Portugal & Guerra do Ultramar - ‘A MINHA GUERRA COLONIAL E OUTRAS MEMÓRIAS (Moçambique 1970/72)’, de Diamantino Monteiro Marques - Lisboa 2022;

Portugal & Guerra do Ultramar - Nesta obra, construída como um diário, o autor relata a sua experiência enquanto militar e da sua companhia no conflito registado em Moçambique, então uma província ultramarina portuguesa, entre os anos de 1970/72

‘A MINHA GUERRA COLONIAL E OUTRAS MEMÓRIAS (Moçambique 1970/72)’ 

De Diamantino Monteiro Marques 

Edição Chiado Books 

Lisboa 2022 

Livro com 444 páginas, muito ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente. 

Da contracapa: 

“O ar, por momentos, deixara de ser, apenas, um misto de oxigénio e azoto, com predomínio deste, era algo que me inundava a boca e as narinas. Magicamente, conduzia-me a um invulgar bem-estar, onde a eventual protecção da G3 fora substituída pelo hercúleo enleio dos frágeis e delicados braços da minha querida mãe. Milhares de pés de capim, muito alto e ondulante, acolhiam no topo dos seus caules outros tantos ninhos de pequenos passarinhos madrugadores, empenhados em encher o papo. O coro de tantos eles, aos milhares, o fresco odor da mata a acordar e as flores, muitas fortes, tornavam paradisíaco aquele sítio! E dei comigo a pensar: ‘Como é possível, num lugar tão encantador, tão mágico, admitir, sequer, a eventualidade de uma qualquer emboscada ou flagelação?!’.” 

“De novo, aquele maldito fragor de tantas armas a disparar em simultâneo, à frente, atrás, ao lado! Em tais circunstâncias, centenas de projécteis esquadrinham os ares em todas as direcções, ser ou não ser atingido por um deles é, também, uma questão de sorte. Ninguém está distraído. Todos se colam ao chão. Estar de pé, pode ser o passaporte para aquela ‘viagem’ que queremos evitar. Ouvem-se berros de um e de outro lado. Um inferno, sem dúvida!” 

Das memórias do autor: 

“E a todos os outros, nas três colónias em conflito? O que se passaria com os sessenta e tal elementos do nosso G.E. 201 e com os demais grupos, espalhados por esses territórios, agora independentes? Gente a quem a tanto devemos, gente pobre, simples, da terra, que as circunstâncias levaram a escolher o nosso lado para estar.

Do G.E. 201, constou-me que os seus elementos, depois de desarmados, a pretexto de frequentarem um curso de reeducação, foram conduzidos em viaturas até ao local onde, supostamente, seriam instruídos por quadros da FRELIMO. Cada um levou a sua pá. Terão sido todos abatidos. Bem, não será difícil perceber o papel da pá nesta história! Um fim tão injusto!“ 

O Autor: 

“DIAMANTINO MONTEIRO MARQUES 

Professor de Ciências Físico Químicas, aposentado, nasceu em Dezembro de 1947 na freguesia de Pampilhosa do Botão, concelho da Mealhada, a ‘terra dos leitões’. 

Estudou em Coimbra, no Liceu normal D. João III, para onde se deslocava diariamente de comboio. Terminou o ensino secundário no Liceu Central de Afonso de Albuquerque, na cidade da Guarda, donde partiu para prestar serviço militar obrigatório. Cerca de trinta e nove meses volvidos, passou à disponibilidade, depois de ter cumprido uma comissão militar, por imposição, em Moçambique, como alferes miliciano. 

Durante onze anos pertenceu aos quadros da refinaria Petrogal, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Nesse período, concluiu o curso de Engenharia Química no ISEP, como trabalhador Estudante.

Em Outubro de 1984, na Escola Secundária de Pombal, iniciou a carreira de docente como professora de Ciências Física-Químicas. Seis anos depois, tornou-se professor efectivo na Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, em Gândara dos Olivais, Leiria. No Instituto Politécnico de Leiria, concluiu a licenciatura em Comunicação Educacional e Gestão de Informação.

Das etapas mais marcantes do seu percurso militar, das motivações que o levaram a redigir e divulgar este roteiro de memórias, o autor dá conta na rubrica ‘de mim e da narrativa’, que prefacia este despretensioso trabalho tingido de emoções.“ 

Do ÍNDICE: 

ABERTURA 

…de mim e da narrativa…

Diamantino Monteiro Marques 

Dedicatória 

- Lisboa, 4 de Agosto de 1970 

- A 400 km da Costa africana, entre as Canárias e Cabo Verde, 8 de Agosto de 1970 

- Próximo de Cabo Verde, 9 de Agosto de 1970 

- Muito ao largo da Guiné, 10 de Agosto de 1970 

- O Equador ficou para trás, 13 de Agosto de 1970 

- A bordo, a dois dias de Luanda, 14 de Agosto de 1970 

- A alguns quilómetros da costa sul-africana, 18 de Agosto de 1970 

- Amanhã contornaremos o Cabo da Boa Esperança, 20 de Agosto de 1970 

- Lourenço Marques, 24 de Agosto de 1970 

- Beira, 27 de Agosto de 1970 

- Nacala, 30 de Agosto de 1970 

- Nampula, 31 de Agosto de 1970 

- Porto Amélia, 10 de Setembro de 1970 

- Muaguide, 14 de Setembro de 1970 

- Porto Amélia, 7 de Novembro de 1970 

- Muaguide, 10 de Novembro de 1970 

- Mueda, 28 de Novembro de 1970 

- Porto Amélia, 26 de Novembro de 1970 

- Muaguide, 28 de Novembro de 1970 

- Porto Amélia, 3 de Janeiro de 1971 

- Muaguide, 8 de Janeiro de 1971 

- Nampula, 9 de Agosto de 1971 

- Muaguide, 18 de Agosto de 1971 

- Porto Amélia, 15 de Novembro de 1971 

- Beira, 6 de Janeiro de 1972 

- Porto Amélia, 9 de Janeiro de 1972 

- Muaguide, 10 de Janeiro de 1972 

- Lourenço Marques, 3 de Fevereiro de 1972 

- Boane, 4 de Fevereiro de 1972 

- Boane, 1 de Outubro de 1972 

- E veio o 25 de Abril de 1974 

- Figueira da Foz, 1 de Junho de 2021

Preço: 27,50€;