Tomar - Placa do TURISMO da Câmara Municipal - Uma recordação de oferta a personalidades distintas de visita ao concelho e em recepções oficiais ao município
‘AQUEDUTO DOS PEGÕES’
Placa do TURISMO da Câmara Municipal de Tomar
Exemplar com a respectiva caixa, tudo em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
Muito Raro.
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AQUEDUTO DOS PEGÕES - Tomar
O Aqueduto do Convento de Cristo, também designado por Aqueduto de Pegões, foi construído com a finalidade de abastecer de água o Convento de Cristo em Tomar a partir de 4 nascentes diferentes, e tem cerca 6 km de extensão, atravessando as freguesias de Carregueiros e a UF de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais, no município de Tomar.
A sua construção foi iniciada em 1593, no reinado de Filipe I de Portugal, sob a direção de Filipe Terzio, (arquitecto-mor do reino) e foi concluída em 1614 por Pedro Fernando de Torres, assinalando-se a sua conclusão, em 1619, com a fonte do Claustro Principal, atribuída a Pedro Fernandes Torres.
Está classificado como Monumento Nacional desde 1910, pelo Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910. A Zona Especial de Proteção foi publicada em Portaria n.º 328/79, DR, I Série, n.º 155, de 7-07-1979.
História
Ao tornar-se rei de Portugal, Filipe II de Espanha, adveio também por inerência da coroa a ser o Mestre da Ordem de Cristo. Foi nesta qualidade que encomendou a Filipe Terzi ( Filippo Terzi) a construção de um aqueduto que dotasse abundantemente de água o convento e as terras da cerca dos Sete Montes (atualmente Mata Nacional).
Surgiu assim na arquitetura e na paisagem conventual uma grandiosa obra de engenharia hidráulica que percorre uma extensão de cerca de 6 quilómetros, dispondo de um total de 180 arcos para as passagens aéreas da conduta. Particularmente audacioso é o trecho sobre o vale dos Pegões, constituído por 58 arcos de volta inteira, na zona mais funda do vale assentam sobre 16 arcos quebrados, por sua vez erguidos sobre imponentes maciços de alvenaria: os "pegões".
Antecedentes
Embora as cisternas do convento joanino (edificadas nos vários claustros e abastecidas pela recolha das águas pluviais) fossem bastante para as necessidades dos freires, a água era insuficiente para o cultivo das terras da cerca conventual.
Construção e conservação
D. Filipe I de Portugal (II de Espanha)
Convento de Cristo
O traçado do aqueduto foi executado em 1584 por Filipe Terzio, arquitecto-mor do Reino, iniciando-se a obra em 1593. Depois da morte do arquiteto, a direção dos trabalhos de edificação passou para Pedro Fernandes de Torres. A primeira fase dos trabalhos só seria concluída em 1614, data em que Filipe II veio a Portugal e inaugurou a obra, como indica a inscrição gravada no aqueduto.
Em 1616, já com a direção das obras entregue a Diogo Marques Lucas, a canalização do aqueduto foi prolongada para o edifício conventual, alcançando o lavatório dos dormitórios no ano seguinte, e chegando ao claustro principal em 1619, data em que se concluiu a obra. Assinalando-se a sua conclusão, com a Fonte Monumental do Claustro Principal (também denominado claustro dos Filipes).
Cronologia:
1584, 22 janeiro - Filipe Terzio é nomeado mestre das obras do convento e terá traçado o projeto do aqueduto (ANTUNES, 149)
1593 - decide-se a construção do aqueduto (ANTUNES, 149);
1595 - escritura de compra das fontes e dos terrenos para a implantação do aqueduto; início da construção;
1595 - 1600 - aquisição de materiais de construção e de um pinhal para fornecer a madeira para a construção; estão envolvidos no fornecimento de caras de canalização, lajes e silhares o mestre Salvador Jorge; Pêro Antunes, mestre canteiro, realiza obras das arcas das fontes, nascentes e edifícios (ANTUNES, 149);
1597 - falecimento de Filippo Terzi, sendo a obra entregue a Pero Fernandes de Torres (ANTUNES, 149);
1597, 15 fevereiro - encomenda de cal a Fernão Jorge e Simão Fernandes (ANTUNES, 149);
1597, 23 fevereiro - em reunião, é decidido a forma como o aqueduto atravessaria a Ribeira de Carregueiros, com a presença dos mestres Pedro Antunes, Simão Gomes, Pedro Gonçalves, Mateus Fernandes e Antão Gonçalo (ROSA, IV, 36)
1597, 11 setembro - alvará de Filipe I para que todos os mestres trabalhassem na obra das fontes (ROSA, IV, 36);
Aqueduto do Convento de Cristo - Vista geral do troço dos Pegões
1598, 14 novembro - o monarca manda que se avaliem as terras a expropriar e que se paguem pelo preço justo (ROSA, IV, 38);
1600 - execução das casas de água (ANTUNES, 151); 1601 - acabamento da casa de água a jusante da Ribeira do Choupal, com colocação de ferragens e envernizamento da porta por Pêro Marinho (ANTUNES, 151);
