sexta-feira, 28 de outubro de 2016

África & Ultramar - ‘JORNALISMO DE ANGOLA’, de Júlio Castro Lopo - Luanda 1964 - MUITO RARO;




África & Ultramar - O jornalismo e os jornalistas em Angola nos meados do século XX nesta antiga província ultramarina portuguesa 


‘JORNALISMO DE ANGOLA’ 
Subsídios para a sua história 
De Júlio Castro Lopo 
Edição CITA (Centro de Informação e Turismo de Angola) 
Luanda 1964 


Livro com 128 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.
 

SINOPSE: 
“Neste livro, Júlio de Castro Lopo, começa por dizer quais foram os apontamentos bibliográficos que consultou e as dificuldades que teve para recuperar os dados que apresenta sobre a história do jornalismo em Angola. 

Após a introdução explica o percurso vivido pelo primeiro órgão da imprensa de Angola, intitulado ‘Boletim do Governo Geral da Província de Angola’, que iniciou, a 13 de Setembro de 1845, o primeiro noticiário mundano, inseriu o primeiro anúncio comercial e o primeiro noticiário teatral. Em 3 de Julho de 1847, o título foi alterado para ‘Boletim Oficial do Governo Geral da Província de Angola’. 

A 27 de Junho de 1922, foram criadas a segunda e a terceira séries do Boletim. A primeira série era constituída pela colecção da legislação da Província, a segunda série destinada à publicação de decretos, portarias e despachos e a terceira série destinada à publicação de avisos e anúncios oficiais. O órgão passou a ser intitulado ‘Boletim Oficial de Angola’. 

Júlio de Castro Lopo divide a história do jornalismo de Angola em três períodos mais ou menos distinto. O primeiro período iniciou-se com o ‘Boletim Official’ em 13 de Setembro de 1845, merçê das providências tomadas por Pedro Alexandrino da Cunha, que poucos dias antes (6 do referido mês) havia tomado posse do cargo de governador-geral. O segundo período é marcado com o aparecimento, em Luanda, do semanário ‘A Civilização da Africa Portuguesa’, a 6 de Dezembro de 1866 e fundado por António Urbano Monteiro de Castro e Alfredo Júlio Cortês Mântua, sem embargo de também se considerarem fundadores do periódico os seguintes indíviduos: João Feliciano Pedreneira, Feliciano da Silva Oliveira, Francisco António Pinheiro Bayão e o brasileiro Francisco Pereira Dutra. O terceiro período do jornalismo angolano é iniciado em 16 de Agosto de 1923, também em Luanda, com o jornal ‘A Província de Angola’, fundado por Adolfo Pina. Os três períodos do jornalismo angolense podem designar-se assim: 
- primeiros passos do jornalismo; 
- imprensa livre; 
- jornalismo industrial e profissional. 

Os periodistas redigiam as folhas com fins diversos: como recreção literária; por expansão intelectual; ou por temperamento de escrevedores; ou por vocação, conjuntural ou verdadeira, para propaganda política; ou por partidarismo local: para defesa de interesses regionais, comerciais, agrícolas e industriais; por mercantilismo, com feição noticiosa, a favor de determinados interesses particulares; por motivos e intuitos panfletários, em que a pena ora se transformava em espada leal do combatente, ora em punhal de assaltante grosseiro e traiçoeiro. Certo é que o jornalismo episódico e de amadores foi muito importante em Angola, pelos valores mentais que nele se revelaram durante muitos anos. A tal período do jornalismo, os colonos e os povos africanos devem a Portugal serviços apreciáveis, pelas campanhas que nos periódicos se fizeram em defesa dos interesses nacionais e dos míseros negros, que, aliás, humanitárias leis portuguesas defendiam de traficantes. 

Um dos percursores da imprensa livre foi António Urbano Monteiro de Castro, mais conhecido no jornalismo, na política e no foro de Angola pelo nome abreviado de Urbano de Castro. O autor considera-o um simbolo dos jornalistas do século XIX de Luanda e que a seu entender foi um dos maiores valores intelectuais e mentais que passaram pelo jornalismo de Angola. 

O autor descreve também os três periódicos (de Luanda) do Dr.Alfredo Troni intitulados: ‘Jornal de Luanda’, Mukuarimi e Concelhos de Leste. 

O autor diz ainda que o bi-semanário ‘A Defesa de Angola’ se fundou em Luanda em 1903. Por convite do Dr. Sebastião de Magalhães Lima, foi o jornalista e publicista José de Macedo para a capital de Angola, a fim de dirigir o periódico, visto o grémio português de Luanda haver solicitado a escolha de jornalista competente para orientar tecnicamente o periódico. 

