Guerra do Ultramar & Colonial - A epopeia da defesa da Pátria nos territórios africanos, o corpo de união e solidariedade dos pára-quedistas na frente de combate e o resgate dos corpos dos mortos perdidos algures nos matos
'A ÚLTIMA MISSÃO'
De José de Moura Calheiros
Edição Caminhos Romanos
Lisboa 2010
Livro com 640 páginas, muito ilustrado (Mais de 300 fotografias e mapas), em muito bom estado de conservação. Como novo. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
Da contracapa:
"[...] Não se arrisca nada se se disser que "A Última Missão", com a sua boa escrita, amplo desenho, factos fortes e consistência, é a melhor peça memorialística sobre a nossa última guerra. Assim, com este seu livro inaugural sobre a guerra que levou ao Fechamento, José de Moura Calheiros, rematando um arco de séculos, ajuda a fechar bem o trabalho iniciado pelos cronistas da Expansão. Mas o valor desta obra não se esgota no reforço da nossa debilitada tradição memorialística, reside também no facto de ser uma resposta da realidade real à altura da melhor realidade imaginada - "Nó Cego", de Vale Ferraz, "A Costa dos Murmúrios", de Lídia, e "Jornada de África", de Alegre - sobre a Guerra Colonial, como a Esquerda lhe chama, ou Guerra do Ultramar, como a Direita prefere."
Do ensaio prefacial por Rui de Azevedo Teixeira
O AUTOR:
"JOSÉ DE MOURA CALHEIROS, nasceu em 13Ago1936 no Peso, Covilhã. Frequentou o Curso de Infantaria da Escola do Exército (1954-1957).
Ingressou em 1959 nas Tropas Pára-quedistas, onde concluiu o 5º Curso de Pára-quedismo militar e obteve o Brevet nº 358.
Cumpriu três comissões de serviço no Ultramar – Angola (1963-1965) e Moçambique (1967-1969) como comandante de Companhia de Pára-quedistas e Guiné (1971-1973) como 2º Comandante e Oficial de Operações do BCP12, COP4 e COP5 e Comandante do COP3.
Em Tancos, foi Comandante do Batalhão de Instrução, Comandante do Regimento de Caçadores Pára-quedistas e Comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas.
Nos seus três últimos anos de actividade como militar (1977-1981) desempenhou funções de Chefe do Estado Maior do Corpo de Tropas Pára-quedistas.
Passou à situação de Reserva em Fevereiro de 1981.
Licenciado em Finanças pelo ISCEF – Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, passou então a desempenhar funções de técnico economista no Ministério da Indústria, IPE – Instituto de Participações do Estado e na Direcção Financeira de empresas. Mais tarde dedicou-se à gestão de empresas.
Hoje está reformado e afastado de qualquer actividade profissional."
O LIVRO - Resumo:
"Em 1973 o autor prestava serviço no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 12, em Bissalanca, Guiné.
No dia 23 de Maio desse ano, numa operação por si comandada e tendo como missão atingir e reforçar a guarnição de Guidage, cercada pelo PAIGC, a Companhia de Pára-quedistas 121 sofreu quatro mortos, dos quais três tiveram que ser inumados num cemitério localizado na cerca do aquartelamento daquela localidade.
Trinta e cinco anos depois, em Março de 2008, o autor regressa à Guiné integrado numa Missão da Liga dos Combatentes destinada a exumar, em Guidage, os cadáveres daqueles três militares pára-quedistas e de outros sete do Exército.
O autor conta-nos toda a problemática relacionada com a expedição: os antecedentes, a preparação e o seu desenrolar. Simultaneamente descreve o ambiente da Guiné de hoje comparando-o com o do tempo da guerra; os usos, costumes e religiões da região de Farim e Guidage; o sentimento da população em relação ao antigo colonizador; as mágoas dos guineenses antigos militares portugueses por Portugal os ter enganado e abandonado; conversas com velhos guerrilheiros do PAIGC.
Ao longo da missão ocorrem situações que lhe fazem recordar o passado, o tempo da guerra. Nestes momentos de rebuscar das memórias 'Assistimos' à evolução da guerra, bem como à do pensamento do autor e do sentimento da população portuguesa em relação a ela. Pela ordem temporal das sucessivas comissões, descreve e caracteriza os três Teatros de Operações:
Angola, primeiro, para onde vai cheio de entusiasmo, ideais e utopias, certo de que a guerra seria ganha depressa. Os cuidados com a família, o choque com o clima, a grandiosidade de África. A ambientação ao capim e à mata. O encontro com a guerra, ainda mais horrível do que imaginara. A surpresa com as condições de vida das populações refugiadas nas matas. A progressiva perda das ilusões e do entusiasmo com que partira da Metrópole.
