Portugal - PREC & Descolonização - A obra do general que revela os meandros da sua passagem por Moçambique enquanto Comandante-Chefe das Forças Armadas Portuguesas, a sua visão do êxito militar contra a guerrilha da FRELIMO e COREMO e as divergências com Costa Gomes e Marcelo Caetano
‘GUERRA E POLÍTICA - Em nome da verdade, os anos decisivos’
De Kaúlza de Arriaga
Edições Referendo L.da
Lisboa 1987
Livro com 388 páginas, ilustrado com mapas e documentos e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
Da contracapa:
“Kaúlza de Arriaga c’est un caractère et une légende. Pour ses adversaires il fait figure de ‘Massu’ portugais. A dire vrai, cet homme de cinquante-six ans, cultivant avec beaucoup d’Art le sens des relations publiques nous a paru plus fin, plus intelligent que Massu. Général victorieux dans de nord, n’ayant pas encore forcé et scellé la décision à Tete. Kaúlza de Arriaga pourrait s’appliquer le mot de Barrès: ‘Il y a toujours de la cervelle dans le pommeau d’un sabre’.“
Luc BEYER de KYKE - Le 25 septembre 1973
Em ‘L’OUTRE-MER PORTUGAIS EN PROCÈS’
UMA SENTENÇA
E UM ACÓRDÃO
“As Autoridades então no poder estavam convencidas de que o General Kaúlza de Arriaga tinha capacidade, vontade e prestígio bastantes para liderar um movimento contra a descolonização de Angola e Moçambique. A detenção do General Arriaga foi efectuada em Setembro de 1974, e mantida até 21 de Janeiro de 1976, com o propósito de evitar que tal movimento surgisse.“
Tribunal da Auditoria Administrativa de Lisboa
(5 de Novembro de 1985)
“O Delegado do Ministério Público, no seu recurso - 1985/1986 -, considera ter sido dado como provado que o General Kaúlza de Arriaga tinha realmente capacidade, vontade, prestígio para liderar um movimento contra a descolonização de Angola e Moçambique.“
Supremo Tribunal Administrativo
(4 de Junho de 1987)
O AUTOR:
“KAÚLZA DE OLIVEIRA DE ARRIAGA
(Porto, 18 de Janeiro de 1915 — Lisboa, 3 de Fevereiro de 2004)
Foi um general português, escritor, professor e político.
Descendente de família Açoriana, o seu nome foi atribuído pela mãe segundo o nome de uma personagem do romance que estava a ler.
Completou o curso superior de Matemática e Engenharia na Faculdade de Ciências e na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Depois de concluir os seus estudos em Matemática e Engenharia, foi para o Exército Português, como voluntário, a 1 de Novembro de 1935, tendo acabado os cursos de Engenharia Militar e Engenharia Civil da Escola do Exército, em 1939. Em 1949, terminou o curso do Estado-Maior e dos Altos Comandos do Instituto de Altos Estudos Militares, onde se formou com distinção.
Sob ordens de Salazar e Marcello Caetano, foi comandante das Forças Terrestres em Moçambique (1969-1970) e foi Comandante em Chefe das Forças Armadas em Moçambique (1970/1973) durante a Guerra do Ultramar. Foi membro do Conselho da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo (1966/1974).
Como militar, esforçou-se na reforma dos sistemas de recrutamento e de treino, preocupou-se com a modernização dos transportes aéreos militares e incentivou o Corpo de Tropas Paraquedistas e a sua integração na Força Aérea. Ficou conhecido principalmente pelas campanhas militares que comandou em Moçambique, durante a Guerra do Ultramar, sobretudo na grandiosa Operação Nó Górdio (1970), que resultou num enorme sucesso militar que chegou a ser publicamente admitido pela FRELIMO que como consequência dessa operação moveu o seu esforço de guerra para a zona de Tete.
Colaborador fiel de Oliveira Salazar, chegando a ser decisivo no fracasso do Golpe de Estado de Botelho Moniz de 1961, Kaúlza teve várias funções de carácter civil e militar, como a de Chefe de Gabinete do Ministério da Defesa, Subsecretário e Secretário de Estado da Aeronáutica, professor do Instituto de Altos Estudos Militares, presidente da Junta de Energia Nuclear, presidente executivo da empresa de petróleos Angol S.A., de comandante das forças terrestres em Moçambique e de Comandante em Chefe em Moçambique.