Para o efeito, foi pois José Macedo a pessoa escolhida pelo Dr. Sebastião de Magalhães Lima. Tratava-se de um jornalista com alguma prática de redacções e, além disso, já então José de Macedo se dedicava a estudos relacionados com problemas ultramarinos. 

Anteriormente à fundação do periódico, influentes políticos e do comércio de Luanda haviam publicado (20 de Dezembro de 1902) uma circular a lançar um empréstimo para angariamento de fundos destinados à aquisição de oficinas de composição e impressão, etc., para a criação de ‘A Defesa de Angola’. Para isso foram emitidos títulos de empréstimo do valor nominal de dez mil réis cada um. 

Entre os africanos que na capital da província de Angola colaboraram em periódicos de Luanda, no segundo período do jornalismo angolense, que se designa de imprensa livre, Júlio de Castro Lopo distingue João da Ressurreição Arantes Braga, José de Fontes Pereira e Pedro da Paixão Franco.
João da Ressurreição Arantes Braga era um homem de curiosidades intelectuais e que tinha um apreciável temperamento de jornalista. Morreu em Luanda, a 16 de Novembro de 1885, e foi sepultado no cemitério do Alto das Cruzes. Ainda hoje é venerada a memória de Arantes Braga, entre algumas velhas famílias africanas de Luanda. 

José de Fontes Pereira era mais culto que João da Ressurreição Arantes Braga e dominava melhor do que ele a língua portuguesa. José de Fontes Pereira é uma das mais distintas figuras do jornalismo de Luanda, entre os africanos do século XVIII. João Pereira era mestiço, natural de Luanda e morreu em Luanda de peneumonia fibrinosa, a 3 de Maio de 1891, sendo sepultado no cemitério do Alto das Cruzes (tinha 67 anos). 

Pedro da Paixão Franco era negro, natural de Luanda e tinha qualidades distintas de intelectual talentoso e cheio de entusiasmo; de pessoa moralmente corajosa e de carácter; de cidadão que se dedicava ao bem público, fazendo a apologia das normas de justiça e de bondade. Faleceu a 16 de Junho de 1911 e foi sepultado também no cemitério do Alto das Cruzes. 

O autor apresenta, no seu livro, uma resenha cronológica de órgãos da imprensa fundados no século XX, até final do ano de 1945. 

Mais à frente, Castro Lopo faz uma breve história dos periódicos já extintos ‘Voz de Angola’ e ‘A Província’ e a dois falecidos jornalistas, Júlio Lobato e Francisco Pereira Batalha. 

Quase a concluir, o autor refere-se aos jornais industriais e profissionais publicados em diversas cidades de Angola, incluindo ‘A província de Angola’ (Luanda), ‘Jornal de Benguela’, ‘O Distrito de Benguela’, ‘Notícias de Benguela’ e ‘O Intransigente’ (Benguela), ‘O Planalto’ e o ‘Voz do Planalto’ (Nova Lisboa/Huambo), ‘O Lobito’ e ‘Notícias do Lobito’ (Lobito), ‘Angola Norte’, ‘A Lunda’, ‘O Democrático’ e a ‘Era Nova’ (Melanje), o ‘Jornal de Huila’, o ‘Notícias da Huila’ (Sá da Bandeira/Lubango), ‘O Namibe’, o ‘O Sul de Angola’ e ‘Jornal de Moçâmedes’ (Moçâmedes) e finalmente o ‘Jornal do Congo’ (de Uíge). 

O último capítulo é dedicado aos leitores angolanos. Nele se inserem excertos de dois artigos publicados em Lisboa, em 1941. No primeiro, da autoria de Homem Christo, diz-se que o jornalismo deve ser um “sacerdócio moral e cívico”, “culto” e “honrado”, devendo ainda “orientar-se pelos interesses colectivos e não pelo interesse (…) dos homens políticos e das facções”. Para Homem Christo, citado por Castro Lopo, “em Portugal, o verdadeiro jornalismo nem se iniciou ainda”. No segundo artigo, da autoria de Joaquim Leitão, equipara-se o jornalismo a uma “arte literária” e considera-se a actividade como um “magnífico campo de estudos” para as ciências sociais e humanas. 

O livro encerra com uma resenha de órgãos da imprensa de Angola existentes em 31 de Dezembro de 1963.” 


