sábado, 7 de setembro de 2019

Portugal & Descolonização - 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', de Jorge Jardim - Lisboa 1976 - Raro;












Moçambique & História - Da descolonização à guerra civil, relato dos acontecimentos por quem os viveu intensamente 


'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA'
De Jorge Jardim
Editorial Intervenção
Lisboa 1976


Livro com 416 páginas, ilustrado (documentos) e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização.
Raro.


Livro da autoria do mais controverso político português em Moçambique, que revela os contornos das negociações que foi mantendo com a FRELIMO, ainda antes do 25 de Abril de 1974, a 'Revolução dos cravos', com a complacência de Marcelo Caetano e o então presidente da Zâmbia, Kanneth Kaunda.

Negociações que continuaram mesmo após a revolução de 1974 e que depois seriam complicadas e boicotadas, sendo Jorge Jardim perseguido e obrigado mesmo a abandonar Portugal primeiro e, depois, Moçambique.

Este livro é um documento importante e incontornável sobre a guerra colonial, o final do regime, a descolonização e o início da guerra civil.



Do ÍNDICE: 

NOTÍCIA SOBRE O AUTOR 
INTRODUÇÃO  

TODOS TÊM O DIREITO DE SABER 
UMBONI 

- MEU AMIGO DR. BANDA 
Convivência, Diálogo e Entendimento 
Entre Banda e Salazar 
- MISSÕES E ENCONTROS 
Peking ou Moscovo 
Batendo a todas as portas 
- O 'PROGRAMA DE LUSAKA' 
As propostas do Dr. Kaunda 
Paz para todos sem desonra para alguém 
- A LUTA NA FRENTE INTERNA
Para servir Moçambique 
O último Natal no Dondo 
- INÍCIO DO ENFRENTAMENTO 
Tudo começou na Beira 
Planeando a descolonização 
- ÚLTIMAS SEMANAS DE UM REGIME 
Hesitação e recuo 
Ofensiva desencadeada 
- AS FLORES MURCHAM DEPRESS 
Razões de esperança 
Novo abuso de confiança 
Mentira, cerco e fuga 
- RETOMANDO A LUTA 
Perseguição e atropelos 
Regresso a África 
Paz verdadeira, guerra inventada 
- NOS BASTIDORES DA INDEPENDÊNCIA 
Escândalo diplomático 
Viragem histórica 
Manobras de abordagem 
- ILUSÕES PERDIDAS 
Bodes expiatórios 
Aqui Moçambique Livre 
- TEMPO DE TRANSIÇÃO 
Entre baixios e baixezas 
Até ao fim 
- INDEPENDÊNCIA ROUBADA 
República Popular de Moçambique 
- JUÍZO FINAL 
Serenamente e sem ódio 
- CONSTRUIREMOS O MOÇAMBIQUE NOVO

DOCUMENTOS ANEXOS:
1. - Proposta do Presidente Kaunda da Zâmbia, formulada em Lusaka no dia 24 de Julho de 1973;
2. - Tradução da proposta do Presidente Kaunda;
3. - Versão original do 'PROGRAMA DE LUSAKA', aprovada por Kaunda em 11 de Setembro de 1973, e redigida com Mark Chona;
4. - Tradução do 'PROGRAMA DE LUSAKA';
5. - Dedicatória do Presidente Kaunda à Cramo;
6. - Carta enviada ao General Costa Gomes, acompanhada pelas minutas das cartas a dirigir aos Presidentes Banda e Kaunda;
7. - Carta recebida do General Costa Gomes , com as minutas censuradas;
8. - Tradução das minutas das cartas destinadas aos Presidentes Banda e Kaunda;
9. - ACORDO SAMORA MACHEL - MELO ANTUNES (Assinado em Lusaka em 7 de Setembro de 1974, segundo a versão que nos foi remetida pela Presidência da República da Zâmbia).



JORGE PEREIRA JARDIM (Lisboa, 1919/1982)
Foi um engenheiro agrónomo português e empresário em Moçambique, Secretário de Estado num governo de Oliveira Salazar.

Foi amigo pessoal de Ian Smith, primeiro-ministro da Rodésia (actual Zimbabwe), e do presidente Hastings Kamuzu Banda, do Malawi. Ainda antes do 25 de Abril de 1974, tentou pela via diplomática resolver a independência de Moçambique, apresentando o seu 'PROGRAMA DE LUSAKA', posteriormente substituído pelo 'Acordo de Lusaka', a seguir a conversações entre o governo português e a FRELIMO (movimento que lutava pela independência), assinado em 07 de Setembro de 1974.

Originalmente, o Plano de Lusaka previa a independência de Moçambique sem a entrega unilateral do poder à Frelimo.

Joaquim Chissano, na altura responsável pelos serviços de segurança da Frelimo, soube em Lusaka dos planos de Jardim. Contudo, desconfiava que este estivesse envolvido nos massacres de Wiryamu: Jardim visitara o local para se aperceber da dimensão da tragédia e julga-se que terá sido precisamente devido a posterior contacto com Marcello Caetano que este, na posse de informações de Jardim, terá dado fim à carreira do general Kaúlza de Arriaga, comandante militar das forças coloniais em Moçambique.

A 15 de Abril de 1952 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo e a 26 de Junho de 1962 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Império.

Jorge Pereira Jardim chegou a ser denominado o 'Lawrence de África'. De fato, aprendeu, durante 22 anos, a "sentir e pensar Moçambique" segundo as mais variadas facetas da sua admirável personalidade, entre as quais se contam a de agrónomo, soldado e diplomata, assim como a de jornalista, piloto aviador e pára-quedista.

É hoje, pelo menos para as novas gerações, uma figura praticamente desconhecida em Portugal, mas controversa e incontornável, quanto mais não seja por ter denunciado em 'MOÇAMBIQUE, TERRA QQUEIMADA', os aspectos e os acontecimentos mais sinistros que deram lugar, por via do "processo revolucionário" do pós-25 de Abril de 74, à tão propalada e propagandeada descolonização "exemplar".



BIBLIOGRAFIA:
- 'PARA SERVIR MOÇAMBIQUE', de Jorge Pereira Jardim - Lisboa 1959;
- 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', de Jorge Pereira Jardim - Lisboa 1976;
- 'MOÇAMBIQUE, TERRA QUEIMADA', de Jorge Pereira Jardim - Brasil 1976;
- 'RODÉSIA - O ESCÂNDALO DAS SANÇÕES', de Jorge Pereira Jardim - Braga 1978;


E sobre Jorge Jardim:
- Semanário 'O PAÍS', n.º 28, de 16 de Julho de 1976 ('FRENTE A FRENTE: Jorge Jardim - Vítor Crespo');
- Semanário 'O SOL', n.º 6, de 13 de Abril de 1976 (Entrevista de Jorge Jardim em Espanha após a fuga de Lisboa);
- Revista 'O SÉCULO ILUSTRADO', n.º 1.908, de 03 de Agosto de 1974 (Jorge Jardim em entrevista);
- Livro 'JORGE JARDIM - O AGENTE SECRETO', de José Freire Antunes - Lisboa 1996;
- Revista 'VISÃO', n.º 448, de 29 de Novembro de 2012 ('AS OPERAÇÕES MAIS PERIGOSAS DO AGENTE SECRETO DE SALAZAR');


Preço: €32,50€; 

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