domingo, 11 de fevereiro de 2018

Ultramar - ‘ADEUS ATÉ AO TEU REGRESSO - O MNF na guerra colonial (1961-1974)’, de Silvia Espírito Santo - Lisboa 2003 - RARO;




Ultramar (Angola, Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe e Moçambique) - A acção do MNF - Movimento Nacional Feminino nas províncias africanas em apoio dos soldados que ali se encontravam em defesa da Pátria 


‘ADEUS ATÉ AO TEU REGRESSO 
- O Movimento Nacional Feminino na Guerra Colonial (1961-1974)’
De Silvia Espírito Santo 
Livros Horizonte 
Lisboa 2003 


Livro com 120 páginas e em muito bom estado de conservação. Como novo. Excelente.
De muito difícil localização. 
RARO.
 


SINOPSE: 
“ ‘ADEUS ATÉ AO TEU REGRESSO’, título desta dissertação de mestrado em Estudos sobre as mulheres, na Universidade Aberta, podia ter sido a resposta de muitas mulheres portuguesas, à frase tanta vezes proferida e difundida nos meios de comunicação social da época, pelos militares que lutavam na guerra colonial: ‘ADEUS ATÉ AO MEU REGRESSO’. 

Ela incide sobre o trabalho de uma organização de mulheres que durante treze anos (1961-1974) acompanhou moral e materialmente os soldados que lutavam em África e as suas famílias: o Movimento Nacional Feminino. Sendo a guerra considerada um empreendimento de carácter essencialmente masculino, o contributo dado pelas mulheres neste contexto tem sido geralmente omitido. Mas é importante não esquecer que ‘por trás do pano’, na retaguarda, as mulheres sempre desempenharam papéis muito significativos.

Neste estudo analisa-se o contributo de MNF – um movimento de mulheres, jurídica e politicamente independentes, mas que sempre actuou em consonância com a política colonial salazarista – num contexto de fervor religioso e nacionalismo exacerbado: ‘Por Deus e pela Pátria’ foi o seu lema.

Um lema a que aderiram cerca de 80000 mulheres. Um número que pode não estar sobrestimado se atendermos ao clima de revolta que se viveu em Portugal, nos primeiros anos da guerra, dada a convicção de milhares de portuguesas e portugueses, adquirida nos bancos da escola, de que pertenciam a um país heróico ‘onde o sol nunca se punha’,

Como a revolução de Abril apanhou todos, ou quase, de surpresa a documentação do Movimento não só ficou dispersa pelas várias secções, pelas várias instituições, pelas várias casas particulares como, em alguns casos, foi destruída. Por estas razões a localização e sistematização desses documentos constituiu uma dificuldade.

Para este trabalho consultaram-se registos escritos do e sobre o MNF – relatórios de actividades, actas de colóquios, circulares de distritais, imprensa nacional, regional e imprensa do próprio Movimento – e fontes privadas através de documentação particular e entrevistas: é preciso não esquecer a importância dos testemunhos orais para a elaboração de uma História Contemporânea das Mulheres.

Dotado de uma grande capacidade de mobilização, esta organização sobreviveu activa durante treze anos graças à sua estrutura bem organizada e hierarquizada – possuía comissões distritais e delegações espalhadas pelo país, por vezes no estrangeiro e no ‘Ultramar’ - bem como aos apoios do Estado e de vastas camadas da população desde o povo anónimo, às grandes empresas ou a intelectuais e artistas populares.

Fundado por 25 mulheres provenientes da elite do regime do Estado Novo, o MNF teve como única presidente, Cecília Supico Pinto, mulher de forte personalidade a verdadeira ‘alma e corpo’ do Movimento.

Os objectivo do MNF ou, recorrendo a uma palavra recorrente no vocabulário das mulheres que dele faziam parte, a sua ‘missão’ era ‘promover o auxílio moral e material aos militares e suas famílias’, sendo utilizadas as formas mais diversificadas para os divulgar. Porém, e apesar das mais de vinte secções que desde a sua formação criou, o Movimento ficou principalmente conhecido pela popularidade e aceitação de duas: a de Aerogramas e a das Madrinhas de Guerra.

