Angola - Da descolonização à Guerra Civil - 'SALÁRIO DE GUERRA', de Vergílio Alberto Vieira - Lisboa 1979 - Muito Raro;

Angola - Da descolonização à Guerra Civil - O enaltecimento da luta revolucionária do povo angolano, liderada pelo MPLA conforme escreve o autor


'SALÁRIO DE GUERRA'
De Vergílio Alberto Vieira
Editora VEGA
Lisboa 1979


Livro com 120 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
Muito Raro.



Da Abertura:
"(...)
Sobre a descolonização, quero realçar, sobremodo, o exemplo que trouxemos preso nos olhos: a solidariedade e a força indestrutível da luta popular dirigida na pessoa do seu guia, o Presidente Agostinho Neto, e pela sua vanguarda revolucionária, o Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA, na sua segunda guerra de libertação nacional.
E para fechar, a certeza de que aos povos de África jamais o imperialismo poderá travar o passo firme para a vitória e esmorecer as suas aspirações á independência e à soberania nacional.
(...)
Braga, 25 de Abril de 1979
Virgílio Alberto Vieira "


Da contracapa:
" 'SALÁRIO DE GUERRA' prolonga, reafirma, requalifica, literária e tematicamente, uma experiência narrativa algo singular, que Vergílio Alberto Vieira iniciou em 'GUERRILHEIRO É TERRA MÓVEL', seu anterior livro de contos. Mas há-de dizer-se que o autor desce desta vez, ainda mais intrinsecamente, ao ciclo negro da nossa colonização. Numa altura em que a Obra Literária nos remete para o interior da história recente da realidade portuguesa, o motivo da guerra ganha número e expressão e anuncia-se já como um espaço significativo da nova coragem. A capacidade de ir designando a contrapartida de uma guerra injusta, cujas consequências estão ainda longe de se esbaterem do nosso quotidiano, resulta aqui autêntica, nos dez contos que integram o presente volume. Através desta escrita a dois discursos, duma precisão que varia entre a invenção criadora e o testemunho rigoroso, desfilam tipos, situações, lugares, sofismas e violências sem sentido, que são hoje uma parte comum das vivências de milhão e meio de portugueses que obrigatoriamente passaram pela guerra colonial. Daí esta memória, que deixa de ser secreta e afirma já uma geração literária cujas raízes ideológicas penetram fundo no solo da descoberta da fraternidade, pelo ideal da libertação dos Povos Africanos.

'SALÁRIO DE GUERRA' é também um texto com uma qualidade literária acima de qualquer suposta vulgaridade. É o virar da página sobre um dos últimos episódios do império, a situação vibrantemente trabalhada dum processo de escrita que se ergue entre as paredes ainda sonoras de dois tempos distintos: o da consciência acusada, penitenciado e humilde, e o da definitiva certeza no caminho próximo de duas culturas, de duas Literaturas, de Povos irmãos."



DO AUTOR
VERGÍLIO ALBERTO VIEIRA
"Poeta, ficcionista e crítico literário, Virgílio Alberto Vieira nasceu em Amares (Braga), em 1950. Feitos os estudos liceais, concluiu a licenciatura em História pela Faculdade de Letras do Porto, sendo, actualmente, professor do ensino secundário. Viveu alguns anos em Angola, primeiro em Malange e, mais tarde, já no serviço militar obrigatório, na cidade de Luanda. Aí, como alferes miliciano do Exército Português, participou em acções militares directas, durante o período de transição para a independência de Angola, assistindo aos acontecimentos da chamada segunda guerra de libertação nacional. Parte dessa sua experiência, aliás, virá a ser descrita nalguns dos seus livros. 

Como poeta, crítico e antologista, deu colaboração à imprensa de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil, sendo, inclusive, correspondente em Portugal das publicações brasileiras ‘Tempo Cultural’ e ‘Saco’. Ainda em Angola, fundou e dirigiu durante largo tempo o suplemento literário ‘Convergência’, do jornal ‘Ecos do Norte’ (Malange) e, em Portugal, aparece regularmente como crítico da revista ‘África’.” 

DO ÍNDICE:

Dedicatória
PROTESTAÇÃO DO AUTOR A QUEM (NÃO) TIVER CORAGEM DE LER ESTE LIVRO

- Toda a noite o dia em terras de Kacuso
- Já nos olhos caducada pela flor de enxofre
- Varadas de sangue corriam águas do Kuanza
- Uma sombra apodrece em África
- Amanhã entoaremos hinos à liberdade
- Adeus até ao meu regresso
- Aí em Kamarkuto no Bié
- Em Kifandongo, o Povo
- Nem um só tambor de balas desfiou a morte em Vila Alice
- Salário de guerra

NOTA BIBLIOGRÁFICA


Preço: 35,00€;