quarta-feira, 23 de abril de 2025

Portugal & PREC - ‘MEU PAÍS DE SI INIMIGO’, de Armor Pires Mota - Lisboa 1976 - Raro;






Portugal & PREC - O autor reuniu as suas crónicas editadas no PREC e sobre precisamente esse período, onde não poupa os principais personagens civis e militares, de forma sarcástica e crítica pelos respectivos desempenhos 


‘MEU PAÍS DE SI INIMIGO’ 
(Crónicas de Portugal Morrendo) 
De Armor Pires Mota 
Edição do Autor 
Lisboa 1976 


Livro com 192 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
Raro.


Da contracapa:
“Embora não pertença a essa coisa de duvidosa intelectualidade, que alguns, pavoneando-se, chamam de muti, tenho o direitos escrever, gritar, fazer um plenário das minhas forças, porque não sendo mudo, sou maior e vacinado e livre, nasci numa terra que ainda se chama Portugal, penso e escrevo português, falo a língua materna. 
Juro, porém, que não me considero um revolucionário de faca e alguidar, porque se estive nas intentonas, inventonas, golpes e contragolpes, foi na trincheira do povo e nunca dentro de algum coldre fogoso, oferecido por qualquer capitão Fernandes; porque de irá em irá, não arranquei, com a foice, para essa Reforma Agrária que não pariu mais um coelho. 
Juro quebrou mesmo Filho do Povo, que, como eu, enoja os sapos, cospe nas salamandras a cata, a dedo, os piolhos dos cravos vermelhos e marca, ainda, as horas exactas da caça às toupeiras. 
E juro que, lembrado dos espantalhos, dos trigais, a quem o meu pai emprestava, de mau grado, os farrapos das calças e camisas, ou a pele rota e suja de algum casaco, detesto os palhaços e o circo, terrivelmente reais neste País real que é o nosso. 
E juro, pelo Santo Condestável, que, ainda que contra a vontade de muitos, quero ser apenas uma coisa: Português de Portugal, Filho do Povo e dá Liberdade.“ 


Da Crónica, ‘ESCANDALIZA-O, MAJOR?’, de 13.12.1975: 
“(…)
E o mais espantoso, major, é que, desta feita, o MÊS não tenha berrado: - enforquem-se; e a UDP: fuzilem-nos. 
E o mais espantoso, major, é que, desta feita, o PCP não tenha arrancado todas as pedras da calçada de Carriche para, aos urras, quebrar as costas dos contra-revolucionários. 
(…) 
E o mais espantoso é que não tenha desdobrado de qualquer esquina, com um archote na mão direita e um chuço de metro na mão esquerda, Luso Soares.
E o mais espantoso, major, é que a TV acabou por não dar em directo como das outras vezes (pela primeira vez, nestes casos não conseguiu chegar a Tempo?). 
E o mais espantoso, major, é não tenha surgido José Viana, com meia dúzia de anedotas na boca e meia dúzia de tabletes de coco, a reactivar a malta, a mobilizado os revolucionários, pois então. 
25 de Novembro foi, efectivamente, a nova tropa de Rolando.
25 de Novembro foi, forçosamente, o rasgo indispensável, de novo, a porta aberta à democracia. 
Mas será o fim da chantagem dos intelectuais pseudo revolucionários? 
E, afinal, quem ganhou, quem perdeu neste jogo perigoso? 
O grande herói, pese isso ao PS, não foi Mário Soares de novo fato listrado e gravata moderadamente berrante nem Salgado Zenha, sobraçando sobre o caos que o país é, sobre o cinto que nos vai afivelar para equilíbrio da balança, qualquer plano económico de emergência. Nem mesmo Sá Carneiro. E, então, Jaime Neves, quase Condestável, nas armas e no brio de ser português, deste reino cada vez mais palmo e meio ? 
E, então, Salgueiro Maia, quase Montegomery, de boina camponesa? 
E, então Rio Maior ? 
Ah, Rio Maior. 
(…) 


