sábado, 24 de agosto de 2019

Moçambique & 7 de Setembro de 1974 - 'O FIM DO IMPÉRIO - Memória de um soldado português', de Ribeiro Cardoso - Lisboa 2014 - RARO;



Moçambique & 7 de Setembro de 1974 - Uma visão destes acontecimentos favorável às teses da FRELIMO, do MFA de Moçambique e às correntes comunistas dominantes no processo político em Portugal e na descolonização


'O FIM DO IMPÉRIO - Memória de um soldado português'
De Ribeiro Cardoso
Edição Caminho
Lisboa 2013


Livro com 392 páginas e como novo. Excelente.
De muito difícil localização.
RARO.


Da contracapa:
"Esta história real tem por fundo a colonização, a guerra colonial e a descolonização. E tem por centro o 7 de Setembro de 1974, dia em que brancos extremistas assaltaram o Rádio Clube de Moçambique.

Tudo com a cumplicidade da polícia e o desnorte das cúpulas das Forças Armadas em Lourenço Marques, com Spínola mexendo os cordelinhos a partir de Lisboa. Resultado: largas centenas de mortos negros, algumas dezenas de mortos brancos, ódios raciais à solta, medo branco à flor da pele, uma descolonização envenenada."



Da badana:
"Em Setembro de 1974, Lourenço Marques testemunhou um crime sem perdão que originou incontáveis mortos, na esmagadora maioria negros - graças à loucura e irresponsabilidade de um punhado de brancos que, sentindo o seu mundo de privilégios a ruir, se lançou numa aventura sem sentido, arrastando emocionalmente milhares de compatriotas que, desinformações e impreparados politicamente, naquele contexto eram presa fácil de qualquer patrioteirismo rasteiro.

O resultado foi, num primeiro momento, uma euforia balofa, difundindo via rádio desejos e boatos como realidades - com os seus membros mais exaltados entregando-se, ao som do Rádio Clube de Moçambique assaltado, a uma autêntica orgia de sangue negro nas ruelas sem esgoto do caniço.

Ao terceiro dia, o medo que se havia apoderado da população negra, que ouvia a rádio apelando à intervenção sul africana e rodesiana, transformou-se em levantamento geral sob a forma de uma marcha de catanas sobre a cidade branca.

O feitiço virava-se contra o feiticeiro. Chegará a hora da população branca ser tomada pelo meso, primeiro, e pelo pânico, depois. Polícia incluída, quando as suas comprometidas chefias descobriram, tarde demais, que não tinham capacidade para enfrentar milhares de negros em fúria (...).

Talvez alguns dos brancos mais extremistas tenham então compreendido que nunca houve, nem podia haver, uma colonização justa - e muito menos uma descolonização perfeita. Mas poderia ter sido bem melhor do que foi se não se tivesse criminosamente lançado gasolina na fogueira.
"



Do ÍNDICE:

PREÂMBULO. Um estupido e criminoso haraquíri

PARTE I
ANTES DE ABRIL
I - O grosso da revoada ia para Nampula
II - A G3 faz um buraco assim
III - Que vida boa era a de Lourenço Marques
IV - Da guerra no ar condicionado
V - Do que o exército sabia e relatava
VI - Lourenço Marques: o cimento e o caniço
VII - De repente, a surpresa
VIII - A PIDE e os ferroviários de Inhaminga
IX - Longe pairava a realidade
X - O 'Cancioneiro do NIASSA' e não só

PARTE II
DE ABRIL A SETEMBRO
XI - Revolução chega a conta gotas
XII - Jornalistas na contra-informação
XIII - Estava escrito nas estrelas
XIV - Lamentáveis contradições
XV - Um estranho ensaio sobre a cegueira
XVI - De Junho a Setembro: quem se lembra?

PARTE III
DE 7 DE SETEMBRO A 21 DE OUTUBRO: 45 DIAS ALUCINANTES
XVII - Loucura e inconsciência branca
XVIII - O assalto ao Rádio Clube
XIX - Assutadora passividade e cumplicidade
XX - A bagunça total
XXI - O cerco à Nave dos Loucos
XXII - Balbúrdia no aeroporto e não só
XXIII - Telexes secretos de Crespo para Lourenço Marques
XXIV - O levantamento do caniço
XXV - Atenção, atenção, Galo amanheceu
XXVI - A chegada de Crespo e a fuga dos assaltantes
XXVII - Movimento Moçambique Livre: fugas, livros e outras histórias
XXVIII - Os dias seguintes
XXIX - 21 de Outubro, quatro horas que abalaram Moçambique
XXX - Afinal, o que foi o 7 de Setembro?

BIBLIOGRAFIA



Preço: 35,00€;

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