sábado, 25 de fevereiro de 2017
Angola & Literatura - 'NA TERRA DO CAFÉ', de Metzner Leone - Lisboa 1946 - MUITO RARO;
Angola & Literatura - A acção da obra centra-se na zona da Gabela, numa fazenda de Café e com protagonistas portugueses e angolanos durante o período colonial
'NA TERRA DO CAFÉ'
De Metzner Leone
Ilustração da capa de José de Moura
Edição da Livraria Popular Francisco Franco
Lisboa 1946
Livro com 206 páginas e em muito bom estado de conservação.
De muito, muito difícil localização.
MUITO RARO.
A acção do romance de Eduardo Metzner Leone 'NA TERRA DO CAFÉ', decorre na zona da Gabela, centro de Angola, onde predominavam as fazendas com extensos cafezais. Como protagonista principal o autor traça o perfil de um jovem colono português, que é contratado como feitor de uma exploração agrícola, e em face da sua juventude acaba por ser vítima da inexperiência de vida, com os relacionamentos amorosos e os preconceitos raciais a misturarem-se na vida quotidiana.
O seu envolvimento com uma nativa e o seu feitio causam problemas no seu relacionamento com os administradores da firma associado à convivência com um clima social de que era totalmente estranho, constituem a linha dorsal da obra de Metzner Leone.
Eduardo Metzner Leone (1914-1987):
"Ensaísta e tradutor, romancista, dramaturgo e homem sempre ligado à Imprensa, Metzner Leone (1914-1986) tinha 60 anos aquando do 25 de Abril. Numa idade em que podia ter-se acomodado numa confortável reforma, regressou ao combate jornalístico e voltou a ser repórter. Levou a investigação do mistério do navio costeiro Angoche tão longe quanto lhe permitiram as autoridades portuguesas de então, pouco interessadas em molestar o regime de Samora Machel – e acabou por tornar-se um verdadeiro especialista no tema, publicando em livro o essencial das suas conclusões (“Caso Angoche: Mais um Crime Impune”, editado por Waldemar Paradela de Abreu com a chancela da ‘Intervenção’).
De espírito jovial e combativo, era uma inspiração para os jornalistas mais novos, com quem acamaradava descontraidamente como se tivesse, também ele, acabado de chegar à profissão. E, no entanto…
Nascido numa família de tradições castrenses, Eduardo Henrique Metzner Leone teve uma das mais duradouras e brilhantes carreiras do jornalismo português do século XX. As suas primeiras publicações na Imprensa remontam a 1936, tendo trabalhado nos principais jornais e revistas nacionais ao longo de meio século, com destaque para o ‘Diário de Notícias’ e o ‘Diário Popular’. Ficaram célebres as suas reportagens vivas e coloridas nas terras do Império, aquando da viagem do Presidente da República, Óscar Carmona, às possessões ultramarinas, em 1939.
No início da carreira, ‘dandy’ com lugar cativo no Chiado e nas tertúlias literárias e políticas do seu tempo, Metzner Leone ostentava um faiscante monóculo, que então era moda entre os antigos alunos do Colégio Militar, como ele. Mas o seu espírito inquisitivo levou-o com frequência a afivelar o bornal de viajante e explorador, tendo vivido em Timor e em Angola.
Datam dos anos 30 e 40 alguns dos seus primeiros livros de fervor nacionalista, como “A Ideia Nova” e “Rumo ao Império”, sempre pontuados por uma obra romanesca plena de referências patrióticas, em que sobressai “Na Terra do Café”. “Mais nenhum povo europeu realizou no Ultramar obra semelhante à dos portugueses”, escreveu Metzner em “O Brasil e o Colonialismo Português”, um dos seus livros mais ensaísticos. “Foi o português o único povo criador de povos, o único que deu o seu sangue e a sua alma às populações ultramarinas”.
Aspecto incontornável da obra jornalística e literária de Metzner Leone é a sua análise da situação europeia no início dos anos 40. Tendo vivido e trabalhado em Berlim nesse período crucial da história contemporânea, deixou-nos três livros de testemunho que são hoje preciosidades bibliográficas: “Drama Europeu” (1940), “Nazis/Dez Meses na Alemanha em Guerra” (1941) e “Na Hora Decisiva” (1943).
A partir dos anos 50, Metzner iniciou uma apaixonada relação com o Brasil, onde chegou a viver por largos períodos. O seu livro “Um Português no Brasil” reflecte essa paixão. Ainda no país-irmão, foi o autor do guião de um filme célebre realizado por Arthur Duarte, “Encontro Com a Morte”, que contou com Orlando Vilar e Irma Alvarez nos papéis principais.
Depois do 25 de Abril, inconformado com a derrocada dos valores por que sempre se batera, Metzner Leone atravessou o PREC com enorme coragem cívica e publicou, à contra-corrente, várias obras de divulgação histórica, como “O Preste João das Índias”, “Fernão de Magalhães Não Traiu”, “Camões: o Homem e o Mito” e “A Maravilhosa Viagem de Pedro Alvares Cabral” (reedição da sua aclamada biografia do grande descobridor, dada pela primeira vez à estampa em 1960)."
Fonte: http://jornaldiabo.com/cultura/angoche/
Preço; 37,50€;
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