domingo, 4 de setembro de 2022

Portugal & Política - ‘ÁLVARO CUNHAL - SETE FÔLEGOS DO COMBATENTE’, de Carlos Brito - Lisboa 2010;












Portugal & Política - Carlos Brito, comunista desde muito cedo, esteve décadas ao lado de Álvaro Cunhal, o secretário-geral dos comunistas portugueses mais carismático e incontestado, até que a queda do Muro de Berlim e da União Soviética permitiram ideias diferentes nos PC’s e as primeiras e irreversíveis divisões entre os camaradas portugueses…


‘ÁLVARO CUNHAL - SETE FÔLEGOS DO COMBATENTE’ 
De Carlos Brito 
Edições Nelson de Matos 
Lisboa 2010


Livro com 382 páginas, ilustrado (fotografias e reprodução de documentos) e em muito bom estado de conservação. Excelente. 


O autor relata nesta obra do género memorial as suas vivências no PCP desde a clandestinidade e oposição ao regime do Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano, a ascensão e domínio incontestável de Álvaro Cunhal enquanto secretário-geral, de que foi um incondicional apoiante, a vida na legalidade após a revolução de 25 de Abril de 1974 e todo o PREC e a descolonização, onde tudo fizeram para promover e beneficiar os chamados partidos irmãos das ex-colónias: MPLA, PAIGC e FRELIMO. Em relação a este último assunto, muito interessante o capítulo que o autor dedica ao mau relacionamento, que o autor classifica de equívocos, entre o PCP e a FRELIMO, nomeadamente com os seus dois primeiros líderes, Eduardo Mondlane e Samora Machel. 


Da contracapa: 
“ ‘ÁLVARO CUNHAL - SETE FÔLEGOS DO COMBATENTE’ 
Durante muitos anos, quando na Direcção do PCP se pensava promover um jovem quadro a um nível especial de responsabilidades directivas, Álvaro Cunhal costumava propor que fosse incluído na comitiva de uma das suas viagens ao estrangeiro para conviver com ele mais de perto e ficar a conhecê-lo melhor. 

Aproveitemos então a sugestão do histórico combatente e viajemos com ele ao longo dos anos, dos avanços e reveses da sua luta, das peripécias dos seus fôlegos revolucionários, dos gostos e das aversões, das decepções e tristezas, e também das alegrias e esperanças que as páginas deste livro documentam.“ 


O AUTOR: 
“CARLOS BRITO nasceu em 1933, em Moçambique, veio para Portugal com três anos de idade, viveu com a família, a infância e parte da juventude em Alcoutim, no Algarve. 

A sua actividade literária principiou em Lisboa, quando já frequentava o Instituto Comercial (Acrual ISCAL) onde, com outros jovens, organizou recitais e colaborou em vários jornais e revistas. Aos 20 anos foi preso pela PIDE, pela primeira vez. Voltou a ser preso mais duas vezes, tendo cumprido um total de oito anos de prisão. Em 1967 passou a participar na Direcção do Partido Comunista Português. No dia 25 de Abril de 1974 estava em Lisboa, clandestino, e era responsável pela organização partidária na capital. 

Em 1975 foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo Algarve. De 1976 a 1991 exerceu sem interrupção o mandato de deputado, tendo desempenhado durante quinze anos as funções de Presidente do Grupo Parlamentar do PCP. 

Em 1980 foi candidato à Presidência da República. Entre 1992 e 1998 foi director do jornal ‘AVANTE!’. Em 1997, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2004, com a Ordem da Liberdade (Grande Oficial). Tem colaboração dispersa em várias publicações nacionais e estrangeiras. Publicou até hoje nove livros, todos após ter deixado de ser deputado.“  



Do ÍNDICE: 

INTRODUÇÃO 

Primeira Parte 
O LÍDER REVOLUCIONÁRIO 
I. - Primeiros encontros e impressões 
1. Uma longa conversa 
2. Como peixe na água 
3. Liderança sem brecha 
II. - O estilo pessoal de direcção e intervenção 
1. O exercício da liderança 
2. A Checoslováquia e o ‘socialismo real’ 
3. Inflexibilidade e impulsos solidários 
4. Mário Soares e os socialistas 
III. - Estratégia da vitória e as suas vicissitudes 
1. Um longo processo de elaboração 
2. O lugar dos militares 
3. Finalmente a situação revolucionária 
4. Golpe ou levantamento militar 
IV. - Os dias inaugurais da Revolução 
1. O regresso a Portugal 
2. A liderança na legalidade 
3. Participação nos Governos Provisórios 
4. Enfrentamentos com Spínola 
V. - Versatilidade tática, constância estratégica 
1. A moderação do VII Congresso 
2. Quatro questões decisivas 
3. A franqueza de Samora Machel 
4. Desafios e recados para o PS 
VI. - O pico revolucionário e a crise que se seguiu 
1. Os discursos da vitória 
2. O poder e o projecto revolucionário 
3. Riscos e incertezas das eleições 
4. Irreparáveis consequências da derrota eleitoral 
5. Resultado eleitoral e legitimidade revolucionária 
VII. - Salvar a Revolução e impedir a confrontação 
1. “Não nos devemos deixar encostar ao muro” 
2. Paladino da negociação e da unidade 
3. A esquerda militar derrotada e perseguida 
4. O confronto violento tornou-se inevitável 
5. O PCP desmonta as acusações 
6. O mérito de Álvaro Cunhal 

Segunda Parte 
O REVOLUCIONÁRIO NA DEMOCRACIA 
I. - Uma década a defender as conquistas da Revolução 
1. Democracia e socialismo 
2. Constituição em vez de revolução 
3. Acomodação à disputa eleitoral 
4. As presidenciais com Soares ao fundo 
5. I Congresso do PS - O ponto de viragem 
6. O campo social politicamente vazio 
7. O ano fatídico de 1987 
II. - Ensaio renovador sob duas tempestades 
1. O sétimo fôlego 
2. O XII Congresso 
3. A contestação e a suspeição 
4. Mais um ano para a lista negra 
5. Um adjunto para o Secretário-Geral 
6. Onde se juntaram as duas tempestades 
III. - Substituição, regresso, entronização 
1. Tudo sob controle 
2. Os dias mais tristes 
3. A lista dentro da Direcção 
4. O regresso 
5. A última conversa 
6. A fatal vitória conservadora 

Terceira Parte 
CARISMA E SINGULARIDADES 
I. - A representação do Partido 
II. - Para além da representação 
III. - O ideólogo e a ideologia 
IV. - A despedida 

ANEXOS 


Preço: 27,50€; 

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