quinta-feira, 15 de março de 2012

África & Independências - 'AUTOBIOGRAFIA - QUINZE MESES DE GOVERNO DO CONGO', de Moisés Tshombé - Lisboa 1969 - MUITO RARO;








África & Independências - Uma obra que constitui a autobiografia do autor, um político polémico do Congo - Zaire e da falhada secessão do Katanga 


'AUTOBIOGRAFIA - QUINZE MESES DE GOVERNO DO CONGO'
De Moisés Tshombé
Edição Galeria Panorama
Lisboa 1969


Livro com 144 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização.
MUITO RARO.


O autor, líder do estado do Katanga, no ex-Congo belga, edita aqui a sua autobiografia sobre o tempo que esteve na liderança das forças rebeldes que pretendiam a separação do governo central de Kinshasa.

Documento interessante e histórico sobre as convulsões e guerras na África central no início da década de sessenta.


Da contracapa: 
“Em Julho de 1964 a rebelião assola o Congo. Nada parece ser capaz de a deter.
Moisés Tshombé, convidado a voltar ‘para tentar qualquer coisa’, quer restabelecer a ordem, a economia, o prestígio do Congo. Meses depois o essencial está salvo, mas as divisões regressam. O homem sente a ambição do poder. O primeiro-ministro cai.
A destituição de Tshombé, proclamada ilegalmente em Outubro de 1965 por Kasavubu era a última página dos seus ‘QUINZE MESES DE GOVERNO DO CONGO’.“ 


Da badana: 
“- ‘Tenho a política a correr nas veias. Nasci em Musumba e a minha família sempre se dedicou à política. Estamos ligados ao rei Mwata Yanvo, já falecido. O actual rei da Lunda é Mushidi, meu tio materno e pai da minha mulher Louise.’ 

Apesar de filho de um rico exportador, Tshombé é por força das circunstâncias um ‘self-made-man’. Após deixar a escola metodista americana de Kamina, e perante a recusa belga à frequência de uma das suas universidades, começou a estudar Direito e Comércio por correspondência e diplomou-se aos 20 anos. Casou a seguir com sua mulher Louise de quem teve quatro filhas e quatro filhos. 
Em 1951 Tshombé seguia os passos de seu pai tornando-se membro do Conselho Provincial do Katanga. Em 1956 já dirigia várias associações de camponeses e da classe média africana, com quem formou o seu partido em 1958, o ‘CONAKAT’. 

- ‘Com enormes capitais investidos na construção civil, de acordo com a Lei belga, não tínhamos direito ao solo. Os terrenos onde fazíamos construir os edifícios pertenciam ao Estado Belga.
Apesar do nosso alto padrão de vida, estava-nos interdita - porque éramos negros - a construção civil nas cidades. Nem nos concediam crédito bancário, segundo a Lei. Apenas nos era reconhecido um direito: trabalhar.’ 

Feito presidente do Katanga, declara a secessão e vai desafiar a ONU, para abandonar o Congo por fim, três anos depois. Entretanto, já exibia com orgulho a ‘Ordem de Leopoldo’ concedida pelo Rei Balduino, ‘devido às medidas que mandou tomar para obstar aos excessos de justiça da população contra os belgas’ aquando da independência em Junho de 1960. 
Responsável pela secessão Katanguesa (modelo do actual Biafra ?) pois era preciso ‘salvar a província mais rica do Congo, do caos a que o país chegará’, contra o Exército Nacional Congolês e os ‘capacetes azuis’, ele tê-lo-à sido (?) também pelo assassínio do grande unificador e verdadeiro africano: Patrice Lumumba ! Donde o seu exílio e fuga. 
A 30 de Junho de 1967 era raptado e levado para Argel. Dias antes, depois da notícia da sua condenação à morte (à revelia) pelo governo de Kinshasa, estiveram em alegre e pública confraternização com um grupo de altos financeiros belgas, entre os quais Paul Henri Spaak, que fizeram um empréstimo do seu Movimento. 
Segundo o ‘Daily Sketch’, a sua troca estava assente entre Argel e Mobutu pela quantia de um milhão e oitocentos mil dólares. O assassínio de Pierre Mulele - amnistiado, autorizado a regressar a Kinshasa e subitamente executado no dia seguinte à sua chegada - comprometeu definitivamente a sua entrega. 
A 29 de Junho de 1969 a autópsia confirmou a sua morte natural por deficiência cardíaca. Com isto termina o embaraço diplomático argelino é uma questão difícil da OUA (Organização de Unidade Africana), ora dirigida por Boumediene. 
Tshombé vai falar-vos das suas perspectivas para o seu Congo.



Do ÍNDICE: 

PREFÁCIO 
Nota 

I. - O regresso a Léopoldville e a formação do Governo 
II. - A luta contra a rebelião 
III. - A acção diplomática 
IV. - O regulamento do contencioso belgo-congolês 
V. - A economia e a política financeira 
VI. - A reconstrução política e o presidente Kasavubu 
VII. - Na oposição 

EPÍLOGO 


Preço: €37,50.

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