Depois do 25 de Abril de 1974 foi passado compulsivamente à situação de reserva sendo depois preso no 28 Setembro. Sem culpa formada, após 16 meses de detenção foi libertado em Janeiro de 1976. Em Janeiro de 1977 criou o Movimento Independente para a Reconstrução Nacional / Partido da Direita Portuguesa (MIRN-PDP), um partido de extrema-direita, do qual foi Presidente até perder o cargo para o Advogado António dos Santos Ferreira e à cessação de actividades do partido a seguir às eleições legislativas de 1980.
A partir de 10 de Junho de 1994, o General Kaúlza de Arriaga integra a Comissão de Honra dos Encontros Nacionais de Combatentes, junto ao Monumento Nacional alusivo frente ao Forte do Bom Sucesso. Em 21 de Janeiro de 2004, desde há alguns anos afectado pela doença de Alzheimer, dá entrada nos Cuidados Intensivos do Hospital Militar da Estrela, onde passaria os seus últimos dias até falecer, às 19h30 de 2 de Fevereiro de 2004; às 13h00 de 4 de Fevereiro foi sepultado com todas as honras militares no Cemitério dos Prazeres em Lisboa.
Condecorações:
Portugal
- Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis de Portugal (10 de Novembro de 1950)
Espanha
- Cruz de Segunda Classe com Distintivo Branco da Ordem do Mérito Militar de Espanha (20 de Junho de 1953)
Brasil
- Grande-Oficial da Ordem do Mérito Militar do Brasil (21 de Janeiro de 1956)
Estados Unidos
- Comendador da Legião do Mérito dos Estados Unidos (17 de Novembro de 1958), atribuída pelo Presidente Dwight D. Eisenhower
Portugal
- Grande-Oficial da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal (5 de Março de 1959)
França
- Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (3 de Novembro de 1960)
Portugal
- Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (3 de Janeiro de 1961)
Portugal
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal (19 de Dezembro de 1962)
Portugal
- Medalha de Mérito Aeronáutico da Força Aérea de Portugal (? de ? de 19??)”
OBRAS DO AUTOR:
- Energia Atómica - 1949;
- Portugal Novo, Grande e Rico - 1962;
- Noções Gerais de Estratégia, Estratégia Clássica e Estratégia Nuclear - 1965;
- Estratégia e Táctica da Guerra Subversiva - 1966;
- Uma Teoria Geo-Estratégica a Nível Mundial - 1966;
- Portuguese National Defence During the Last 40 Years and in the Future - 1966;
- A Defesa Nacional Portuguesa nos Últimos 40 anos e no Futuro - 1966;
- O Problema Ultramarino Português - 1967;
- Algumas Questões Nucleares em Portugal - 1969;
- Message on Taking Over Ccommand of Ground Forces in Mozambique on 15 July 1969 - 1969;
- Guerras Coloniais e Descolonização : Entrevista - 1970;
- A Solução Portuguesa - 1971;
- A Luta em Moçambique: 1970-1973 - 1973;
- The Portuguese Answer - 1973;
- Coragem, Tenacidade e Fé - 1972;
- A Conjuntura Nacional e a Minha Posição perante o Momento Político Português - 1976;
- Pontos Programáticos de um Novo Presidente da República - 1976;
- No caminho das Soluções do Futuro - 1977;
- A Proposta-MIRN : Comunicação ao País em 28 de Junho de 1977 - 1977;
- África - A Vitória Traída (co-autor) - 1977;
- Guerra e Política : Em Nome da Verdade, os Anos Decisivos - 1987;
- Estratégia Global - 1988;
- As Tropas Pára-Quedistas Portuguesas 1956-1993 (pref. Kaúlza de Arriaga) - 1992;
- Sínteses - 1992;
- Maastricht: Pior ainda que o "25 de Abril"!? - 1992;
- Novas Sínteses : Contributos para a História Contemporânea de Portugal - 2001;
- Enfermeiras pará-quedistas: 1961-2002 (testemunho Kaúlza de Arriaga) - 2006;
Apontamento:
- Arriaga, Gen. Kaulza Oliveira de (1915-), em: Ian F. W. Beckett: Encyclopedia of Guerrilla Warfare, New York 2001;
Do ÍNDICE:
Dedicatória
