Angola & UNITA - A autora foi importante quadro das estruturas político-administrativas da organização fundada por Jonas Savimbi e membro de uma às famílias mais intervenientes na história desta organização que denuncia os crimes que terão ocorrido na Jamba - a queima das bruxas - com a conivência e participação de toda a Direcção política então dominante...
‘HEROÍNAS DA DIGNIDADE’
De Florbela Catarina Malaquias
Edição Book Link e autora
Luanda 2020
Livro com
De muito, muito difícil localização.
MUITO, MUITO RARO.
Da contracapa:
“(...) O presente livro narra uma dura realidade diária, sob várias vertentes, apresenta um discurso limpo, simples, faz a descrição de factos e actos, numa linguagem directa, sem metafísica e acrescentos de dor.
Retrata de forma clarividente, desnuda, em boa parte, a complexa personalidade de Jonas Savimbi, bem como as várias situações-limite que se multiplicaram num quotidiano de anos a fio, em círculos viciosos que se sucedem em série, muitos sem saída e sobretudo desumanos.
A autora tem o cuidado de prestar uma ‘homenagem de dignidade’ através do registo escrito dos nomes das muitas vítimas, maioritariamente femininas, que viveram num ‘tempo inumano, tempo esse onde nada se constrói’ e muito se destrói.
Esta próxima leitura deste livro, pressupõe algumas pausas para reflexão e deciframento pessoal. Resta saber qual será a sua reacção enquanto leitor.
Será que manteremos a ‘indiferença pós-moderna’, em que a nossa memória perde força de acção, perante este quadro de horror de feminícidio? (...)
(...) Uma ditadura é a formação de um Estadoem que todos têm medo de um, e cada um tem medo de todos. Claramente, é o despotismo que perpetua a ignorância, e essa mesma ignorância perpétua o despotismo.
Um bom retrato está num trecho do livro, ‘O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO’ de Mia Couto, e diz o seguinte: ‘Uns sabem e não acreditam, esses não chegam a ver, outros não sabem e acreditam, esses não vêem mais do que um cego.’ (...)
(...) Sem estas memórias do passado, sejam regionais, ou locais, ou do mundo, e sem as responsabilidades de concretizar o futuro (não é sonhar...), o momento do presente pode ser concretizado num vazio de inacção.
Como referiu Nelson Mandela, num discurso em 2005, no seu país: ‘Por vezes cabe a aula geração ser grande. Podeis ser essa grande geração. Deixai a vossa grandeza florescer.’ (...)“
In PREFÁCIO
A AUTORA:
“FLORBELA CATARINA MALAQUIAS nasceu a 26 de Janeiro de 1959, no Moxico.
No ano de 2006, licenciou-se em Direito, pela Universidade Agostinho Neto, em Luanda.
Exerce desde 2008, essa actividade a tempo inteiro, onde se inclui a advocacia ‘pro bono’. É mestrada em ciências jurídico-empresariais.
Entre 1976/1992, no período da guerra, desempenhou funções administrativas, foi também formadora e militar, atingiu a patente de capitão, mas onde mais se destacou foi como jornalista / radialista, entre 1980 e 1992.
Durante 1992 e 1998, viveu um período bastante negro, onde foi raptada, feita cativa, mas graças à intervenção da Organização PEN-Internacional, que sobreviveu.
Foge do Bailundo em 1998, na altura em posse militar da UNITA, chega a Luanda, onde retoma a sua profissão de jornalista / radialista, na Rádio Nacional de Angola, entre 1999 e 2010. Integrou em 2011, o primeiro Conselho de Administração da Radiodifusão Nacional de Angola - EP. É membro da Ordem dos Advogados, da Associação Angolana das Mulheres de Carreiras Jurídicas e também do Sindicato dos Jornalistas de Angola.
Aprecia a solicitude em liberdade, adora ler, sentir a natureza, rir, brincar, apreciar arte e outras coisas agradáveis da via. É uma mãe, orgulhosa dos seus quatro filhos, é uma avó feliz, de oito netos.“
Do ÍNDICE:
Dedicatória
PREFÁCIO, pelo Editor
PRÓLOGO
1. Uma fuga de dezasseis anos
2. A normalização da promiscuidade
3. Grassava o obscurantismo nas fileiras
4. Adeus, soldado-criança !
5. Vidas ceifadas pela foice ‘amiga’
6. O delta
7. A criança ingere explosivo. A mãe desespera-se
8. A Jamba
9. O quotidiano na Jamba
10. 7 de Setembro de 1983
11. A visita da irmã
12. A campanha passou por todas as bases
12. Alguns maridos ‘entregaram’ suas esposas
14. Porque é que o megafone chamava àquela hora?
15. A reunião de emergência
16. As canções e os gemidos
17. Bela
18. Às voltas que a vida dá
19. Os programas no B.I, levavam o dia inteiro
20. A recolha das pessoas e do feitiço
21. A canção para a queima
22. Vítima das suas próprias vítimas ?
23. Obrigadas a pôr lenha na fogueira que as consumiu
24. A chamada para a fogueira
25. O delírio da grandeza ou o ego destroçado
26. De que lado se colocaram os militares?
27. Vinte e uma pessoas queimadas vivas
28. O destino das prisioneiras
29. Inquietações
30. O silêncio do dia seguinte
31. Não valeu a pena a ‘fuga’
32. O crivo
33. O que a humanidade fez da sua fêmea
34. Nos ‘espinafres’
35. O bom carcereiro
36. Estavam perto do fim
37. A humilhação
38. O psicopata
EPÍLOGO
Anexo fotográfico
Preço: 77,50€;
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