terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Descolonização - 'ANGOLA SOB O SIGNO DA VIOLÊNCIA', de Maurício Soares - Lisboa 1975



Angola - A descolonização e os dramas que se registaram entre a queda do regime em lisboa e a independência a 11 de Novembro de 1975


'ANGOLA SOB O SIGNO DA VIOLÊNCIA'
De Maurício Soares
Edição de autor
Povoa do Varzim 1975


Livro com 134 páginas e em muito bom estado de conservação.
De muito difícil localização.
Raro.


O autor, colaborador de inúmeros órgãos de comunicação social angolanos, edita um livro sobre a temática, com denúncias sobre os desmandos e desvarios dos membros políticos e guerrilheiros dos três movimentos nacionalistas angolanos, FNLA, MPLA e UNITA.

Um bom livro com alguma informação sobre o ambiente e a forma de actuação dos movimentos guerrilheiros, perante a passividade e complacência das ainda autoridades portuguesas.

Sobre a UNIA e Savimbi, escreve o autor:
"A reunião da Associação Comercial da Huíla terminou com a descrença dos Criadores de Gado no mito Savimbi. Descrença essa que se avolumaria se os interessados tivessem a oportunidade de acompanhar o líder da UNITA no Cunene, onde, falando em Umbundu, traduzido para o Cuanhama pelo seu fiel capanga Vakulukuta, se garantiu a disparada dos brancos e a redistribuição das suas terras trabalhadas, valorizadas em milhares de contos (...)"

Da FNLA, relata:
"Baptista N'Guvulu, da FNLA, por exemplo, perorando perante um grande auditório em Vila Artur de Paiva, diria a certa altura: 'Meus irmãos e minhas irmãs, agora eu vou falar das bebedeiras. Aqui nos Ganguelas há muitos bêbados. Pois, meus irmãos e minhas irmãs, vais sair muita porrada. Gajo ou gaja que forem encontrados bêbados, já sabem - levam porrada...
Como havia em torno do orador o habitual dispositivo militar, a multidão concluiu rapidamente que as bebedeiras - pelo menos em público - teriam mesmo de acabar..."


E por último, sobre o MPLA:
"Por outro lado, o esquema tradicional de vida desses povos, leva-os (ainda) ao culto da preguiça, do álcool e da droga. De sorte que o MPLA terá homens para fazer a revolução, o que não terá é povo que a aceite.
Entenda-se que quando dizemos 'homens preparados para a revolução', temos apenas em mente o número constituído pelos 'elitistas' agregados ao Movimento, entre os quais se contam muito brancos de razoável nível intelectual. As FAPLA são, na maioria esmagadora, formados por boçais, bêbados e drogados, como aliás, se depreende pelos comunicados irradiados pela Rádio Comercial de Angola pelos Altos Comandos, ameaçando de graves sanções os elementos que forem encontrados em estado de embriaguez ou de excitação provocado pelo fumo da liamba."



Preço: 25,00€

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