Guerra do Ultramar & Angola - Uma importante obra sobre o conflito militar que se registava nesta antiga província ultramarina portuguesa, e o relato da maior emboscada sofrida pelos comandos, escassos meses antes do 25 de Abril de 1974 (Luvuéi, 15.11.1973), onde os guerrilheiros causaram 5 mortos e 31 feridos, 17 dos quais em estado grave. Ainda, a perseguição ao líder da UNITA no dia do derrube do regime em Lisboa…
‘LUVUÉI - A maior emboscada sofrida pelos comandos’
De Antero Pires
Edição Âncora Editora
Programa ‘Fim do Império’
Lisboa 2016
Livro com 262 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
Da badana:
“(…) Quanto à ‘excelência da ideia’, basicamente, o conteúdo do livro, este tem a originalidade de ter ido escrito por um sargento miliciano comando que viveu parte do período final da guerra em Angola. Já tínhamos um contributo de outro sargento miliciano, mas sobre o princípio da guerra. E de outro comando, mas sobre a Guiné.
O autor consegue transmitir o reverso e o anverso da guerra. Por um lado, as baixas, especialmente na pior emboscada sofrida por tropas comandos; por outro, o exemplo de alguns líderes, a solidariedade/camaradagem que cria laços para a vida… E também revela sensibilidade e humildade, demonstrando sentimentos humanos sublinhados na guerra, tal como, oportunamente, o prémio Nobel Albert Camus referiu n’A Peste’, ou seja (cito de memória): ‘as grandes calamidades, incluindo a guerra, revelam o muito mau que existe no homem, mas também o muito de bm…’ Sentimentos bem marcantes, desde o espírito do Natal ao medo, embora controlado, quer da mata, quer da tempestade…o que me recorda Natais em Angola e na Guiné e o grande tornado na Guiné, articulado com um assalto inimigo…“
M. Barão da Cunha, da NOTA PRÉVIA
Da contracapa:
“A pedido de Antero Pires, camarada que prezo, considero e admiro, escrevi este pequeno texto. Resolvi, assim, como leitor que também fui, dar neste apontamento testemunho do quanto LUVUÉI me agradou, emocionou e impressionou, porque na sua leitura senti-me transportado ao tempo em que militei em Angola como comandante de companhia de comandos.
Revi uma descrição realista, imparcial, enfim, correcta, duma instrução dura que procurava transformar recrutas em combatentes bem preparados, fiáveis, rústicos, abnegados e solidários. Palmilhei, novamente, as fechadas florestas do norte com o seu terreno íngreme e áspero, defrontei, mais uma vez, um inimigo ardiloso e perigoso que atacava sempre de surpresa, emboscado, tirando o melhor partido do eminente em que vivia.
Revisitei as matas e chanas do Leste, os seus espaços esplêndidos, as noites claras, cheias de beleza e calma, em que o planeta Marte aparecia baixo no horizonte, um ponto vermelho, lindo de olhar. Tive, como noutro tempo, sede, medo, aquela ansiedade que seca a palma da mão, dá um aperto no estômago e que nos torna mais atentos, com os sentidos mais apurados e que se desvanece face ao inimigo.
Chorei, como sempre, os nossos caídos em combate, acompanhei como minhas as baixas da ‘emboscada’. Ah! a propósito da ‘emboscada’, considero esta descrição muito vivida e do mais realista, contudo contida e sofrida, desenrolando-se sem extremismos, com clareza, conseguindo dar-nos uma excelente visão de como um combatente a sofreu e viveu as suas reações e de seus camaradas, a intrepidez de uns, a solidariedade e o espírito de sacrifício de outros, a coragem de todos.
É interessante, também, seguir o percurso de uma companhia que, considerada quase inoperacional depois das baixas importantes sofridas, renasce, como Fénix e, sob o comando do excepcional militar Manuel Isaías Pires, então tenente, se torna uma das melhores subunidades que combateu em Angola.
