sábado, 5 de setembro de 2020

Angola & UPA / FNLA - Alfinete da ‘UNIÃO DAS POPULAÇÕES DE ANGOLA’ - Angola 1961 MUITO RARO;



Angola & UPA / FNLA - Alfinete histórico e de grande raridade da organização antecessora da FNLA, liderada durante décadas por Holden Roberto e que ficou conhecida pelos ataques sanguinários efectuados em Março de 1961 no norte desta antiga colónia portuguesa, que se saldou por milhares de vítimas civis entre brancos e negros, homens e mulheres, crianças e velhos 


Alfinete da 
‘UNIÃO DAS POPULAÇÕES DE ANGOLA’ 
Angola 1961 


Artigo com sinais de oxidação, dada a sua idade, cerca de 60 anos. 
De muito, muito difícil localização. 
MUITO, MUITO RARO.


A HISTÓRIA DA UPA (União das Populações de Angola) 

Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) é um movimento político fundado em 1954 com o nome de União das Populações do Norte de Angola (UPNA), assumindo em 1958 o nome de União das Populações de Angola (UPA). Em 1961, a UPA e um outro grupo anti-colonial, o Partido Democrático de Angola (PDA), constituíram conjuntamente a FNLA. 

A FNLA foi um dos movimentos nacionalistas angolanos durante a guerra anti-colonial de 1961 a 1974, juntamente com o MPLA e a UNITA. No processo de descolonização de Angola, em 1974/1975, bem como na Guerra civil angolana de 1975 a 2002, combateu o MPLA ao lado da UNITA. Desde 1991 é um partido político cuja importância tem vindo a diminuir drasticamente, em função dos seus fracos resultados nas eleições legislativas de 1992, 2008 e 2012.

Guerra anti-colonial 
A UPA, enraizada principalmente entre os Bakongo mas com aderentes também entre os Ambundu e os Ovimbundu, foi o primeiro movimento anti-colonial a desenvolver actividades de envergadura em Angola. Iniciou a sua luta armada na região do norte de Angola em 15 de março de 1961, nomeadamente no concelho do Uíge, estendendo-se mais tarde para o sul, até à actual província do Bengo. Ela teve como retaguarda de luta o ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, a seu tempo liderada pelo falecido General Mobutu Sese Seko que - no quadro da sua política regional - manteve boas relações com o líder da UPA/FNLA, Holden Roberto. Este apoio possibilitou a constituição em Léopoldville (hoje Kinshasa), imediatamente depois da formação da FNLA, do GRAE (Governo Revolucionário Angolano no Exílio), cujos vice-presidentes eram de proveniência Ambundu, e cujo secretário geral era Jonas Savimbi,  Ocimbundue posteriormente fundador da UNITA. O braço armado do GRAE era o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola) cujos comandantes provinham de várias partes de Angola, inclusive de Cabinda. Nem o MPLA nem a FLEC quiseram participar do GRAE, o que viria a ser decisivo para a complexa e contraditória configuração da luta anti-colonial em Angola.[6]

A luta armada desenvolvida pela FNLA contra a potência colonial teve fortes limitações. Apesar dos apoios por parte de Mobutu, mas também durante algum tempo da parte da China e da Roménia,[7] o ELNA não conseguiu resistir ao contra-ataque militar português. Não teve a capacidade de manter o controle sobre qualquer parcela do território angolano, no Nordeste do país, embora tivesse marcado um mínimo de presença, sob a forma de actividades de guerrilha. Uma tentativa de abrir uma segunda frente no leste de Angola, não foi para além da constituição de um pequeno núcleo de guerrilha, ao Norte de Luena, cujas actividades foram mais simbólicas.

Descolonização 
Quando a Revolução dos Cravos, realizado em Portugal em 25 de Abril de 1974, levou este país a declarar a sua intenção de apoiar activamente o acesso das suas então colónias à independência, os três movimentos nacionalistas, no início cada um por si, lançaram quase de imediato tentativas de assegurar-se o controlo do país por meios militares. Dados os seus efectivos bem treinados e equipados, o FLNA parecia ter uma vantagem evidente nesta contenda. Penetrando em Angola pelo Nordeste, avançou com alguma facilidade até ao Norte de Luanda onde viu a seu caminho barrado na batalha de Kifangondo, por forças do MPLA apoiadas por um forte contingente de tropas cubanas. Abandonando o seu plano de chegar até Luanda, o FLNA despachou várias das suas unidades para o centro e o sul de Angola onde acabaram por concluir uma aliança com a UNITA. No dia 11 de Novembro de 1975, enquanto o MPLA declarava em Luanda a independência do país, FNLA e UNITA fizeram o mesmo no Huambo onde constituíram um "contra-governo" que teve o apoio do então regime sul-africano do apartheid e dos EUA. Face à superioridade militar das forças cubanas e do MPLA, apoiadas pela União Soviética, a aliança FNLA & UNITA desfez-se no entanto rapidamente.

Após a independência 

Durante a primeira fase pós-colonial, a FNLA quase desapareceu da cena. Uma vez que o MPLA tinha instalado um regime monopartidário que, a partir de 1977, professava o marxismo-leninismo, outros movimentos ou partidos - portanto também a FNLA - não podiam, durante este período, ter uma existência legal em Angola. Por outro lado, e ao contrário da UNITA, a participação da FNLA na Guerra Civil foi muito fraca e acabou por deixar de existir. O movimento entrou numa fase de degenerescência, cujo indicador porventura mais forte foi o facto de Holden Roberto passar a residir em Paris durante muitos anos. Outro indicador forte foi a passagem para o lado do MPLA de alguns dos seus dirigentes, como Johnny Eduardo Pinock Eduardo e Henrique Vaal Neto que chegaram a fazer parte de um Governo de Reconciliação Nacional.

Quando, no fim dos anos 1980, o governo do MPLA anunciou a passagem de Angola para um sistema de democracia multipartidária, marcando primeiras eleições para 1992, a FNLA constituiu-se em partido político. Porém, os resultados do escrutínio foram-lhe extremamente desfavoráveis: nas eleições legislativas obteve 2.40%, e nas eleições presidenciais Holden Roberto obteve 2.11%. Estes resultados reflectem a radical perda de credibilidade da FNLA mesmo entre os Bakongo onde, por sinal, se constituíram vários outros partidos que concorreram às eleições sem sucesso, diminuindo ainda mais o eleitorado da FNLA.

O conjunto destes desenvolvimentos levou à divisão do partido em duas alas, sendo uma delas liderada pelo sociólogo Lucas Ngonda, professor da Universidade Agostinho Neto. A aproximação das segundas eleições legislativas em Angola, em 2008 levou a que as duas alas negociassem o reencontro que no entanto não se realizou, tendo Holden Roberto falecido em 2007.

Nas eleições de 2008 a FNLA obteve ainda menos votos do que em 1992, ficando-se pelos 1.11% e deixando de ser um actor político relevante. Entretanto, a liderança do partido continua a ser disputada ente Lucas Ngonda e um dos líderes históricos da FNLA, Ngola Kabango.[8] Nas eleições de 2012, a percentagem do votos foi sensivelmente a mesma, mas o partido perdeu mais um deputado, ficando reduzido a apenas 2 representantes na Assembleia Nacional.



Preço: 275,00€; 

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