Vista geral do troço monumental dos Pegões [Altos], com Convento de Cristo na linha de horizonte
1602, 08 agosto - alvará de Filipe II ordena que todos os mestres disponíveis fossem para as obras das fontes (ROSA, IV, 42);
1613 - a obra está terminada até à casa de água a jusante da Ribeira do Choupal (ANTUNES, 151);
1614 - o aqueduto chega à cerca, terminando num tanque de rega, a denominada Cadeira D'El Rei;
1617 - prolongamento até ao convento e ao lavabo dos dormitórios; 1619 - conclusão da obra; construção da fonte do claustro principal, conforme desenho de Pero Fernandes de Torres (ANTUNES, 149);
1634 - obras diversas no aqueduto do Convento;
1752 - exploração de novas nascentes a montante e ligação ao aqueduto construído (ROSA, V, 206);
1842, 18 agosto - a rainha concede à população de Tomar dois terços da água dos Pegões, com a obrigação da Câmara a encanar e para o chafariz que se propunha construir, sendo a restante vendida com a cerca do extinto Convento (ROSA, I, 29);
1843, 23 maio - António Bernardo da Costa Cabral pede à Câmara que cumpra a sua obrigação de arranjar o aqueduto, escudando-se a Câmara com o facto de não ter verba disponível, pelo que pede ajuda à Repartição das Obras Públicas (ROSA, I, 36-37);
1843, 20 junho - a Câmara pede um empréstimo a Bartolomeu da Costa Cabral para fazer o arranjo dos Pegões, exigindo este garantias, juros e o privilégio de nomear o mestre que dirigiria a obra (ROSA, I, 39); 27 junho - vistoria e levantamento das necessidades de obra (ROSA, I, 40);
1843, 30 junho - os canos estão muito arruinados, calculando-se a despesa em 600$000, a que acrescentaria a obra dos canos até à Praça do Peixe (ROSA, I, 41);
Caleira de transporte de água, atravessando campos cultivados a 200m para jusante da Nascente do Cano
1843, 11 julho - Costa Cabral aceita emprestar o valor para a obra (ROSA, I, 41);
1843, 14 julho - a Câmara aprova o contrato das águas (ROSA, I, 41);
1843, 15 novembro - estando gastos 600$000 e a obra ainda por terminar, Costa Cabral empresta mais 200$000 (ROSA, I, 51); 1844,
1843, 22 julho - o Presidente da Câmara recebera uma proposta de Bernardo Costa Cabral de ficar com os dois terços da água que cabia à Câmara, desonerando-a da dívida e doando 800$000 para a procura de outra fonte de abastecimento, o que a Câmara acede, considerando quão oneroso eram as constantes obras de manutenção do aqueduto (ROSA, I, 80);
1843, 02 dezembro - a Câmara pede à Rainha que aceite este contrato (ROSA, I, 82);
1846, 03 março - a rainha autoriza a cedência (ROSA, I, 83);
1935 - reparações na mãe de água a montante dos Pegões Altos; construção de 2 gigantes na face lateral virada a ocidente; reforço em betão armado abaixo do pavimento e em volta da cúpula; restauros das ombreiras das portas e do pavimento; construção de um muro de suporte do aqueduto em alvenaria; reconstrução do cano e respetiva cobertura na parte destruída;
1937 - obras diversas de reparação;
1939 - apeamento e reconstrução de paredes de alvenaria argamassada, consolidação geral do cano condutor de águas e reparação geral do cano subterrâneo, por Raul Marques da Graça, pelo valor de 20000$00;
1940 - demolição de um casebre encostado ao aqueduto e beneficiação dos seus arcos, com a construção de muros de alvenaria em cortinas do aqueduto, consolidação geral de um arco grande, capeamento geral, reparação da conduta, por Raul Marques da Graça, pelo valor de 29400$00;
Casa de água de decantação e regularização do caudal a montante do troço aéreo dos Pegões
1941 - construção de muros, consolidação geral de arcos grandes e construção de guardas, limpeza geral de todo o aqueduto, assentamento de portas e grades em ferro por Raul Marques da Graça, pelo valor de 20000$00;
1943 - construção de muros de alvenaria, consolidação de arcos por 20000$00, por Raul Marques da Graça;
1944 - construção de muros de alvenaria, consolidação de arcos por 25000$00;
1945 - construção de muros de alvenaria, consolidação de arcos por 20000$00; interrompidas as obras de restauro por esgotamento de verbas;
1946 / 1947 - reparação de coberturas em 325 m; reparação de caleira que abateu no lugar de Casal Ribeiro, limpeza da caleira entre os Pegões Altos e o lugar de Brazões, refechamento de juntas com argamassa de cimento, cobertura com lajes nas zonas aéreas e com betão armado nas partes subterrâneas; demolição e reconstrução da abóbada da penúltima mãe de água (a jusante dos Pegões Altos?) em pedra e argamassa de cimento reforçada com um anel em betão armado; reboco das paredes no interior e exterior; limpeza e cobertura de 20 m de cano junto à mãe de água; total da obra 73650$00;
