quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Angola & Ultramar - “CABINDA - A longa noite dos tempos’, de Mário Pinto - Coimbra 1997 - MUITO RARO;




Angola & Ultramar - A história da ligação dos reinos de Cabinda com Portugal e a assinatura dos diversos acordos que colocaram o território sob protectorado 


‘CABINDA - A longa noite dos tempos’ 
De Mário Pinto 
Edição Artilharia & Realizações 
Coimbra 1997 


Livro com 36 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


SINOPSE: 
“Segundo Mário Pinto, em ‘CABINDA - A longa noite dos tempos’, António Thiaba da Costa havia sido nomeado, em 27 de Fevereiro de 1884, Capitão de 2ª Linha da Província, pelo Governo-geral de Angola e em 6 de Setembro desse mesmo ano, chefe da Estação Civilizadora de Massabi, chegando a ter sob o seu comando um destacamento de tropas regulares. Visitei o marco histórico do Tratado de Chinfuma, que ocorreu em 29 de Setembro de 1883 e que foi, entre outros, assinado por António Thiaba da Costa. De acordo com o Boletim Oficial de Angola, nº 42-1833, pág. 733-734, reza o seguinte daquele Tratado:
“Aos 29 dias do mês de Setembro do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1883, no morro de Chinfuma, em Lândana, na costa ocidental de África, achando-se reunidos como representantes por parte do governo português o capitão-tenente da armada Guilherme Augusto de Brito Capelo, comandante da corveta Rainha de Portugal, e pela dos povos que habitam os territórios de ambas as margens do rio Kakongo, os Príncipes e mais Cavalheiros, actuais Chefes e governadores dos mesmos povos, que por todos presentes foram reconhecidos como sendo os próprios, juntamente com os negociantes portugueses e estrangeiros, donos das casas comerciais estabelecidas em Lândana, Chiloango, e margens do citado rio, os quais se prestaram a assistir a esta reunião como testemunhas dos actos que nela se praticassem, estando também presentes o commender Robert F. Hammick da canhoneira inglesa Flirt, e o gerente da casa Hatton & Cookson, R. E. Demet, foi pelo referido comandante declarado que tendo alguns chefes manifestado desejos de pedirem a protecção de Portugal, sob cuja soberania queriam ficar, por ser a nação com a qual mantinham mais e constantes relações, tanto comerciais como de hábitos e linguagem, desde que europeus haviam pisado território de África para o sul do Equador, ele comandante vinha agora munido de plenos poderes que lhe tinham sido conferidos pelo governo de Sua Majestade EI-Rei de Portugal, a fim de fazer um tratado que, depois de assinado e aprovado por ambas as partes contratantes, estabelecesse as futuras relações entre Portugal e os países governados pelos chefes que assinassem.
E tendo os Príncipes e mais Cavalheiros formalmente declarado que queriam firmar com a sua assinatura um documento pelo qual ficasse bem autenticado o protectorado e soberania de Portugal sobre todos os territórios que se estendem do rio Massabe (Luiza Loango das cartas inglesas) até Malembo, se discutiram e aprovaram onze artigos de um tratado que depois de lido e explicado em boa e devida forma, tanto em português como em língua do país, foi por todos assinado (com o sinal de cruz, por não saberem escrever).// E para que de futuro ficassem bem autenticadas as resoluções tomadas nesta solene reunião, se lavrou esta acta, que vai por todos assinada, ficando junto ao tratado, do qual se tiraram cópias devidamente certificadas e seladas com o selo usado nos documentos oficiais da corveta Rainha de Portugal, e entregues aos principais Chefes, Tali-e-Tali, Príncipe Regente do Reino de Kakongo, Mancoche, Rei do Encoche Luango, António Tiaba da Costa, governador do Massabe, digo António Tiaba da Costa, Regente do Reino de Chinchôcho, representando a Rainha Samano; Mangoal, Príncipe Regente do Mambuco Manipolo; António Tiaba da Costa, governador de Massabe, representantes de chefes dali, que receberam também a bandeira portuguesa para a mandarem içar nas suas povoações e nos locais que fossem cedidos ao governo português, a fim de a conservarem e defenderem como símbolo representativo da soberania e protectorado de Portugal sobre os territórios por eles governados. Morro do Chinfuma, 29 de Setembro de 1883.// Guilherme Augusto de Brito Capelo, comandante da corveta Rainha de Portugal. Sinal do Príncipe Tali-e-Tali. - Sinal do Príncipe Mancoche. - A. Tiaba da Costa. - Sinal do Príncipe Mambuco. -Sinal de Matanga do Tenda. - Cristiano Frederico Krusse Gomes, 1.' tenente da armada. - Aquiles de Almeida Navarro, facultativo naval de 1.8 classe. João Rodrigues Leitão Sobrinho, negociante em Lândana. - William Rattray, Chiloango. Pedro Berquó, guarda-marinha. - Fidel del Valle. - António Nunes Serra e Moura, oficial de fazenda da armada”. 

Outro Tratado semelhante, ainda segundo Mário Pinto no mesmo livro, foi também assinado em Chicamba, em 20 de Dezembro de 1884, por José Emílio dos Santos Silva, António Thiaba da Costa e José António da Conceição e pelos nobres que representavam os territórios de Boamongo, Guamongo, Chicambo, N'Geba e N'Cula. 

À época, estavam em jogo delimitações fronteiriças, pela ocupação dos espaços vitais, que, na sequência da “Questão do Ambriz”, se chegou à “Questão do Zaire”, onde Portugal, França, Inglaterra e, mais tarde, a Bélgica, evidenciaram interesses coloniais pelo actual Enclave de Cabinda. Estava também em jogo “o mercado de escravos que os britânicos tinham abolido em todo o seu império, oficialmente em 1834, mas que permitiam e protegiam que os seus negreiros persistissem nos territórios de terceiros ou não efectivamente ocupados, como seria no caso dos territórios portugueses”. Entretanto, os representantes portugueses na região foram estabelecendo acordos com os régulos e príncipes locais, ainda antes do reino de Portugal estar totalmente inteirado destas disputas. Só mais tarde foram aproveitadas, no decurso da Partilha de África na Conferência de Berlim (1884-1885). 

Ainda de acordo com Mário Pinto, o falecimento de António Thiaba da Costa ocorreu em 28 de Agosto de 1913 e o neto de Thiaba e Piula decidiu, em breve, regressar a Mandarim com mais familiares, também interessados em edificar a sua árvore genealógica.”


Preço:   0,00€; (Indisponível) 

Sem comentários:

Enviar um comentário

APÓS A SUA MENSAGEM INDIQUE O SEU E-MAIL E CONTACTO TELEFÓNICO
After your message, please leave your e-mail address or other contact.