OBRAS DO AUTOR: 
POESIA
- ‘Cidade Perdida’, edição de autor, 1961;
- ‘Baga-Baga’, Editora Pax, prémio Camilo Pessanha, 1968;
- ‘O tempo em que se mata o mesmo em que se morre’, Editora Pax, 1974;
- ‘Impossível um pássaro’, Editora Pax, 1979;
- ‘De Abril os Frutos’, Paisagem Editora, 1985;
- ‘Terra Ferida’, 1999;
- ‘Tristes Pássaros de Babilónia’, 2003;
- ‘No coração da Memória’, 2011;
- ‘Poesia Resgatada’, 2015; 
CRÓNICA
- ‘Tarrafo, Diário de um Soldado’, (apreendido pela PIDE), 1965; 2.a edição, Edi. Palimage, 2001;
- ‘Guiné Sol e Sangue, contos e narrativas’, Editora Pax, 1968;
- ‘Préstimo a Caminho de Lisboa ou as arbitrariedades dos Serviços Florestais’, Crónicas, 1971;
- ‘Meu País de si inimigo’, Maio 1976; 
FICÇÃO
- ‘Cabo Donato, Pastor de Raparigas’, Contos, Estante Editora, 1991; 
- ‘Estanha Noiva de Guerra’, Romance, Editora Estante, 1995; 2ª edição, Âncora Editora, 2010; 
- ‘O Vendedor de Tapetes’,  Contos, Editora Preia-ma, 2001; 
- ‘As vinhas da Memória’, Contos, Editora Roble Azul, 2005;
- ‘A Cubana que dançava Flamenco’, Romance, Editora Imagens & Letras, 2008;
- ‘A Parteira de Deus e Outros Contos de Natal’, 2015.
MONOGRAFIA
- ‘Oiã, Terras e Gentes’, edição da AJEB, 1991; 2ª edição,  2012), 1993;
- ‘Chão de Memórias Usos e Costumes’, 1996;
- ‘Em Busca da História Perdida’, 1997;
- ‘Jornal da Bairrada – Meio Século ao Serviço da Região’, 2001;
- ‘Oliveira do Bairro – Santa Casa Vida e Obra’, 1999;
- ‘Falcões do Cértima nas Asas da Memória’, 2001;
- ‘Alma e Memória’, 2002; 2ª edição, 2015;
- ‘Bombeiros voluntários de Vagos’, 2003;
- ‘Histórias de Artesãos’, 2004;
- ‘Troviscal – Visão histórico-cultural’, 2005;
- ‘Igreja de Oiã no Altar da Memória’, 2008;
- ‘Centro Social de Oiã – 50 Anos de História’, 2008;
- ‘Avelãs de Cima – O lado da História’, 2009;
- ‘Fermentelos – Povo e Memória’, 2011;
- ‘Fermentelos – Artes e Costumes’, 2012;
- ‘Grupo Coral de Oiã’, 2016;
- ‘Da Filarmónica Oliveirense ao Conservatório de Artes’, 2019.
- Misericórdia de Oliveira do Bairro’, 1920-2020, 2021.
MEMÓRIAS
- ‘Autópsia de um livro proibido’, 2015;
- ‘Escrita entre flor e fogo’, 2016;
- ‘Terra Amada – Factos & Afectos’, fora de circulação, 2016;
- ‘Marés Vivas ao anoitecer’, 2017;
- ‘Motas com origem na Pedreira’, 2017. 
BIOGRAFIAS
- ‘Almeida Roque – Comendador do Povo’, 2008;
- ‘Amaro Neves – Cidadão Aveirense’, Historiador, 2019.
OPÚSCULOS
- ‘Carta ao Sr. Álvaro Cunhal, Março 1976; 
- ‘As. Desp. de Oiã – a Grande Força do Querer’, 2005.



Do ÍNDICE: 

1. - Proclamação da Esperança 
2. - Bom dia, tristeza 
3. - Os Archeiros de Neptuno 
4. - Herói com estátua à vista 
5. - Liberdade ferida aberta 
6. - É urgentíssimo ganhar o país 
7. - Lavra a palavra o Povo 
8. - Responder ao País de mãos nos bolsos 
9. - Os pêssegos e as vacas do Sr. Garrett 
10. - Vão destruir a minha aldeia ? 
11. - Que pele vale mais ? 
12. - De joelhos ou de cócoras 
13. - Quem mais boicota ? 
14. - A tragédia, que é nossa 
15. - Maria de Angola, a Retornada 
16. - Meu País está a arder 
17. - Como se toda a África 
18. - Socialismo snob, barco-à-vela 
19. - E, agora, Senhores Generais 
20. - Os Portugueses na guerra das bananas 
21. - Senhores: Que vão fazer das nossas cabeças ? 
22. - Escandalizo-o, Major ? 
23. - Não brindo com V. Ex.a 
24. - Carta Aberta a Salgado Zenha 
25. - Otelo: Poemas de Caserna 
26. - Viva o Rosa, viva o Coutinho 
27. - Carta Aberta ao Sr. Álvaro Cunhal 
28. - Recado para o Sr. Melo Antunes 
29. - O meu filho e as dez pragas do Egito 
30. - Portugueses ou chusma de ratos 
31. - Voto por uma Pátria de sol e trigo 
32. - O pucarinho de barro do Sr. Mário Soares 


Preço: 25,00€; 

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