Guerra do Ultramar - A recolha de 50 testemunhos de homens e mulheres que deram tudo na defesa da Pátria nas guerras nas colónias africanas de Angola, Guiné e Moçambique, soldados e oficiais, médicos e enfermeiras, e de todos os ramos das Forças Armadas portuguesas, numa obra que é um documento de grande valor histórico
'DIAS DE CORAGEM E DE AMIZADE
(Angola, Guiné e Moçambique: 50 histórias da guerra colonial)'
De Nuno Tiago Pinto
Prefácio de Carlos de Matos Gomes
Fotografias de Rafael G. Antunes
Edição A esfera dos livros
Lisboa 2011
Livro com 400 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação. Como novo. Excelente.
De muito difícil localização.
RARO.
Da contracapa:
"O fundamental neste livro é que, através daquilo que os protagonistas descrevem, nós, os portugueses de hoje, temos acesso à história dos anos da guerra como ela ficou gravada naqueles que a fizeram. Não é pouca coisa." Carlos Matos Gomes, in PREFÁCIO
"O médico Abílio Alves esteve um ano e meio em Nambuangongo, Angola, a tentar salvar vidas, com poucos meios e sob ataques constantes. António Lobato foi o primeiro piloto a despenhar-se na Guiné e aquele que mais tempo esteve preso nas mãos do PAIGC. Maria Arminda Lopes Pereira dos Santos pertenceu ao primeiro grupo de enfermeiras pára-quedistas. António José Freire foi atingido, em Angola, por um estilhaço que lhe arrancou uma parte do crânio. Ao todo, foi operado 18 vezes à cabeça. José Penedo decidiu arriscar a vida ao volante de um 'Unimog' para a companhia não ficar uma noite inteira sem água. Sofreu um acidente e ficou paraplégico. António Calvinho não esquece o dia em que foi retirado pelos colegas de um veículo em chamas, em Moçambique.
O jornalista Nuno Tiago Pinto ouviu cada um dos 50 testemunhos que fazem parte deste livro e captou o momento mais dramático da sua experiência nos três cenários da guerra colonial - Angola, Guiné e Moçambique. São relatos impressionantes, feitos na primeira pessoa, de actos de coragem e de amizade, de medo, heroísmo, desespero, de soldados, médicos, enfermeiras que combateram, de diferentes formas, em nome da pátria.
Ao todo, foram mobilizados para os três teatros de guerra entre 800 mil e um milhão de portugueses. Destes, mais de nove mil morreram. Os outros regressaram a casa com marcas físicas ou psicológicas de uma guerra que os transformou e marcou para sempre. Esta é a sua história."
OS AUTORES:
"NUNO TIAGO PINTO
Nasceu em 1978, em Lisboa. Licenciou-se em Relações Internacionais e tirou o curso de especialização em jornalismo no CENJOR. Passou pela redacção da 'SIC Notícias' e foi jornalista e editor de internacional e de sociedade no semanário 'O INDEPENDENTE'. Está desde 2006 na revista 'SÁBADO', onde é sub-editor da secção Portugal."
"RAFAEL G. ANTUNES
Nasceu a 22 de Agosto de 1977. Estudou a fotografia no IADE e começou a trabalhar no 'Diário Digital'. Foi fotógrafo da revista 'Fortuna' e 'Negócios' antes de se tornar freelancer, em 2002. É, actualmente, colaborador regular das revistas 'SÁBADO', 'EXAME' e 'Notícias Magazine'."
Do ÍNDICE:
PREFÁCIO
COMO SE CONTA UMA GUERRA?
Por Carlos de Matos Gomes
Dedicatória
INTRODUÇÃO
Por Nuno Tiago Pinto
ANGOLA - O INÍCIO DO FIM DO IMPÉRIO
CARLOS FILIPE ALVES DOS SANTOS
6.a Companhia de Caçadores Eventual
Regimento de Infantaria de Nova Lisboa - Comissão: 1961-1963
- "Deram-me um frasco com 14 estilhaços e uma bala, para recordação."
MARIA ARMINDA LOPES PEREIRA DOS SANTOS
Enfermeira pára-quedista - Comissão: 1961-1962
- A primeira enfermeira pára-quedista
ADÉLIO CLARO SIMÕES
Batalhão de Caçadores 379
Companhia de Caçadores 426 - Comissão: 1963-1965
- "Agora estou cego, mas quando fui para África estava ceguinho."
ABÍLIO MARCELINO ALVES
Batalhão de Caçadores 460
Companhia de Comando e Serviços - Médico - Comissão: 1963-1965
- "Felizmente nunca dei um tiro."
CARLOS MANUEL PEREIRA
Batalhão de Cavalaria 627
Companhia de Comando e Serviços - Comissão: 1964-1966
- "A guerra é como uma queimadura que fica marcada e não desaparece."
