quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Ultramar & Colonialismo - ‘PORTUGAL E A ESCRAVATURA EM ÁFRICA’, de Pedro Ramos de Almeida - Lisboa 1978 - MUITO RARO;






Ultramar & Colonialismo - Uma obra que revela como e quando a escravatura funcionou nos territórios que fizeram parte do Império colonial português e o papel do país ao longos dos séculos 


‘PORTUGAL E A ESCRAVATURA EM ÁFRICA’ 
Cronologia - Do séc. XV ao séc. XX 
De Pedro Ramos de Almeida 
Edição Editorial Estampa 
Lisboa 1978 


Livro com 152 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


Da contracapa: 
“Na escravatura praticada durante perto de seis séculos por Portugal foram envolvidos milhões de homens e mulheres e de crianças africanas. Milhões e milhões de africanos foram mortos no acto de captura ou pereceram na travessia do atlântico, quando da sua exportação para a América. Depois, na sua maioria, os que conseguiram sobreviver ao seu aprisionamento e às infernais condições de transporte, apenas duraram, em média, cinco anos de vida, cinco anos de desmedidos tormentos, às mãos da opressão dos seus senhores. 

Sob o impulso das diversas classes que sucessivamente dominaram Portugal, a escravatura saqueou ferozmente a África: cativou negros e mouros; fustigou a América e fez multiplicar nela a escravatura; foi reexperimentada, mas em vão, na Índia, na China e no Japão; foi domesticamente utilizada em Portugal (designadamente em Lisboa - onde no século XVI a percentagem de escravos chega a ser orçada em 20% da população - No Alentejo e no Algarve). 

A reintrodução ou o ressurgimento da escravatura em África, a partir do século XV, pôs termo ao desenvolvimento de inúmeras organizações sociais africanas que historicamente já tinham atingido uma fase feudal; corrompeu largos sectores das suas populações, designadamente agrícolas e comerciais; atrasou a formação de grandes comunidades nacionais, o surto e crescimento de Estados africanos; retardou o progresso das forças produtivas de África; desbaratou e reduziu a população deste continente (antes do avanço deste processo esclavagista, no século XV, a Europa e a África tinham populações semelhantes: cada uma delas orçava pelos 100 milhões de habitantes); fez, enfim, da África, o continente das matérias-primas e do trabalho forçado, dos diamantes transparentes e negros, a pátria da rapina e da escravatura.“ 


O AUTOR: 
“PEDRO RAMOS DE ALMEIDA 
Um lutador antifascista, escritor e professor
    
Pedro Ramos de Almeida, falecido hoje, destacou-se na luta contra o fascismo, foi dirigente do PCP e viveu no exílio em Argel, onde pertencia à Frente Patriótica de Libertação Nacional e dirigiu a rádio Voz da Liberdade.

Nascido em Lisboa a 23 de março de 1932, Ramos de Almeida licenciou-se em direito, foi político, escritor e professor.

Desde os 18 anos que era membro do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil), tendo sido preso em 1954, torturado e sujeito à tortura do sono, e condenado a quatro anos de prisão.

O longo julgamento dos 55 membros da Comissão Central do MUD Juvenil, entre os quais o futuro presidente de Angola Agostinho Neto, envolveu dezenas de advogados e decorreu no Tribunal Plenário do Porto entre 1955 e 1957.

Enquanto estudante de Direito foi um dos líderes da luta dos estudantes das três academias (Lisboa, Porto e Coimbra), em 1960, contra o célebre decreto-lei n.º 40900, aprovado pelo Governo em 1956, que visava controlar a atividade das associações de estudantes.

Na iminência de nova prisão, Ramos de Almeida foi para Paris, como quadro clandestino do Partido Comunista Português.

Em 1962, como dirigente do PCP esteve em Praga (antiga Checoslováquia), onde representou o partido junto de revistas internacionais dos Partidos Comunistas.

A partir de 1964, viveu cinco anos em Argel, onde, como membro do Comité Central do PCP, tinha assento na Junta Revolucionária Portuguesa, órgão dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional.

Foi ainda responsável pela rádio Voz da Liberdade, que emitia para Lisboa através de Argel.

Entre 1969 e 1971 viveu na clandestinidade em Portugal, onde foi responsável pelo setor intelectual de Lisboa.

Nos finais de 1971, regressou a Portugal, após o seu padrasto e advogado, Fernando Abranches Ferrão, ter tido a garantia de não haver processos contra ele, tendo começado a militar de imediato na CDE, organização da oposição que integrava comunistas e outros antifascistas.

Quando aconteceu a revolução do 25 de Abril, em 1974, Pedro Ramos de Almeida era dirigente do Movimento Democrático Português - Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE).

Além de ter realizado inúmeros artigos para rádio, jornais e revistas, escreveu vários livros, entre os quais ‘SALAZAR, Biografia da Ditadura’, ‘O ASSASSÍNIO DO GENERAL HUMBERTO DELGADO - A Armadilha Política’ e ‘PORTUGAL E A ESCRAVATURA EM ÁFRICA’. 

Pedro Ramos de Almeida, que morreu hoje aos 80 anos em Lisboa, vítima de insuficiência respiratória, encontrava-se a escrever um livro sobre a história do MUD Juvenil.” 



Do ÍNDICE: 

INTRODUÇÃO 
CRONOLOGIA 
Bibliografia 


Preço: 27,50€; 

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