Portugal & Política - Carlos Brito, comunista desde muito cedo, esteve décadas ao lado de Álvaro Cunhal, o secretário-geral dos comunistas portugueses mais carismático e incontestado, até que a queda do Muro de Berlim e da União Soviética permitiram ideias diferentes nos PC’s e as primeiras e irreversíveis divisões entre os camaradas portugueses…
‘ÁLVARO CUNHAL - SETE FÔLEGOS DO COMBATENTE’
De Carlos Brito
Edições Nelson de Matos
Lisboa 2010
Livro com 382 páginas, ilustrado (fotografias e reprodução de documentos) e em muito bom estado de conservação. Excelente.
O autor relata nesta obra do género memorial as suas vivências no PCP desde a clandestinidade e oposição ao regime do Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano, a ascensão e domínio incontestável de Álvaro Cunhal enquanto secretário-geral, de que foi um incondicional apoiante, a vida na legalidade após a revolução de 25 de Abril de 1974 e todo o PREC e a descolonização, onde tudo fizeram para promover e beneficiar os chamados partidos irmãos das ex-colónias: MPLA, PAIGC e FRELIMO. Em relação a este último assunto, muito interessante o capítulo que o autor dedica ao mau relacionamento, que o autor classifica de equívocos, entre o PCP e a FRELIMO, nomeadamente com os seus dois primeiros líderes, Eduardo Mondlane e Samora Machel.
Da contracapa:
“ ‘ÁLVARO CUNHAL - SETE FÔLEGOS DO COMBATENTE’
Durante muitos anos, quando na Direcção do PCP se pensava promover um jovem quadro a um nível especial de responsabilidades directivas, Álvaro Cunhal costumava propor que fosse incluído na comitiva de uma das suas viagens ao estrangeiro para conviver com ele mais de perto e ficar a conhecê-lo melhor.
Aproveitemos então a sugestão do histórico combatente e viajemos com ele ao longo dos anos, dos avanços e reveses da sua luta, das peripécias dos seus fôlegos revolucionários, dos gostos e das aversões, das decepções e tristezas, e também das alegrias e esperanças que as páginas deste livro documentam.“
O AUTOR:
“CARLOS BRITO nasceu em 1933, em Moçambique, veio para Portugal com três anos de idade, viveu com a família, a infância e parte da juventude em Alcoutim, no Algarve.
A sua actividade literária principiou em Lisboa, quando já frequentava o Instituto Comercial (Acrual ISCAL) onde, com outros jovens, organizou recitais e colaborou em vários jornais e revistas. Aos 20 anos foi preso pela PIDE, pela primeira vez. Voltou a ser preso mais duas vezes, tendo cumprido um total de oito anos de prisão. Em 1967 passou a participar na Direcção do Partido Comunista Português. No dia 25 de Abril de 1974 estava em Lisboa, clandestino, e era responsável pela organização partidária na capital.
Em 1975 foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo Algarve. De 1976 a 1991 exerceu sem interrupção o mandato de deputado, tendo desempenhado durante quinze anos as funções de Presidente do Grupo Parlamentar do PCP.
Em 1980 foi candidato à Presidência da República. Entre 1992 e 1998 foi director do jornal ‘AVANTE!’. Em 1997, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2004, com a Ordem da Liberdade (Grande Oficial). Tem colaboração dispersa em várias publicações nacionais e estrangeiras. Publicou até hoje nove livros, todos após ter deixado de ser deputado.“
Do ÍNDICE:
INTRODUÇÃO
Primeira Parte
O LÍDER REVOLUCIONÁRIO
I. - Primeiros encontros e impressões
1. Uma longa conversa
2. Como peixe na água
3. Liderança sem brecha
II. - O estilo pessoal de direcção e intervenção
1. O exercício da liderança
2. A Checoslováquia e o ‘socialismo real’
3. Inflexibilidade e impulsos solidários
4. Mário Soares e os socialistas
III. - Estratégia da vitória e as suas vicissitudes
1. Um longo processo de elaboração
2. O lugar dos militares
3. Finalmente a situação revolucionária
4. Golpe ou levantamento militar
IV. - Os dias inaugurais da Revolução
1. O regresso a Portugal
2. A liderança na legalidade
3. Participação nos Governos Provisórios
4. Enfrentamentos com Spínola
V. - Versatilidade tática, constância estratégica
1. A moderação do VII Congresso
2. Quatro questões decisivas
3. A franqueza de Samora Machel
4. Desafios e recados para o PS
VI. - O pico revolucionário e a crise que se seguiu
1. Os discursos da vitória
2. O poder e o projecto revolucionário
3. Riscos e incertezas das eleições
4. Irreparáveis consequências da derrota eleitoral
5. Resultado eleitoral e legitimidade revolucionária
VII. - Salvar a Revolução e impedir a confrontação
1. “Não nos devemos deixar encostar ao muro”
2. Paladino da negociação e da unidade
3. A esquerda militar derrotada e perseguida
4. O confronto violento tornou-se inevitável
5. O PCP desmonta as acusações
6. O mérito de Álvaro Cunhal
Segunda Parte
O REVOLUCIONÁRIO NA DEMOCRACIA
I. - Uma década a defender as conquistas da Revolução
1. Democracia e socialismo
2. Constituição em vez de revolução
3. Acomodação à disputa eleitoral
4. As presidenciais com Soares ao fundo
5. I Congresso do PS - O ponto de viragem
6. O campo social politicamente vazio
7. O ano fatídico de 1987
II. - Ensaio renovador sob duas tempestades
1. O sétimo fôlego
2. O XII Congresso
3. A contestação e a suspeição
4. Mais um ano para a lista negra
5. Um adjunto para o Secretário-Geral
6. Onde se juntaram as duas tempestades
III. - Substituição, regresso, entronização
1. Tudo sob controle
2. Os dias mais tristes
3. A lista dentro da Direcção
4. O regresso
5. A última conversa
6. A fatal vitória conservadora
Terceira Parte
CARISMA E SINGULARIDADES
I. - A representação do Partido
II. - Para além da representação
III. - O ideólogo e a ideologia
IV. - A despedida
ANEXOS
Preço: 27,50€;
Sem comentários:
Enviar um comentário
APÓS A SUA MENSAGEM INDIQUE O SEU E-MAIL E CONTACTO TELEFÓNICO
After your message, please leave your e-mail address or other contact.