Este livro representa um importante testemunho dos trabalhos, esforços, sacrifício PS e perigos vividos pelas nossas Forças Armadas nas campanhas de África e faz jus ao orgulho e à mágoa que nós, antigos combatentes, sentimos ao recordar os nossos caídos e os nossos mutilados, por um sonho de grandeza que não se realizou.“
Raúl Socorro Folques - In PREFÁCIO
O AUTOR:
“ANTERO DOS INOCENTES PIRES nasceu em Bragança, em 1951, onde estudou até ao antigo 7.* ano (incompleto). Com 19 anos veio para Lisboa, ingressando no Ministério das Finanças como Aspirante provisório.
Em 10.10.1972 iniciou o serviço militar obrigatório no RI5 - Caldas da Rainha, onde concluiu o 1.* ciclo do CSM, tendo sido convocado para fazer provas de ingresso no curso de Comandos. Em 17.01.1973, ainda soldado miliciano, embarcou para Angola. De 25.01 a 17.05.1973 frequentou o 26.* curso de comandos no CIC - Centro de Instrução de Comandos - Angola, no final do qual recebeu o crachá e foi graduado em furriel miliciano. De 17.05.1973 até 03.01.1975 integrou a 2042a Companhia de Comandos, tendo operado na Zona Militar Norte e na Zona Militar Leste, ambas da Região Militar de Angola, integrando também o recém formado Batalhão de Comandos 11 - Amadora a partir de 09.08.1974. Foi louvado pelo Exmo Comandante do CIC em O.S. n. 170 de 23.07.1974.
Em 07.02.1975 regressou ao Ministério das Finanças, onde exerceu funções até 31.05.2006, data em que passou à situação de aposentação.
Coleciona pedras que recolhe na natureza, valorizando exclusivamente a vertente estética dos exemplares. Sito na aldeia de Montesinho, é aberto ao público em horário sazonal, tem um espaço expositivo onde mostra os mais belos exemplares da sua coleção.“
Do ÍNDICE:
Dedicatória
Agradecimentos
NOTA PRÉVIA
Por M. Barão da Cunha (Coordenador do Programa ‘Fim do Império’)
PREFÁCIOS
1. - Por Raúl Socorro Folques (Coronel Comando com 3 medalhas Cruz de Guerra e Ordem da Torre e Espada)
2. - Por Manuel Barata
INTRODUÇÃO
Diário do Ledo
1.a Parte: INSTRUÇÃO MILITAR / 26.* Curso de Comandos
- Chegada a Luanda
- O Curso de Comandos
A prova de choque (Prova da sede)
A prova individual de combate (Prova de fogo)
A semana invertida (Semana maluca)
Prova de água
A prova operacional
Enceramento do 26.* Curso de Comandos
2.a Parte: A FASE OPERACIONAL
- Um complicado ritual
Atividade Operacional na Zona Militar Norte
Atividade Operacional na Zona Militar Leste
As operações secretas da Companhia
O nosso armamento
Polivalências operacionais
- Batismo de fogo
- A cor da pele
- Provar do veneno
- O Baldas
- Rodas no Ar - 1
- O canhão sem recuo
- A estranha mata cerrada
- Cova do Lobo
- Pão com azeitonas
- Luvuéi - A emboscada
- Rodas no Ar - 2
- O Comandante da Companhia
- Pequeno tributo
- O inimigo de Alex
- Natal
- No rasto do mais velho
- Espanto
- A nossa casa no Luso
- A casa em Luanda
- Operação Pica-Pau
- Capenda Camulemba
- De novo em Luanda
3.a Parte: O REGRESSO - A FASE DA AMADORA
- Missão no aeroporto de Lisboa
- O Tigre
- Os Heróis
4.a Parte: LUVUÉI - OS FACTOS POR QUEM OS VIVENCIOU
- Luvuéi - Ainda a emboscada
Distorções - Mentiras - Deturpação
Os factos
Honroso ‘Mea Culpa’
Caracterização do grupo inimigo
Os números desta grande emboscada
Conjeturando
Concluindo
- Breve comentário de uma testemunha vivencial à descrição da emboscada do Luvuéi - 15-11-1973, no livro ‘SIROCO - Os comandos no Leste de Angola’, pág. 606 a 610
- Até ao fim
Glossário
Preço: 62,50€;
Sem comentários:
Enviar um comentário
APÓS A SUA MENSAGEM INDIQUE O SEU E-MAIL E CONTACTO TELEFÓNICO
After your message, please leave your e-mail address or other contact.