quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Moçambique - Lote de 2 livros de Domingos Arouca - MUITO RAROS;



 

 


Moçambique - O primeiro advogado negro, opositor do colonialismo e exilado pela FRELIMO


Lote de 2 livros de Domingos Arouca
De muito difícil localização.
MUITO RAROS.


1. - 'A PRISÃO DO DR. DOMINGOS AROUCA'
De Francisco Salgado Zenha
Editora Afrontamento
Porto 1972


2. - 'MÃE NEGRA'
De Domingos Arouca
Associação dos Naturais de Moçambique
Lourenço Marques 1961 (?)


DOMINGOS AROUCA
Nasceu em 07 de Julho de 1928, em Salela, distrito de Inhambane, Moçambique.
Após o exame da instrução primária, trabalhou durante dois anos como escriturário praticante no gabinete de um advogado. Aos 16 anos ingressou como aluno da Escola Técnica de Enfermagem de Lourenço Marques, onde se diplomou.
Exerceu a profissão de enfermeiro em Mambone, até aos 21 anos.
Embarcou para Portugal onde terminou o curso geral dos liceus no extinto Colégio de Nun'Álvares em Tomar.
Formou-se em Direito na Universidade de Lisboa em 1960.
Exercia a advogacia em Lourenço Marques, quando em Maio de 1965, um mês após ter tomado posse do cargo de Presidente da Direcção do Centro Associativo dos Negros de Moçambique, foi preso pela PIDE no seu escritório, acusado de ser membro dirigente da FRELIMO.
Foi militante da Frente de Libertação de Moçambique em Lourenço Marques (Maputo) tendo coordenado na clandestinidade as suas actividades.
O primeiro advogado negro moçambicano foi também o preso político moçambicano que mais tempo passou nas cadeias portuguesas do regime colonial. Após cumprir a pena decretada pelo Tribunal Militar Territorial de Moçambique no cárcere na Machava foi deportado para Portugal onde passou oito anos na cadeia, designadamente em Caxias.
Foi restituído à liberdade em 19 de Junho de 1973, sendo-lhe fixada residência em Inhambane, onde exerceu a advogacia até 25 de Abril de 1974.
Desde cedo discordou da linha de orientação marxisma-leninista seguida pela FRELIMO e após a Independência opôs-se ao novo governo e recusou-se a aceitar um convite de Samora Machel para ocupar uma pasta no primeiro governo da República Popular Moçambique.
Emigrou para Lisboa onde passou a exercer advocacia e a lecionar. Fundou com outros moçambicanos a FUMO (Frente Unida de Moçambique), organização política que teve alguma actividade e que tentou integrar-se na RNM-RENAMO.
Quando vivia em Lisboa, no Restelo, sofreu um atentado. Uma bomba foi colocada na sua viatura à porta da sua residência, tendo a mesma ficado completamente destruída. O atentado foi atribuído a agentes do SNASP, serviços de segurança de Moçambique, na altura chefiados pelo General Jacinto Veloso.
Regressou a Moçambique definitivamente em 1992, após o regime da FRELIMO ter adoptado o sistema democrático e pluripartidário, com a aprovação de uma nova constituição e a assinatura do Acordo de Roma, que estabeleceu o fim da guerra civil com a RENAMO.
Em 1994, nas primeiras eleições para a presidência da república, concorreu como candidato ao cargo.
Arouca exerceu advocacia até poucos dias antes de falecer. Era membro fundador da ordem dos Advogados de Moçambique e do Conselho Superior da Magistratura Judicial. Neste órgão exerceu vários mandatos tendo chegado a ser eleito por proposta consensual da Frelimo, no poder, e da Renamo, o maior partido da oposição.
Tinha quatro filhos, dois adoptivos e dois do matrimónio com a Dra. Regina Arouca, docente universitária.
Faleceu em Maputo a 03 de Janeiro de 2009 aos 82 anos. Foi sepultado no cemitério de Inhambane.



Preço: 57,50€; 

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