quarta-feira, 17 de maio de 2017

Angola & Poesia - 'CADERNO DE UM GUERRILHEIRO', de João-Maria Vilanova - Luanda 1974 - MUITO RARO



Angola & Poesia - Autor e obra envoltos em mistério quanto à identidade e personalidade


'CADERNO DE UM GUERRILHEIRO'
De João-Maria Vilanova
Edição Kalema
Luanda 1974


Livro com 64 páginas e em muito bom estado de conservação.
De muito, muito difícil localização.
MUITO, MUITO RARO.


Da NOTA DO AUTOR:
"Com excepção de três, datados da segunda quinzena de Setembro findo, esta colectânea reúne poemas escritos entre Novembro de 1971 e Agosto de 1973 tendo, a maioria deles, vindo a leme em publicações Angola, Moçambique e América Latina ao longo de 1972, 1973 e ano em curso.
J.M.V."



Dedicatória:
"Para o Iko Carreira e o Bento Ribeiro - camaradas de sempre."


Da contra-capa:
"Se 'VINTE CANÇÕES PARA XIMINHA' (prémio 'Mota Veiga' - 71) representa em termos épicos o surpreender do trágico quotidiano a partir da alienação - repressão a que durante cinco séculos foi submetido o povo angolano (povo dominado mas não vencido, resistindo sempre, segundo o próprio poeta), 'CADERNO DE UM GUERRILHEIRO', seu necessário complemento constitui, seguramente, o brado de uma consciência revolucionárias, amadurecida no dia dia-a-dia do maquis."



Do ÍNDICE:
- O cato; - A voz trazida da noite; - Civilização; - Colonialismo; - Kassule e a paciência; - O camponês e o colono; - Canto de mona-ngamba; - Oh civilizai; - Os colonos do dinheiro;As hienas; - Kasanji; - Deixai falar os mortos dos necrotérios; - Ilombelombe; - A paternal mão; - Subversão; - Exortação às armas; - Mbeji ni jitetêmbua; - Job; - Vou repartir o meu pingo de café; - Rio na tonga; - A mão do vento na savana; - Mon'ami; - Fogo no colonialismo; - Das armas; - Toada para Emmeth till; - Mulher no maquis; - Ilha; - Meu coração habita na Kilemba; - Memória em Karibandi; - Kitangana ia Kuzunga; - S. Nicolau; - Contigo estarei mano contigo; - O ritual e o combate; - Kibixila Kutululuka; - Canto d'armas para um herói; - A mandioqueira; - Abaido a barbária. Viva a Civilização; - Para a aurora do corpo; - Por sobre o cadáver de Pedro Benje; - O guerrilheiro; - O espírito da mata; - Lutaremos.



JOÃO-MARIA VILANOVA (?):
"João Maria Vilanova, poeta da geração de 70, é um nome que esconde o maior enigma da literatura angolana, um heterónimo que encobre muito bem o seu autor biológico-histórico, continua fictício até hoje.
(...)
Jorge Macedo garante que conheceu o poeta quando esteve a trabalhar no Kuanza Norte, ou seja, suspeita que tenha sido “um juiz branco que gostava da poesia angolana, que conhecia as diversas propostas poéticas”. Muitos são os escritores dessa geração que lançam suspeitas para todas as direcções.
GalaRdoardo em 1971 com o Prémio 'Mota Veiga', atribuído a 'VINTE CANÇÕES PARA XIMINHA', nunca apareceu para receber o merecido prémio. Mas não deixou de aparecer, em 1974, através da revista 'NGOMA', mantendo-se na mesma no meio de uma 'grande nuvem'. Em 1974, edita 'CADERNOS DE UM GUERRILHEIRO'.
(...)
Pires Laranjeira não deixa de realçar na sua crítica o apuramento estilístico de Vinanova que foge do discurso directo: 'A denúncia do paternalismo, como de outras sequelas do colonialismo, quase nunca se faz em linguagem expositiva, panfletária. A força, o propósito do discurso poético não é do mesmo género do discurso político'.
Para o professor Manuel Ferreira, o poeta anónimo "será o que mais conscientemente prolonga e renova as experiências dos poetas da Mensagem e da Cultura (II). Tudo leva a crer que Vilanova venha dos tempos da Mensagem, notadamente quando o seu enunciado é a expressão de um certo quotidiano povoado de rememorações; nelas e na narração evocativa um mundo de anseios e suspensões significativas nos povoa a imaginação".
Ainda segundo Manuel Ferreira, em 'Caderno de um guerrilheiro', o poeta elege como temática 'o povo angolano crescendo na luta armada', e considera-o como o poeta do 'rigor e da elaborada interiorização da gesta do povo angolano, com uma fala para cada tema, uma gramática pessoal na fusão de níveis e áreas linguísticas, mesmo quando o real é momentâneo e no seu verbo se transfigura e dimensiona'."

Adaptação.
Fonte: http://poesiangolana.blogspot.pt/2013/10/poema-de-joao-maria-vilanova.html


OBRAS:
- 'PARA UMA INTERPRETAÇÃO DA POESIA DE AIMÉ CÉSAIRE' (Ensaio) - Edição do autor - Luanda (1971);
- 'VINTE CANÇÕES PARA XIMINHA' (Poesia) - Editorial Nós - Luanda (1971);
- 'CADERNO DE UM GUERRILHEIRO' (Poesia) - Editora KALEMA - Luanda (1974);
- 'ACUSO O ALTO-COMISSÁRIO DO GOVERNO PORTUGUÊS EM ANGOLA GENERAL SILVA CARDOSO' (Manifesto) - Editora TERRANOSSA - Luanda 1975;


Preço: 42,50€;

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