terça-feira, 16 de setembro de 2014

Portugal & Ultramar - ‘SUL DE ANGOLA - Relatório de um governo de distrito (1908-1910)’, de João de Almeida - Lisboa 1936 - Muito Raro;







Portugal & Ultramar - Uma obra de profundidade com inúmera informação sobre a zona sul desta antiga província ultramarina sob administração colonial portuguesa 


‘SUL DE ANGOLA - Relatório de um governo de distrito (1908-1910)’ 
De João de Almeida 
Edição da Agência Geral das Colónias 
Divisão de Publicações e Biblioteca 
Lisboa 1936 


Livro com 644 páginas, muito ilustrado (mais de 300 fotogravuras e mapas) e em muito bom estado de conservação. 
De muito difícil localização. 
Muito Raro.



A OBRA 
Características:
“Elementos etnográficos e históricos e dados diversos.
Acção militar e administrativa.
Progresso moral e material. Economia e fomento.

Ilustrado com mais de 300 fotogravuras no texto e 11 desdobráveis extratexto (máximo 79x50 cm) com cartas geográficas, mapas dos efectivos militares, mapas dos orçamentos gerais da Comissão Municipal do Lubango, esboços de itinerários e de regiões.” 


SOBRE A OBRA: 
O autor, João de Almeida (Guarda 1873- Lisboa 1953), general do exército, distinguiu-se em diversas campanhas militares em Angola e na administração da região sul da província, que governou com grande brilhantismo e eficiência, tendo sido responsável pela fixação da fronteira meridional de Angola. É autor de uma vasta obra escrita, em que aborda diversos temas. Sul d"Angola é um detalhado e minuciosos relatório da sua acção como Governador da Huíla, distrito criado havia pouco tempo e que incluía quase todo o sul de Angola. Transcreve relatórios, propostas de regulamentos, correspondência oficial, quadros estatísticos. Louva os colaboradores que o apoiaram nas difíceis actividades, denuncia a legislação desadequada, os entraves da burocracia e da má vontade de funcionários e militares desmotivados. Mas não se limitando aos aspectos da administração civil, das acções militares e da imposição da soberania portuguesa, o autor aproveita para enriquecer a obra com os resultados das suas observações de carácter etnográfico, cultural, descrevendo o clima, o território e as populações. Assim, um escrito que se poderia esperar ser um conjunto de informações de interesse limitado à administração do Estado, acabou por ser um riquíssimo repositório de informações de todas as espécies relativas a uma região pouco conhecida, sobre a qual Portugal tinha estendido a soberania efectiva havia muito pouco tempo. Obra histórica, imprescindível para o conhecimento de Angola, com um nível de excelência que se iguala ao nível de com que foram exercidas as funções de governador por João de Almeida.” 


O AUTOR: 
“JOÃO DE ALMEIDA (Vila Garcia, Guarda, 5 de outubro de 1873 — Lisboa, 5 de maio de 1953) foi um militar do Exército Português, no qual atingiu o posto de general. Ficou conhecido por o Herói dos Dembos por ter pacificado este povo em Angola, em 1907, durante as Campanhas de África. Auxiliou também Alves Roçadas a pacificar a região de Huíla (1909) e é a ele que se deve a fixação da fronteira meridional de Angola.

João de Almeida nasceu em Cairrão, freguesia de Vila Garcia, concelho da Guarda. Descendente da família Fernandes Pacheco e da família de Francisco de Almeida, que foi vice-rei da Índia. Casou em 14 de outubro de 1914 com Laura Mendes Leite e teve três filhos e uma filha. Foi pai de dois distinguidos militares: o coronel Alexandre Mendes Leite de Almeida, do Exército Português;o coronel João Mendes Leite de Almeida, da Força Aérea Portuguesa.

Concluído o curso liceal na sua cidade natal, forma-se em filosofia e engenharia civil pela Universidade de Coimbra. Ingressou na Escola do Exército, donde saiu promovido a alferes, em 1896, e mais tarde, frequentou o curso de Estado-Maior que completou em 1903.

Em 1906 embarcou para Angola, com o posto de capitão, revelando as suas qualidades de militar. Em 1907 tomou parte nas operações do Cuamato, distinguindo-se, entre outras, nas ações de Pocolo, Mocuma e Bata-Bata. Iniciou a pacificação dos Dembos, ficando conhecido como o Herói dos Dembos. Em 1908 foi nomeado governador interino do distrito de Huíla, província de Angola, assumindo mais tarde o posto de governador efetivo.

Em 1919, então coronel e comandante militar da região de Aveiro, envolveu-se na Monarquia do Norte ao lado de Paiva Couceiro. Teve ordem de prisão mas o comissário encarregado da sua detenção, Salvador do Nascimento, permitiu a sua fuga pois ele próprio tinha sido preso político durante a ditadura de João Franco por conspirar contra ela. Daí seguiu para Paris, onde cursou engenharia civil.

Entre muitos feitos na província de Angola destaca-se a fixação definitiva da fronteira meridional e a realização de obra notável nos campos administrativo, militar, económico, educativo e civilizacional. Na província de Cabo Verde também teve lugar de destaque, nomeadamente como governador da província e diretor de obras públicas. Em 1931 foi nomeado Governador Geral de Macau. Chegou a ser Ministro das Colónias.

Em Portugal foi diretor da Empresa Eléctrica-Oceânica de Aveiro entre 1920 e 1936; Presidente da Real Companhia Vinícola do Norte desde 1933; Administrador da Companhia do Papel do Prado desde 1929.

Monárquico, simpatizante do integralismo, foi demitido do Exército após a proclamação do regime republicano, sendo reintegrado em 1918. Participou em diversas conspirações para derrubar a República nos anos 20. Após o golpe de 28 de maio foi um dos nomes apontados para a candidatura à chefia da Ditadura.

A 11 de fevereiro de 1929 foi feito grande-oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a 19 de fevereiro de 1929 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 5 de outubro de 1929 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis e a 3 de agosto de 1932 foi agraciado com a grã-cruz da Ordem do Império Colonial.

Autor de relatórios e de conferências valiosas, devem-se-lhe ainda obras sobre temática colonial e sobre a cidade da Guarda, sobre a qual deixou longa obra bibliográfica. Foi diretor do Instituto de Ensino Normal de Braga e no âmbito dessas funções publicou obras de carácter didático.” 


OBRAS DO AUTOR: 
- ‘Didáctica Geral’ - Instituto de Ensino Normal de Braga, Braga, Livraria Cruz (1933);
- ‘ Sul de Angola’; 
- ‘Visão do Crente’;
- ‘Em Prol do Comum’ (1931); 
- ‘D. Carlos I’ (1936); 
- ‘Viajantes Espanhóis em Portugal’ (1948); 
- ‘História do nosso Tempo’; 

Conferências
- Ao Serviço do Império (1931);
- L’Esprit de la Race Portuguese dans son expanson outre mer (1931);
- Nacionalismo e Estado Novo (1932);
- História do nosso Tempo (1935);
- Alta Cultura Colonial (1937).


Preço: 250,00€; 

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