1948 / 1949 - assentamento de 3 portas de ferro nas entradas de limpeza da caleira; demolição de paredes e caleira junto à penúltima mãe de água e sua reconstrução; limpeza de 80 m de cano, refechamento de juntas, reconstrução de paredes, cobertura com lajes de cantaria e betão armado, a norte dos Brasões; rebaixamento de 30 m de cano junto à 1ª nascente; levantamento e assentamento de 100 m de cano junto ao lugar de Peixinhos, num total de 54700$00;
1954 - a Mãe d'Água, no troço de Pegões tinha uma grande rutura;
1955 - pedido de reparação do aqueduto para que abasteça o Convento;
1956 - recuperação de parte do aqueduto junto à nascente no sítio de Casal Ribeiro; recuperação da caleira na "Casa da Água" no troço de Pegões; instalação de um fontanário com torneiras de mola para abastecimento de água; expropriação e arranque de árvores, cujas raízes danificam o aqueduto; recuperação da cobertura com lajes; restauro das paredes do aqueduto; limpeza e restauro da caleira (correspondência entre a DGEMN e a CMT, dando conta da necessidade de restauro da caleira do aqueduto);
1962 - continuam-se as reparações nas caleiras, limpeza e cobertura, o refechamento de juntas;
1965 - informação sobre a necessidade de reconstrução em alvenaria da caleira de fundo; proposta de substituição por tubo plástico, não concretizada;
1968 - informação do MF - DGFP à DGEMN sobre as ruturas no fecho dos arcos superiores do aqueduto;
1972 - o aqueduto encontra-se demolido em alguns troços e em ruína noutros;
1978 - limpeza do cano pelo seminário das missões;
1979 - a CMT colocou a hipótese da aquisição dos terrenos dentro da Zona Especial de Proteção do Aqueduto com vista ao arranjo e enquadramento paisagístico; informação sobre movimentação de terras / terraplanagens junto da quinta da Silveira, realizadas por particulares, que punham em risco a estabilidade do aqueduto, afetando a fundação de 15 arcos do lado poente e 6 a nascente;
1980 - pedido de redução da ZEP; um desaterro junto à mãe de água a jusante dos Pegões ameaça a derrocada de vários arcos de um e outro lado da casa; o LNEC aconselha aterro feito com enrocamento e terra junto ao talude;
2009 - trabalho de campo de levantamento arquitetónico realizado em 2009, por Tiago Molarinho Antunes;
2011, 22 Junho - publicada em Diário da República n.º 119/2011, Série II de 2011-06-22, a Declaração n.º 173/2011 referente à aprovação do Plano de Pormenor dos Pegões - Empreendimento Turístico e Campo de Golfe;
Troço superficial de condução de água para o Convento, já no interior da Cerca, próximo do antigo lagar
2013 - ação cívica de limpeza;
2015, 27 junho - ação cívica de limpeza do coberto vegetal;
2015, 10 outubro - 2.ª ação cívica de limpeza do coberto vegetal - dos grandes arcos à cerca;
2016, 4 junho - 3.ª ação cívica de limpeza;
2016, 24 setembro - 4.ª ação cívica de limpeza - vale do Pote;
2016, 24 outubro - a Câmara Municipal de Tomar aprova projeto de reabilitação e reforço estrutural de um troço do aqueduto;
2016, 26 novembro - 5.ª ação cívica de limpeza - a caminho dos Brasões;
2017, 8 abril - 6.ª ação cívica de limpeza - a montante dos Pegões;
2017, 02 agosto - início de obras de consolidação das estruturas do aqueduto, adjudicadas à STAP - Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas S.A. que consiste na colocação de micro-estacas, ligadas às colunas através de lintel de coroamento e na colocação de elementos metálicos (em aço, devidamente tratado, metalizado e pintado) nos cunhais das colunas, afastados verticalmente e ligados através de tirantes horizontais;
2017, 14 outubro - 7.ª ação cívica de limpeza - nascente da Porta de Ferro;
2017, 16 outubro - grande incêndio rural;
2017, 10 dezembro - 8.ª ação cívica de limpeza - tanque da nascente da Porta de Ferro;
2018, 28 abril - 9.ª ação cívica de limpeza - Brazões norte;
2018, 2 junho - 10.ª ação cívica de limpeza;
2019, 16 fevereiro - 11.ª ação de Limpeza do Aqueduto , pelo Grupo de Amigos do Aqueduto;
Atualmente a monitorização do Aqueduto cabe à Camara Municipal de Tomar, com exceção do troço intramuros na Cerca Conventual e Convento de Cristo, que cabe à DGPC.
Relativamente a intervenções no monumento promovidas por entidades públicas ou privadas, bem como intervenções nas zonas de proteção (zona geral de 50 m para ambos os lados do aqueduto, e na zona especial de proteção), a Câmara Municipal envia para que a DGPC se pronuncie, como consta da Lei de Bases do Património Cultural, Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
Preço: 250,00€;
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