África & Ultramar - A CEI (Casa dos Estudantes do Império), instituição localizada em Lisboa desde os anos cinquenta e por onde passaram inúmeros jovens estudantes oriundos de todas as ex-colónias portuguesas (asiáticas e africanas) e que serviu de ponto de passagem para grande parte da elite que viria a formar os diversos movimentos de libertação e posteriormente a fazer parte dos novos governantes
‘CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO
- Subsídios para a História do seu período mais decisivo (1953-1961)’
De Helder Martins
Edição Caminho
Lisboa 2017
Livro com 264 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
De muito difícil localização.
RARO.
Da contracapa:
“Na CEI houve de tudo: bons e maus estudantes, uns que tiraram os seus canudos no tempo mínimo e com boas notas, outros que conseguiram atingir o almejado canudo com notas menos boas e/ou num tempo mais dilatado e ainda os que nunca tiraram curso nenhum, também os que mudaram de curso várias vezes e mesmo os que nunca passaram do 1.* ano. Esta realidade é afinal a realidade de muitas outras associações de jovens estudantes, onde há de tudo. Não fomos diferentes dos outros.”
“Para mim, esta é a verdadeira face humana da Casa. Uma Associação de jovens onde há de tudo, dos mal-humorados, aos eternos bem-dispostos, dos estudantes exemplares, aos maus estudantes, dos sócios dedicados e empenhados, aos pouco participativos, dos engajados politicamente, aos ‘apoliticos’, dos simpáticos aos antipáticos. Nós éramos como outros jovens nos condicionamentos daquela época. Éramos humanos, com tudo o que há de grandeza na natureza humana e com tudo o que pode haver de mesquinhez. Transformáramo-nos hoje em ‘heróis’ é desumanizar-nos.”
“Nos 5 anos de funcionamento, mais ou menos livre, entre 1956 e 1960, a Casa foi uma grande escola do nacionalismo africano e serviu para consolidar a consciência anti-colonial em muitos de nós, como aliás, tudo indica, que já tivesse sucedido nos últimos anos que antecederam a nomeação da Primeira Comissão Administrativa.“
Sobre o livro:
“Este livro de memórias duma época é o testemunho duma etapa histórica da vida de muitos estudantes, que das Colónias portuguesas vinham para Portugal (Metrópole) fazer os estudos superiores.
O Dr. Helder Martins foi sempre um estudioso profundo, inteligente, muito trabalhador e organizado e nesta obra não deixou ficar os seus créditos em mãos alheias.
Para a elaboração deste livro o Dr. Helder Martins recolheu contribuições de muitos colegas nossos contemporâneos, pesquisou exaustivamente tudo o que se escreveu sobre a CEI, o que permitiu grande rigor histórico em todas as descrições que fez e sobretudo nas datas dos principais acontecimentos.
Os períodos que a Casa atravessou desde a sua fundação, os autores que a materializaram estão ali registados para a história, assim como o nome dos que voltaram a dignificar os estudantes das Colónias ao garantirem o retorno da independência da Casa !
Helder Martins não deixou, como dizia Fernando Pessoa, que ‘aquele tempo passasse como fumo de um vapor no mar alto’.“
Extractos do PREFÁCIO do Prof. Dr. Fernando Vaz
O AUTOR:
“HELDER MARTINS nasceu em Moçambique e é moçambicano. Em 1953 foi estudar Medicina em Lisboa, onde se formou em 1961. Foi um activista estudantil na Comissão Pró-Associação da Faculdade de Medicina e na Casa dos Estudantes do Império, tendo tido um papel importante, primeiro, na luta para a cessação da primeira Comissão Administrativa que foi imposta a esta Associação e, depois, na sua gestão.
Foi um militante activo contra o fascismo e o Colonialismo. Incorporado no serviço militar obrigatório, na Marinha, desertou em Novembro de 1961, tendo ido para o Tanganica, onde foi aceite na UDENAMO.
Foi fundador da FRELIMO. Participou na luta de libertação Nacional do seu país, tendo sido Director dos Serviços de Saúde da FRELIMO. No imediato pós-independência foi Ministro da Saúde durante 5 anos.
Foi também funcionário sénior da OMS, onde, depois de reformado, participou e dirigiu vários Comités de Especialistas. Foi docente em Saúde Pública em vários países. É Doutor Honoris causa em Ciências da Saúde e Educação.
Tem várias condecorações e Diplomas de Mérito.
Tem inúmeras publicações e este é o seu sétimo livro.“
Do ÍNDICE:
Agradecimentos
PREFÁCIO, por Prof. Dr. Fernando Vaz
Considerações prévias e marcos metodológicos
Antecedentes: a criação da CEI e a primeira Comissão Administrativa
- A criação da Casa dos Estudantes do Império
- Algumas personalidades da CEI e a criação do Centro de Estudos Africanos
A LUTA PARA A RESTAURAÇÃO DA LEGALIDADE DEMOCRÁTICA NA CEI
- A experiência da Associação de Estudantes de Ciência e da Comissão Pró-Associação de Medicina
- A digressão a Portugal da equipa de hóquei em patins da SNECI
- Os bailes na mobilização dos estudantes para a Casa
- Situação política mundial em relação ao colonialismo
- Acontecimentos do plano interno
- Movimentações para o regresso da Casa à normalidade estatuária
- Governo fascista cede a pressões internacionais
- Moçambicanos na CEI
- Uma personalidade ímpar
A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CASA ATÉ À SEGUNDA COMISSÃO ADMINISTRATIVA
- Direcção de Fernando Vaz (1957)
- Direcção de David Bernardino (1957/58)
- Direcção de João Vieira Lopes (1958/59)
- Direcção de César Monteiro (1959/60)
- A Direcção de curta duração de José Jerónimo (Novembro / Dezembro de 1960)
- Alguns comentários baseados nos factos
- Outros moçambicanos na CEI
- Nomeação duma nova Comissão Administrativa
- Homenagem a alguns companheiros
A CASA COMO CENTRO DE CONHECIMENTO MÚTUO ENTRE OS ESTUDANTES
- A vigência da segunda Comissão Administrativa
- O contexto internacional e as fugas de Portugal de sócios da CEI
- Homenagem a outros estudantes meus contemporâneos na CEI
A CASA COMO ESCOLA DO NACIONALISMO AFRICANO E DA CONSCIÊNCIA ANTI-COLONIAL
INFLUÊNCIA DA CASA NAS LUTAS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL DAS DIVERSAS EX-COLÓNIAS
- As ex-colónias asiáticas
- Elementos comuns às ex-colónias africanas
- Países onde não houve luta armada
- Aspectos comuns aos países onde houve luta armada
- Guiné-Bissau
- Angola
- Moçambique
ANEXO:
- Digitalização do abaixo-assinado
- Referências bibliográficas
- Índice onomástico
Preço: 42,50€;
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