JOSÉ MANUEL PARREIRA
Companhia de Fuzileiros Número Um - Comissão: 1966-1967
- "Sentia os ossos deles a quebrar com as catanadas."
VÍTOR MANUEL BRÁS
6.a Companhia de Comandos - Comissão: 1966-1968
- "Ao fim de um ano a minha cabeça começou a avariar."
ANTÓNIO JOSÉ FREIRE
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 21
3.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1967-1969
- "Não reconhecia a minha família."
ANTÓNIO PINHEIRO DA COSTA
Batalhão de Artilharia 2849
Companhia de Artilharia 2395 - Comissão: 1968-1970
- "Esta guerra estúpida roubou-me a juventude."
ANÍBAL VICENTE JÚLIO
Batalhão de Caçadores 2873
Companhia de Caçadores 2508 - Comissão: 1969-1970
- "Parecia que estava toda a gente a olhar para a minha deficiência."
JOSÉ ALBERTO BENTO RAIMUNDO
Batalhão de Caçadores 2859
Companhia de Caçadores 2459 - Comissão: 1969-1971
- "Sei o que é aquela história do túnel e da luz. Já lá estive e saí."
JOSÉ VICENTE PENEDO
Batalhão Independente de Infantaria n. 19
Companhia de Caçadores 2678 - Comissão: 1970-1971
- "Ainda tive ilusões de que poderia recuperar."
ALBERTO JOÃO PRAZERES DA SILVA URBANO
Batalhão de Caçadores 2910
Companhia de Caçadores 2740 - Comissão: 1970-1971
- "Olhei para baixo e não estava lá o pé direito."
AUGUSTO MANUEL DA SILVA RODRIGUES
Base Aérea Número Nove
Mecânico de Material Aéreo - Comissão: 1970-1974
- Abatido a 5 de Junho de 1972 em Cabinda e capturado pelo MPLA e libertado em Dezembro do mesmo ano.
- "O helicóptero ficou todo furado."
JOÃO PEDRO MARTINS REIS SANTOS
Companhia de Caçadores 3369 - Comissão: 1971-1973
- "Escapei aos tiros, mas não a uma aranha."
ANTÓNIO CAPELO
Batalhão de Caçadores 4911 - Comissão: 1974-1975
Capturado pela FLEC já depois do 25 de Abril de 1974 e levado para o Congo.
- "Fui preso com 86 Kg, saí com 38 Kg."
HENRIQUE JOSÉ AGOSTINHO MARTINS ANDRÉ
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 21
3.a Companhia de Pára-quedistas - Comissão: 1973-1975
- "Em Luanda havia corpos por todo o lado."
GUINÉ - O 'VIETNAME' PORTUGUÊS
ANTÓNIO LOURENÇO SOUSA LOBATO
Piloto da Força Aérea - Comissão: 1961-1963
Foi capturado pelo PAIGC após se despenhar. Esteve preso na Guiné-Conakry sete anos. Foi libertado na Operação 'MAR VERDE'.
- "Disse à minha mulher: não te preocupes que qualquer dia eu volto."
ANTÓNIO REBELO HELIODORO
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 8 - Comissão: 1963-1965
- "Lutei debaixo das bombas de Napalm."
ARMANDO MARQUES RAMOS
Companhia de Caçadores 556 - Comissão: 1963-1965
- "Apanhávamos crocodilos a sair dos ovos."
JOSÉ ÁLVARO ALMEIDA DE CARVALHO
Batalhão de Caçadores 619
Bateria de Artilharia de Campanha - Comissão: 1963-1965
- "O comandante ameaçou-me que me metia em tribunal."
JOAQUIM MANUEL DA CONCEIÇÃO MARTINS
Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1964-1966 e 1973
- "Vamos ser todos abatidos como coelhos."
BARTOLOMEU CASTRO
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 9 - Comissão: 1964-1966
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 13 - Comissão: 1970-1972
- "Vi e fiz coisas que só numa situação de guerra podiam ter sido feitas."
MANUEL COELHO AMARO
Companhia de Artilharia 1744 - Comissão: 1967-1968
- "Quando somos feridos pedimos a todos os santos que nos salvem. Só desejamos a morte antes."
ASDRÚBAL FORTES JORGE
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 10 - Comissão: 1967-1969
- "Não consigo ouvir o barulho de um helicóptero. Começo logo a chorar."
JOSÉ SOLES GIRÃO
Companhia de Caçadores 2440 - Comissão: 1968-1970
- "Vivíamos com o coração nas mãos."
JOSÉ DA CONCEIÇÃO GOMES TALHADAS
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 12 - Comissão: 1970-1972
- "Fui à catedral de Bissau rezar para que nada me acontecesse."
