segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Angola & Literatura - ‘MOMENS SEM CAMINHO’, de Castro Soromenho - Lisboa 1946 - MUITO RARO;






Angola & Literatura - Uma das obras deste escritor africano multifacetada e com vivências, trabalho e estudos em três continentes: África, América Latina e Europa. 


‘HOMENS SEM CAMINHO’ (2.a edição) 
DE Castro Soromenho 
Edição Editorial Inquérito 
Lisboa 1946 


Livro com 138 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


Da BADANA: 
“O prestígio desta obra não resulta de um exotismo fácil e devemos ficar-lhe reconhecidos por ter tratado como homens e não como animais curiosos, com a óptica particular que a sua condição impõe, mas também com constante escrúpulo de verdade psicológica, os negros heróis da sua trágica narrativa. Creio já ter dito, mas agrada-me repeti-lo, que não conheço em qualquer língua outro escritor europeu que tenha ido tão longe no conhecimento verdadeiro da humanidade africana, sem lirismo supérfluo nem erudição etnográfica, como Castro Soromenho (...)”. 
Do texto da badana da autoria de Pierre Hourcade.


SINOPSE: 
“O conflito entre Lundas e Quiocos que se desenvolve ao longo da narrativa vem sublinhar a inutilidade da resistência àquilo que parece ser o destino de cada um destes povos – o domínio, no caso dos Quiocos, e a submissão, no caso dos Lundas.

Mas, em território Lunda, o conflito é também um conflito interior, de um proscrito que regressa ao seu povo e é impotente para o salvar da ameaça dos Quiocos, e um conflito exterior, colectivo, que sublinha a decadência dos Lundas. A redução à escravatura vem confirmar essa decadência e selar a fatalidade do seu destino.

Djàlala, que tinha sido um proscrito e agora aparecia como um messias que viria salvar os Lundas, nada pode fazer contra os Quiocos nem contra o destino, que se anunciava através de pequenos sinais de mau-agoiro, de pequenas contrariedades, de pequenos feitiços com devastadoras consequências. O Djàlala do final da narrativa é uma personagem acabrunhada e dominada pelo destino, tendo perdido a personalidade que inicialmente demonstrava:

‘A história da fuga do Djàlala do chão dos Bangalas, encheu todo o sertão. Os povos desgraçados e todos os escravos contavam-na ao redor das fogueiras nas noites brancas de luar. E os deserdados, em todas as senzalas lundas além-Caluango, o amaram. Gemeram os quissanges cantando o seu belo feito. E na boca das mulheres andava a sua vida feita em canção. A sua aventura ficara na saudade e no sonho de todos os infelizes. Ninguém, fora da sua aldeia e da taba do soba Cassange, o tinha visto. As mulheres aformosearam-no com a imaginação, e os escravos envolveram-lhe a vida em mistério. E  o mistério volveu-se em lenda e a lenda em canção. Mas no Caluango, no seio da sua gente, e nos povoados vizinhos, a sua história era bem diferente. Toda a gente o olhava com olhos carregados de medo. Os escravos temiam-no, porque ele ali era sobeta, senhor com poderes de mandar chicotear os vassalos e vendê-los como escravos, e os sobas e conselheiros detestavam-no. Só as mulheres lhe queriam bem.’

Com esta obra, Castro Soromenho obteve o primeiro prémio no concurso promovido em 1942 pela Agência Geral do Ultramar.”


Preço:   0,00€; (Indisponível) 

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