‘CORAGEM, TENACIDADE E FÉ’
UMA SENTENÇA E UM ACÓRDÃO
A ESPERANÇA
ABERTURA
Capítulo I
A GUERRA DO ULTRAMAR PORTUGUÊS (1971-1974)
A. - A Política Ultramarina Portuguesa. A Solução Portuguesa
B. - As causas da Guerra no Ultramar Português. A Causa Profunda e Primeira. As causas secundárias
C. - A Natureza da Guerra no Ultramar Português. A Legitimidade da Posição Portuguesa
D. - Ficar, Sair ou Fugir de África. Uma síntese
E. - A Contra-Subversão conduzida pelas Forças Armadas Portuguesas. O seu Sucesso
F. - O Período Pré-‘25 de Abril’. O ‘25 de Abril’
G. - O Fim da Guerra no Ultramar Português. A Descolonização
H. - As Consequências do ‘25 de Abril’ para Portugal e para o Ultramar Português. As Consequências para África Austral e para o Ocidente
I. - A Namíbia. Algumas interrogações
J. - Consequências pessoais do ‘25 de Abril’. ‘Saneamento’ e Prisão
K. - Os Responsáveis. Os Responsáveis maiores
L. - Um ‘Mea Culpa’ Histórico
Capítulo II
AS DOUTRINAS DE GUERRA NO ULTRAMAR PORTUGUÊS
A. - A Carência Doutrinal Inicial. A Doutrina Portuguesa de Subversão e Contra-Subversão
B. - A Cadeira de Estratégia do Curso de Altos Estudos Comandos do Instituto de Altos Comandos Militares
C. - Quatro Documentos enviados ao Presidente Oliveira Salazar
D. - A Conferência ‘A Defesa Nacional Portuguesa nos últimos 40 Anos e no Futuro’
E. - O ‘I Ciclo de Estudos Estratégicos’
F. - Alguma correspondência com o Presidente Marcello Caetano
G. - A Doutrina efectivamente aplicada. Os resultados
Capítulo III
CASOS FULCRAIS DA GUERRA NO ULTRAMAR PORTUGUÊS
A. - O começo da Luta em Angola. O ‘13 de Abril’ de 1961
B. - O Desastre da Índia Portuguesa. O Inquérito que não se fez
C. - O Conflito Adriano Moreira / Venâncio Deslandes. O Relatório de Henrique Troni
D. - A Segurança de Cabora-Bassa. A Passividade perante a Zâmbia
E. - O Caso da Guiné. Cabo Verde
F. - A Remodelação Ministrial de 7 de Novembro de 1973. Uma Remodelação Suicida
G. - O Livro ‘PORTUGAL E O FUTURO’ de Spínola. Um livro incoerente
H. - A Passividade do Governo perante o Movimento das Forças Armadas. A Cumplicidade Inconsciente
I. - As Grandes Ideias Desperdiçadas
J. - Os meus Erros e Pseudo-Erros
K. - A Degradação e Desmoralização das Forças Armadas. O seu Processo de Desagregação
L. - Apesar de Tudo o Sucesso. O Sucesso pelo menos em Angola e Moçambique
M. - A Destruição da Forças Armadas. A Vitória do Erro, da Apostasia e da Traição
Capítulo IV
A LUTA EM MOÇAMBIQUE
A. - Moçambique / Província Portuguesa. 1983
B. - A minha Nomeação para Comandante Militar e Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique
C. - O Início do meu Comando em Moçambique. Modificações na Região Militar e Alterações no Teatro de Operações em Moçambique
D. - Os Movimentos Subversivos em Moçambique. A FRELIMO
E. - As Populações de Moçambique. As Tropas Formadas em Moçambique
F. - Os ‘Oito Pontos’ do Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique
G. - Síntese da Luta em Moçambique. Os Princípios, a Orgânica, a Estratégia e a Táctica
H. - As Opiniões de Costa Gomes e o Contágio de Silva Cunha e Marcelo Caetano. A Minha Resposta
I. - A Recuperação e Reintegração Social dos Feridos de Guerra
J. - Os Pseudo-Massacres de Moçambique. O Comportamento das Tropas Portuguesas em Moçambique face às Populações
K. - O Governo-Geral de Moçambique. A Igreja Moçambicana
L. - Os Países Adjacentes. Tanzânia e Zâmbia. Rodésia e República da África do Sul. O Malawi
M. - O Termo da minha Comissão como Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique
Síntese Biográfica - General Kaúlza de Arriaga
PERSONALIDADES CITADAS NESTE LIVRO
Nota sobre a contracapa
Preço: 62,50€;