Portugal & Estado Novo - O relato das lutas estudantis em Coimbra, nos finais da década de sessenta, contra o regime e que levou à incorporação militar forçada dos dirigentes para a guerra colonial, por um dos seu principais elementos
‘COIMBRA, 1969’
A crise académica, o debate das ideias e a prática, ontem e hoje
De Celso Cruzeiro
Edição Afrontamento
Porto 1989
Livro com 268 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
Raro.
O Autor:
“CELSO CRUZEIRO nasceu em Cajadães, S. Vicente de Lafões, em 1945. É licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, cidade onde viveu de 1963 a 1969, na República ‘Palácio da Loucura’.
No ano de 1966/67 pertenceu ao Secretariado do Conselho de Repúblicas e no ano seguinte fez parte da Comissão Pró-Eleições. Em 1969 foi eleito para a Direcção-Geral da Associação Académica da Universidade de Coimbra, sendo então o responsável pelo pelouro cultural. Colaborou no jornal ‘O Badalo’ e nas revistas ‘Vértice’ e ‘Capa e Batina’.
Integrou o MFA na Guiné e, em 1975, no I Congresso do Movimento de Esquerda Socialista foi eleito para a Comissão Política daquele partido, no qual militou até à sua extinção.
Em 1980 publicou um livro de poesia, ‘Afluentes de Abril’ (Centelha, Coimbra).
Exerce advocacia em Aveiro, onde foi fundador e primeiro presidente da direcção da Cooperativa de Cinema ‘Grande Plano’.“
Da Badana:
“O combate e a desta que envolveram a luta não se puderam resumir num acto, antes constituíram um processo, rico e multifacetado, longe de se poder definir ou compartimentar ideologicamente, mesmo à chegada. Ele representou claramente a expressão própria de um grande movimento, contraditório no âmago das forças que o integraram globalmente, mas dirigido por correntes marxistas críticas e inovadoras, fora dos cânones clássicos do modelo de desenvolvimento tradicional do movimento associativo. E revelou, a espaços, a novidade de muitos aspectos da luta da juventude europeia contra a ideologia produtivista e desumanizante das denominadas sociedades industriais do ocidente e do leste europeu. Aflorou aspectos claros de mutação radical de gestão do espaço das nossas vidas, da ocupação do quotidiano e do significado da condição estudantil. Por isso a raiz cultural assumia tão grande importância no desabrochar dos novos caminhos. Mas todo o seu percurso foi espontaneamente ‘regulamentado’ pelas especiais condições que caracterizavam a vida universitária na cidade e pelos parâmetros que balizavam as metas políticas da luta contra o fascismo e contra a guerra.“
Do ÍNDICE:
I. - INTRODUÇÃO
II. - ONDE TUDO COMEÇAVA
III. - O FURACÃO IDEOLÓGICO DA DÉCADA DE SESSENTA
- O XX Congresso do PCUS
- O conflito sino-soviético
- A guerra do Vietname
- A revolução cultural chinesa
- António Gramsci e o marxismo moderno
- Cultural e ideologia
- A invasão da Checoslováquia
- Maio de 68 em França
IV. - AS GRANDES TRANSFORMAÇÕES ECONÓMICAS DA DÉCADA DE 60 EM PORTUGAL
- O salazarismo e o processo de acumulação do capital
- Pequena burguesia e fascismo
- A integração económica europeia e a guerra colonial
- A ‘primavera’ marcelista
- O socialismo no horizonte
V. - COIMBRA À ENTRADA DA 2.a METADE DA DÉCADA DE 60
- Uma cidade de estudantes
- Vanguarda e enraizamento
- Os organismos autónomos e o Conselho da República
- ‘O Bordalo’, a imprensa estudantil da resistência
- A Comissão Pró-Eleições
VI. - UMA NOVA ESTRATÉGIA ESTUDANTIL
- A função da Universidade
- Quelle Université? Quelle Société?
- Reforma e revolução
- Universidade crítica e crítica da Universidade
- Política reivindicativa de tipo novo
- Uma nova visão sobre o sindicalismo estudantil
VII. - OS PRIMEIROS AFLORAMENTOS DO NOVO CAMINHO
- A tomada da Bastilha de 1968
- A vitória eleitoral de 1969
- Limites e impasses da nova estratégia estudantil
- O PCP na encruzilhada
- As tarefas adiadas
VIII. - O 17 DE ABRIL
- Antecedentes imediatos
- A inauguração do edifício das Matemáticas
- A política no posto de comando
- Como tudo se passou
- A ocupação das Faculdades
- Um ministro no pequeno ecran
- Luto a todo o terreno - o cancelamento da Queima das Fitas
IX. - A GREVE AOS EXAMES
- A ocupação policial da Universidade
- A Polícia Judiciária na frente repressiva
- O Final da Taça de Portugal
- O regime na ofensiva - a AAC encerrada
- A luta está na rua
- Incorporação militar excepcional
X. - ASPECTOS POLÍTICOS FUNDAMENTAIS DA DIRECÇÃO DA LUTA
- Uma linha de massas
- Centralização e democracia
XI. - NOS QUARTÉIS DA METRÓPOLE
- A experiência de Vendas Novas
- Modificações na retaguarda
- A ida ao Presidente da República
XII. - A GUERRA COLONIAL EM ÁFRICA
- No seio do exército colonial de ocupação
- O MFA, o 16 de Março e o 25 de Abril
- MAPOS - a marcha para a paz
XIII. - DE ONTEM ATÉ HOJE
- Novidades e velharias
- Maio português, mas Maio
- A crise do marxismo
- Carácter criticista da filosofia marxista
- Prática e realidade
- Os caminhos de hoje
- Os sintomas da mudança
- Não há futuro
ANEXOS
Bibliografia referenciada
Preço: 32,50€;
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