ANTÓNIO PRATA RODRIGUES INÊS
Companhia de Caçadores Pára-quedistas 121 - Comissão: 1970-1972
- "O capelão deu-me a extrema unção."
VÍTOR MANUEL DA COSTA
Companhia de Caçadores 3328 - Comissão: 1971-1973
- "Não havia um sítio seguro por onde sair."
NUNO JOSÉ AMARAL DE ALMEIDA
Mecânico de Helicóptero - Comissão: 1972-1973
- "A minha mãe não me reconheceu."
LUDGERO DOS SANTOS SEQUEIRA
28.a Companhia de Comandos - Comissão: 1972-1973
- "Sabíamos que íamos para o inferno."
JOSÉ MARTINS MAIA
Batalhão de Caçadores 4610
1.a Companhia de Caçadores - Comissão: 1972-1973
- "Hoje os jovens estão à rasca. Nós estávamos à rasca e lixados."
GISELDA SOUSA ROSA ANTUNES PESSOA
Base Aérea n. 12
Enfermeira Pára-quedista - Comissão: 1972-1974
- "Não faço a mínima ideia de quantas pessoas fui buscar."
MIGUEL FERNANDO CAÇOLA CARDOSO PESSOA
Base Aérea n. 12 (Primeiro piloto abatido por um míssil do PAIGC)
Tenente piloto Aviador, Esquadra 121 - Comissão: 1972-1974
- "Não tinha armas e só ansiava para que não aparecesse ninguém."
MOÇAMBIQUE - A ÚLTIMA PEÇA DO DOMINÓ
JOSÉ ALVES CARDETAS
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 8 - Comissão: 1966-1968
- "Aquilo foi uma coisa para esquecer."
ANTÓNIO GUERREIRO CALVINHO
Companhia de Caçadores 1553 - Comissão: 1966-1967
4.a Companhia de Comandos - Comissão Especial: 1968
- "Tiraram-me pele do corpo todo para meter nas pernas."
JOÃO NOVAIS MOLIOA
Batalhão de Caçadores n. 19 - Comissão: 1966-1968
- "Nunca pensei em fugir."
ANTÓNIO CANDEIAS DA CONCEIÇÃO
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 32
1.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1968-1970
- "O meu colchão estava no altar da igreja de Nangololo."
CARLOS GONÇALVES DA COSTA
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 31
1.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1968-1970
- "Os leões estão a aproximar-se, o que fazemos?"
JOSÉ MANUEL REIS MARTINS
Batalhão de Artilharia 2898
Companhia de Artilharia 2631 - Comissão: 1969-1971
- "O médico esteve a noite toda a dizer ao maqueiro o que fazer."
CARLOS MANUEL DA SILVA BALHAU
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 32
2.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1971-1972
- "Quando voltei de Moçambique tinha medo de andar na rua."
LUCIANO ANTÓNIO LAURÊNCIO
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 32
1.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1971-1973
- "Passei sempre entre as balas."
FRANCISCO MANUEL LHANO PRETO
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 9 - Comissão: 1971-1973
Comissão Especial: 1973-1974
- "Deixei de ser o Francisco Preto e passei a ser o Mr. Lhano."
JOSÉ JOAQUIM ALCINO ALBINO
Companhia CART 3557
Operador de morteiro - Comissão: 1971-1973
- "O pior és tu. Os outros estão mortos."
JOSÉ MARIA DA SILVA PACHECO
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 31
2.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1971-1973
- "Ouvia-se um tiro e um de nós caía."
MANUEL CORREIA DE BASTOS
Batalhão de Artilharia 3876
Companhia de Artilharia 3503 - Comissão: 1972
- "Estávamos ali para matar e para morrer."
ROSA GLÓRIA BARROSO DA COSTA SERRA
Enfermeira pára-quedista - Comissão: 1973
- "Entregaram-me uma capa de camuflado com os bocados de um homem lá dentro."
ANTÓNIO DA ROCHA CARDOSO
Batalhão de Caçadores 3868
Companhia de Caçadores 3474 - Comissão: 1972-1973
- "Quando abri os olhos não sabia se era branco ou negro."
ANTÓNIO COUCHINHO FAZENDAS
Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n. 31
1.a Companhia de Caçadores Pára-quedistas - Comissão: 1972-1974
- "A melhor medalha que tenho é ter vindo com pernas e braços."
VASCO MANUEL TEIXEIRA DA CUNHA BRAZÃO
Destacamento de Fuzileiros Especiais n. 11 - Comissão: 1972-1974
- Ficámos com uma noção clara do descalabro que ia acontecer."
Fontes
Agradecimentos
Preço: 45,00€;
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