ALGUMAS OBRAS DO AUTOR: 
- ‘UMA RICA DONA DE LUANDA’
- ‘EM LOUVOR DE GUERRA JUNQUEIRO E DA SUA OBRA’ 
- ‘DOIS BRASILEIROS NA CAPITAL DE ANGOLA’ 
- ‘O AMENDOIM NA ECONOMIA DE ANGOLA’ 
- ‘PARA A HISTÓRIA DO CACAU EM ANGOLA’ 



Do ÍNDICE: 

INTRODUÇÃO 
I - Apontamentos bibliográficos 
II - Dificuldades 
III - Agradecimentos e homenagens 

O PRIMEIRO ÓRGÃO DA IMPRENSA DE ANGOLA 
I - Criação da Folha oficial 
II - Oferta de uma tipografia ao Governo 
III - Primeiro noticiário mundano 
IV - Primeiro anúncio comercial 
V - Primeiro noticiário teatral 
VI - Alteração no título 
VII - Criação da 2.a série 
VIII - Publicação da folha oficial em três séries 
IX - Título actual 

PERÍODOS DO JORNALISMO E UM DOS PRECURSORES DA IMPRENSA LIVRE 
I - Períodos do jornalismo 
II - Um dos precursores da imprensa livre 

TRÊS PERIÓDICOS (DE LUANDA) DO DR. ALFREDO TRONI 
- ‘Jornal de Loanda’ 
- ‘MUKUARIMI’ 
- ‘Os Concelhos de Leste’ 

DISPERSOS DA VIDA DA IMPRENSA 
I - O primeiro almanaque publicado em Angola 
II - Um periódico fundado no ano de 1856 
III - O dr. José Cardoso Vieira de Castro, colaborador de um almanaque de Luanda 
IV - A maçonaria e algumas publicações periódicas de Luanda 
V - Resenha cronológica de publicações periódicas de Luanda, que se fundaram no século XIX 
VI - Resenha cronológica de publicações periódicas, de várias localidades da província, que se fundaram no século XIX 
VII - Resenha cronológica, por localidades, de alguns números-únicos publicados na província até ao ano de 1945 
VIII - Héli Chatelain na imprensa de Angola 
IX - Apontamentos sobre o jornalismo de Luanda do século XIX 

NOTAS SOBRE ALGUNS PERIÓDICOS (DE LUANDA) DO SÉCULO XIX 
- ‘A Civilização da África Portuguesa’ 
- ‘Boletim Official de Angola’ 
- ‘O Commercio de Loanda’ 
- ‘O Mercantil’ 
- ‘O Cruzeiro do Sul’ 
- ‘A Verdade’ 
- ‘A União Africo-Portugueza’ 
- ‘Correio de Loanda’ 

ALGUNS DOS AFRICANOS QUE SE EVIDENCIARAM NO JORNALISMO DE LUANDA 
I - João da Ressurreição Arantes Braga 
II - José de Fontes Pereira 
III - Pedro da Paixão Franco 

RESENHA CRONOLÓGICA DE ÓRGÃOS DA IMPRENSA FUNDADOS NO SÉCULO XX, ATÉ AO FINAL DO ANO DE 1945 
I - Da imprensa de Luanda 
II - Da imprensa de várias localidades da província 

DOIS EXTINTOS PERIÓDICOS DE LUANDA (DO SÉCULO XX) E DOIS JORNALISTAS JÁ FALECIDOS 
I - ‘Voz de Angola’ - Júlio Lobato 
II - ‘A Província’ - Francisco Pereira Batalha 

JORNALISMO INDUSTRIAL E PROFISSIONAL 
I - Na cidade de Luanda - Adolfo Pina 
II - Na cidade de Benguela 
III - Na cidade de Nova Lisboa (Huambo) 
IV - Na cidade do Lobito 
V - Na cidade de Malange 
VI - Na cidade de Sá da Bandeira (Lubango) 
VII - Na cidade de Moçâmedes 
VIII - Na cidade de Carmona (Uíge) 

CONSIDERAÇÕES SOBRE JORNALISMO, À MARGEM DESTA MONOGRAFIA 
I - Aos leitores da imprensa de Angola 
II - Algumas notas sobre dois intelectuais 
III - De um artigo de Homem Christo 
IV - De um artigo de Joaquim Leitão 

RESENHA DE ÓRGÃOS DE IMPRENSA DE ANGOLA EXISTENTES EM 31.12.1963 
Título da publicação - Localidade e data da fundação - Nótula 


Preço: 67,50€; 

Sem comentários:

Enviar um comentário

APÓS A SUA MENSAGEM INDIQUE O SEU E-MAIL E CONTACTO TELEFÓNICO
After your message, please leave your e-mail address or other contact.