Depois, Moçambique. O título do capítulo é sugestivo: “Moçambique, o sacrifício maior”. Grandes distâncias, operações muito prolongadas, falta de meios de apoio. A sede, uma tortura, o maior flagelo. As minas, outro flagelo. A tragédia que foram os Postos Avançados de Combate, insta lados como se de uma guerra clássica se tratasse.
A operação Zeta, um sucesso que esteve prestes a ser uma grande tragédia.
A terceira comissão, na Guiné. A aparente abundância de meios, para quem viera de Moçambique. As primeiras impressões, muito favoráveis, do ambiente social e militar.
A degradação progressiva da situação militar a partir da morte de Amílcar Cabral.
A “caça” à delegação que a ONU enviara à Guiné.
A operação "louca" de protecção ao Comandante-Chefe nas conversações de Cap Skirring. A reocupação do Sul – Operação Grande Empresa – uma grande, delicada e muito bem sucedida operação. Os mísseis terra-ar, a procura de aviões abatidos e de restos de mísseis para identificar o utilizado pelo PAIGC. A crise nas fronteiras da Guiné (Maio - Junho de 1973), os dias mais críticos de toda a guerra! A Norte, o prolongado cerco de Guidage e as sangrentas batalhas travadas em seu redor.
A Sul, o terrível assédio a Gadamael, um inferno, ocorrido após a retirada de Guileje.
Os sentimentos dos combatentes nas diversas fases dos com bates e nas pausas da guerra. A ÚLTIMA MISSÃO é um livro de sentimentos, os dos soldados e os dos Comandantes, estes nas suas angústias, dúvidas e responsabilidades, enquanto chefes e homens.
Toda esta história real é contada a par da descrição da juventude e da preparação militar dos três Páras inumados em Guidage (Nota) e da sua actividade na Companhia de Pára-quedistas 121, a que pertenciam. O livro dá-nos uma noção muito real da forma como os Pára-quedistas actuavam em operações, dos seus sentimentos em cada circunstância e de como era a vida numa Unidade de Intervenção de excelência – o Batalhão de Pára-quedistas 12. E, também, da idiossincrasia dos Páras portugueses, dos seus valores, ideais e princípios."
Do ÍNDICE:
Um pequeno coração de pedra rosada
Dedicatória
Agradecimentos
Abreviaturas
ENSAIO PREFACIAL
Por Rui de Azevedo Teixeira
APRESENTAÇÃO
1. O início das coisas
2. O primeiro contacto com África
3. Angola, a utopia e o contacto com a realidade
4. Baptismo de fogo e a perda das ilusões
5. Os antecedentes da operação de resgate
6. Moçambique, o sacrifício maior
7. A chegada da equipa de missão a Bissau
8. Bissau 1971
9. Bissau 2008
10. Preparando a deslocação para a base de operações
11. Organizando a coluna para Farim
12. O nosso aquartelamento, a nossa casa
13. A caminho de Farim
14. Farim, chegada à base de operações
15. Preparando a base de operações
16. Uma varanda sobre África
17. A caminho da Guiné, para mais uma comissão de serviço
18. As gentes de Farim
19. As famílias dos militares e a guerra
20. O povo e os seus filhos, soldados que foram para a guerra
21. Os soldados preparam-se para a guerra
INTERLÚDIO
Os ausentes sempre presentes
22. A primeira operação de um soldado
23. A reocupação do Cantanhez
24. Uma epopeia no sul da Guiné
25. A primeira operação de dois soldados
26. Preparando a 'zona de acção'
27. Procurando aviões abatidos e restos de mísseis
28. As conversações de Cap Skirring
29. Em Lisboa, a pensar na Guiné
30. O 'repouso' dos soldados
31. A batalha de Guidage
32. Como morrem os soldados
33. Morte, dor, responsabilidade. Culpa?
34. Chegada da equipa técnica
35. A batalha de Gadamael
36. Localizando as campas
37. Medo, stress, quebra de vontade
38. Um pequeno coração
39. Missão cumprida
40. O adeus a Guidage
41. O fim das coisas
Nota final
ANEXO
Depoimento do Comandante Manuel dos Santis ('Manecas') - PAIGC
Preço: 90,00€
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