Tendo vivido a primeira parte da década de sessenta uma importante fase de expansão e de apoio institucional e privado, o MNF conhece, ao aproximarem-se os anos setenta, um período de grande contestação, não só proveniente das oposições ao regime – mais organizadas e em maior número – como também dos próprios militares agora mais escolarizados e mais informados sobre as razões de uma guerra de que começavam abertamente a discordar.

O Movimento Nacional Feminino viria a ser extinto por decreto da Junta de Salvação Nacional, algum tempo depois de completar treze anos de existência ao serviço dos militares e da ideologia colonial do Estado Novo.“ 


A AUTORA: 
“SILVIA ESPÍRITO SANTO 

Nascida em Leiria, professora do ensino secundário, licenciada em História pela Universidade de Coimbra, investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI), mestre em Estudos sobre as Mulheres (UA-Lisboa).

DE entre outros trabalhos publicados, destacam-se: 
- ‘Por Deus e pela Pátria’, in ‘A Guerra do Ultramar: Realidade e Ficção‘ (E Notícias, Lisboa 2002); 
- ‘E a guerra ainda aqui tão perto – os ex-combatentes da guerra colonial’ (Região de Leiria - 2003)”



Do ÍNDICE: 

PREFÁCIO 
INTRODUÇÃO 
Tema, delimitação da abordagem, objectivos 
Balanço historiógrafico 
A História do tempo presente 
O contributo das fontes orais 

Capítulo I 
O MOVIMENTO NACIONAL FEMININO (M.N.F.) - ÚLTIMA ORGANIZAÇÃO DE MULHERES DO ESTADO NOVO 
As mulheres do M.N.F. como produto de organização de enquadramento 
1. O contributo da Escola 
2. O contributo da Mocidade Portuguesa Feminina (M.P.F.) 
3. O contributo da Obra das Mães para a Educação Nacional (OMEN) 
4. O contributo da Igreja
O significado da guerra colonial para as portuguesas enquadradas pela formação salazarista 

Capítulo II 
A RAZÃO DE SER DO MOVIMENTO 
A emergência do Movimento Nacional Feminino no contexto da guerra colonial 
Cecília Supico Pinto - A alma e o corpo do Movimento 
As estruturas orgazinativas 

Capítulo III 
AS ÁREAS DE INTERVENÇÃO DO MOVIMENTO 
Administrativas - Secretaria e Tesouraria 
De Apoio Social - Secção de embarque 
- Secção das Madrinhas de Guerra 
- Serviço de acolhimento aos feridos e doentes 
- Secção de visitas aos hospitais 
- Secção de empresas 
- Secção de assistência à família 
- Serviço de urgência 
De apoio material - Secção de Aerogramas 
- Secção de passagens 
- Bibliotecas 
- Secção de apoio aos oficiais milicianos 
- Auxílio aos capelães militares e missões 
- Secção de Farmácia 
- Secção de encomendas 
- Secção de lembranças individuais e colectivas 
- Secção de contencioso 
De informação - Secção de participação de baixas 
- Secção de notícias 
- Secção de informação e divulgação 

Capítulo IV 
INICIATIVAS JUNTO DE MILITARES, FAMÍLIAS E OPINIÃO PÚBLICA 
Campanha de Natal do Soldado 
Hora Nacional de Trabalho 
Natal de Famílias 
Operação Saudade 
O Primeiro Congresso do M.N.F 
Dia da Mulher Portuguesa 
Exposição de Ambientes Portugueses dos séculos XVI. A XIX 
Operação Sorriso 
Visitas do M.N.F. ao Ultramar 
Operação Presença 

Capítulo V 
A IMAGEM INVERTIDA DA GUERRA 
A importância das Madrinhas de Guerra junto dos militares 
1. O testemunho das Madrinhas de Guerra do M.N.F. 
2. As Madrinhas de Guerra fora do M.N.F. 


CONCLUSÃO 
Notas 
Fontes 
Bibliografia 


Preço: 32,50€; 

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