 1960 para o curso de letras na Universidade de Lisboa. Já em 1961, Pepetela faz a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-o um narrador de uma história de Angola que conhece. Pepetela tornou-se militante do MPLA em 1963.

Experiência na guerra e primeiras obras
Quando Pepetela se tornou militante, fugiu de Portugal para Paris e, posteriormente, estabeleceu-se em Argel. Foi ali que ele conheceu Henrique Abranches, com quem trabalhou no Centro de Estudos Angolanos. Este Centro virou o ponto focal do trabalho do jovem Pepetela ao longo da próxima década. Pepetela, Abranches, e outros trabalharam na documentação da cultura e sociedade angolanas, e na propaganda das mensagens do MPLA ao exterior. Durante a sua época em Argel, Pepetela escreveu o seu primeiro romance, ‘Muana Puó’, uma obra que examinou a situação angolana através da metáfora das máscaras dos Côkwes, uma etnia de Angola. Pepetela não pretendia publicar o romance, mas acabou por fazê-lo em 1978, durante o seu serviço no governo angolano. Em 1969, o Centro de Estudos Angolanos mudou de Argel para Brazzaville, na República do Congo. Depois desta mudança Pepetela começou a participar na luta armada contra os portugueses. A experiência na luta serviu como a inspiração para uma das suas obras mais reconhecidas, uma narrativa da guerra intitulada ‘Mayombe’.

O primeiro romance do Pepetela foi publicado em 1972, com o título ‘As Aventuras de Ngunga’. Foi uma obra literária que ele escreveu para um público pequeno de universitários. Na obra, Pepetela analisa o crescimento revolucionário de Ngunga, um jovem guerrilheiro do MPLA, usando um tom épico e didático. O romance introduz o leitor aos costumes, à geografia e à psicologia de Angola. Pepetela cria um diálogo entre a tradição angolana e ideologia revolucionária, debatendo quais tradições devem ser alimentadas, e quais devem ser alteradas. ‘As Aventuras…’ é um romance que exemplifica a carreira iniciante de Pepetela, manifestando um amor profundo por Angola, um desejo de examinar a história e a cultura do país, um espírito revolucionário, e um tom didático. O romance também é interessante porque foi escrito e publicado enquanto o autor lutou contra os portugueses na Frente Leste. Embora Pepetela escrevesse ‘Muana Puó’ e ‘Mayombe’ durante o seu serviço de guerrilheiro, só depois da independência foram publicados.

Com a independência de Angola em 1975, Pepetela se tornou Vice Ministro da Educação no governo do presidente Agostinho Neto. O autor exerceu o mandato por sete anos e se aposentou em 1982 para se dedicar a sua escrita. Durante esta época, Pepetela teve o apoio do presidente Neto para publicar dois de seus romances, incluindo ‘Mayombe’. A sua escrita se diversificou com a publicação de duas peças de teatro que tratavam da história angolana e das políticas revolucionárias. Nos anos 70, Pepetela foi membro da diretoria da União dos Escritores Angolanos.

As peças de Pepetela refletem os temas presentes n’As Aventuras de Ngunga’. A primeira, ‘A Corda’ foi a primeira peça de longa duração publicada em Angola pós-independência. É uma peça que a crítica Ana Mafalda Leite descreve como didática, ideológica, e de pouco interesse literário. A peça tem um ato, e apresenta dois grupos de pessoas jogando tug of war com Angola como o prêmio. Um grupo representa os americanos e os seus clientes angolanos, e o outro representa os guerrilheiros do MPLA. A outra peça, ‘A Revolta na Casa dos Ídolos’, explora o passado de Angola, criando um paralelo entre o reino dos Kongos nos 1500, e a luta pela independência de Angola.” 


OBRAS DO AUTOR: 
Romances
1972 — As Aventuras de Ngunga
1978 — Muana Puó
1979 — Mayombe
1985 — O Cão e os Caluandas
1985 — Yaka
1990 — Lueji
1992 — Geração da Utopia
1995 — O Desejo de Kianda
1997 — Parábola do Cágado Velho
1997 — A Gloriosa Família
2000 — A Montanha da Água Lilás
2001 — Jaime Bunda, Agente Secreto
2003 — Jaime Bunda e a Morte do Americano
2005 — Predadores
2007 — O Terrorista de Berkeley, Califórnia
2008 — O Quase Fim do Mundo
2008 — Contos de Morte
2009 — O Planalto e a Estepe
2011 — A Sul. O Sombreiro
2013 — O Tímido e as Mulheres
2016 — Se o Passado Não Tivesse Asas
2018 — Sua Excelência de Corpo Presente, Prémio Correntes de Escrita 

Peças
1978 — A Corda
1980 — A Revolta da Casa dos Ídolos 

Crónicas
2011 — Crónicas com Fundo de Guerra
2015 — Crónicas Maldispostas 



Do ÍNDICE: 

ABERTURA 
- Por Américo Gonçalves (Adido Cultural da E.A.A.) 
- Por Fernand Poimbouef (Director Geral da E.A.A.) 
- Por Pepetela 

OS PONTOS BRANCOS 
Les points blancs 
UM PROJECTO FRUSTRADO ? 
Projet frusté ? 
UMA LETARGIA ATÁVICA 
Une lethargie atavique 
O FIM DA CIDADE - FEITORIA 
La fin de la Ville - Comptoir 
UM BONITO FARDO 
Un joli fardeau 
OS MUSSEQUES 
Les musseques 
A INVASÃO DO ASFALTO 
L’asphalte envahi 
OS HOMENS DA PRAIA 
Les hommes de la plage 
MERCADOS E QUITANDEIRAS 
Marchés et marchandes des rues 
O CARNAVAL 
Le carnaval 
O ESPÍRITO CALUANDA 
L’espirit caluanda 
A MOLDURA DE LUANDA 
Le cadre de Luanda 

ANEXOS 
- Quadros 
- NOTAS 
- Bibliografia 
- CURRICULUM do Autor 
- Agradecimentos 
- Ficha Técnica 
- Mapa dos arruamentos de Luanda 


Preço: 92,50€; 

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