segunda-feira, 22 de julho de 2013

África & UNITA - 'ANGOLA - EM NOME DA ESPERANÇA', de Fátima Roque - Lisboa 1993 - Raro




Angola & UNITA - O regresso à guerra após as primeiras eleições de 1993


'ANGOLA - EM NOME DA ESPERANÇA'
De Fátima Roque
Bertrand editora
lisboa 1993


Livro com 196 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação.
De muito difícil localização.
Muito Raro.


A autora, que chegou a ser um dos quadros da UNITA mais carismáticos e que beneficiava da confiança pessoal de Savimbi, relata os acontecimentos em torno do regresso à guerra em 1992 logo após as primeiras eleições livres em Angola, a sua detenção em Luanda num hotel, bem como dezenas de quadros políticos e militares da organização e a repressão que abateu centenas de membros, entre os quais o vice-presidente Jeremias Chitunda.

Realce para a lista desses detidos e mortos conhecidos, e para as fotografias alusivas.


Da badana:
"Este depoimento é um apelo pessoal à razão contra o preconceito, à confiança contra a desconfiança, para uma visão do futuro que se sobreponha à vivência dos horrores do último ano. O 'perdão' que procuro para todos, indistintamente, tem de surgir em simultâneo com o arrependimento sincero.

Angola necessita desesperada e urgentemente de paz. Todavia sem justiça não pode haver paz.

A verdadeira paz não é só a ausência de tensões sociais, mas também o perdão de um povo dividido pelo ódio, pela mentira e pela violência. Por isso a verdade tem de ser conhecida.

No Posfácio, cada um deveria inscrever a sua confissão, a culpa da sua insensibilidade, o remorso da sua inércia. É forçoso sentir a angústia de aguardar um sinal de Deus que signifique 'absolvição', a esperança de uma paz com concórdia que valha pela ressurreição dos mal-crucificados e um perdão para todos."



Da contracapa:
"A mais recente tragédia angolana podia ter sido evitada. Ela foi facilitada pela conduta da comunidade internacional, que fracassou quando não mobilizou os recursos mínimos necessários à manutenção da paz e à organização das eleições, e ignorou a exigência de 'total transparência' do processo eleitoral feita por quinze dos dezoito partidos da oposição. Em particular os Observadores - Portugal, EUA e Rússia - comprometeram-se pela parcialidade com que analisaram o conflito e pela falta de determinação na procura de soluções para a sua resolução.

Este depoimento é a narrativa do genocídio de um povo, perpetrado pela intolerância, apego ao poder e prepotência de alguns. Ele é escrito com lágrimas de quem sonhou um futuro de paz e prosperidade para o seu povo e conheceu a injustiça e a violência. Ele é um apelo do coração à reposiçao da verdade, que justifique os inocentes inutilmente sacrificados e torne possível o perdão e a concórdia."




Do ÍNDICE:

Dedicatória
NOTA PRÉVIA

I - VIOLAÇÕES DA LEI ELEITORAL E OUTRAS GRAVES
IRREGULARIDADES NO PROCESSO ELEITORAL
- Aspectos fundamentais da Lei Eleitoral
- Os protestos da UNITA
- As exigências da UNITA
- Os protestos da oposição
- Análise preliminar das irregularidades identificadas pela UNITA
- A verdade não interessava ao CNE
- Só mais tarde entendi a extensão da mentira
- A importância da 'credibilidade' da farsa
- As comissões de investigação
- O segundo documento da UNITA sobre as irregularidades
- Os relatórios provincias
Província do Bengo
Província de Luanda
Província da Huila
Província de Malange
- A comparação entre o número previsto e o efectivo de assembleias de voto
- O contraste entre o relatório do CNE e o relatório das Nações Unidas
- A Declaração da Representante da ONU
- A negação do controlo conjunto dos Acordos de Pa
- Conclusão

II - A ACEITAÇÃO DOS RESULTADOS E OS ARGUMENTOS
POLÍTICOS PARA JUSTIFICAR OS MASSACRES
- A frustração dos partidos da oposição
- O fracasso da Observação
- O 'álibi' usado em Luanda e em Lisboa
- A UNITA aceitou os resultados eleitorais
- Outros argumentos para sancionar os massacres
- A ocupação dos municípios
- O disparo de obuses de morteiro
- O golpe de Estado inventado pelo governo

III - AS NEGOCIAÇÕES BIPARTIDÁRIAS DE LUANDA:
DE 22 A 31 DE OUTUBRO DE 1992
- Os acontecimentos que antecederam as negociações
O papel da Comunicaçao social
A política de emergência
A reacção da UNITA
A declaração da parte das FALA nas FAA
O primeiro ataque ao Hotel Turismo
O encontro do Huambo: a diplomacia 'criativa' do general N'Dalu
- As negociações em Luanda de 22 a 31 de Outubro
Os primeiros dias: as condições prévias para o desanuviamento da crise
O que se sabia em Lisboa e em Luanda do golpe iminente contra a UNITA
Os 'avanços' da UNITÁRIO e a distribuição de armas às milícias populares
A esperança ressurgiu com as propostas dos dias 27 e 28 de Outubro
O dia 29: o contributo dos Observadores e da UNAVEM II
O dia 29: a 'síntese' em Luanda e o ataque no Huambo
O dia 30: o ataque simulado ao aeroporto de Luanda
A morte de seis portugueses: três no dia 30 de Outubro e três no dia 1 de Novembro
O dia 31: o diálogo entre Nandó e Salupeto
O início da destruição dos comités de bairro
O dia 31: a manifestação 'acordada' entre o governo e a UNITA
Os incidentes ocorridos na manhã do dia 31
A última reunião na CCPM: a confiança traída

IV - O GENOCIDIO DE UM POVO
- As três datas que abalaram Angola
- O início 'oficial' dos massacres em Luanda
- A 'limpeza étnica' de Novembro
- A resistência da UNITA em Luanda
O Motel
O segundo ataque ao Hotel Turismo
Secretariado-Geral
Miramar
Delegação provincial
A resistência em casas particulares e nos bairros
- As mulheres e crianças do Hotel Tivoli
- o agradecimento público do Conselho de Ministros
- A comunicação social e a descrição dos massacres
- A reacção dos observadores dos Acordos de Paz
- E as Nações Unidas?
- O apelo da Igreja Católica
Os assassínios políticos
Outra guerra, para quê?
Garantias da paz
- A carta aberta de 23 de Novembro de 1992
- A indiferença conveniente: os prisioneiros da UNITA em Luanda
- As negociações de Namibe
- A 'limpeza étnica' generalizada
- O massacre do Lubango
- Nova 'limpeza étnica' em Luanda
- O ataque ao Huambo: o recomeço da guerra
- A criação da 'nova' UNITA pelo governo
- Um 'travesti' da democracia em Luanda
- Mas os angolanos são capazes de perdão
- E de reconciliação

V - CONCLUSÃO: APELO POR ANGOLA



Preço: 37,50€;

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